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Canaã já 'ganhou' a Copa São Paulo. Seu trabalho exemplar mexe com o futebol brasileiro

Clube do sertão baiano ganha espaço na mídia por seu comportamento digno em campo e por ajudar comunidade carente com oportunidades e lucro no futebol. Já é um dos vencedores da Copa São Paulo

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Canaã. Futebol ajudando projeto social. E dando exemplo de dignidade em campo
Canaã. Futebol ajudando projeto social. E dando exemplo de dignidade em campo Canaã. Futebol ajudando projeto social. E dando exemplo de dignidade em campo

São Paulo, Brasil

O confronto é dificílimo.

O Juventus tem uma equipe mais entrosada e é favorito no jogo de hoje, às 11 horas, na rua Javari, pela Copa São Paulo.

Mas, mesmo que venha a derrota, o Canaã Esporte Clube conseguiu uma façanha neste começo de 2022.

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Não só chegou entre os 32 principais times de base do Brasil, alcançando a terceira fase do torneio de garotos mais importante deste país.

Também conseguiu estar presente nos principais veículos de comunicação brasileiros.

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Portais e jornais divulgaram o trabalho importante, e que foge da velha busca de lucro pelo lucro nas categorias de base.

A intenção do clube de Irecê é descobrir jovens talentos e vendê-los. Mas o destino do dinheiro é o reinvestimento na estrutura do time. E ajudar a população carente da cidade do sertão da Bahia.

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É o uso do futebol como ação social, ajudando a comunidade.

O clube, fundado em 2018, foi vice-campeão baiano sub-20 no ano de 2020. Entre os profissionais, está na Segunda Divisão da Bahia.

A infraestrutura é invejável, inspirada no trabalho de grandes clubes. Há sete campos para jogadores de várias categorias. A busca de jovens revelações é incessante. Em sua esmagadora maioria, seus atletas são garotos de origem humilde.

O time tem o mesmo nome do projeto social que já ajuda a população de cidades do sertão baiano há mais de 20 anos.

Por filosofia, a equipe tem regras rígidas de comportamento. Os jogadores não podem esquecer que estão em campo também para dar exemplo moral. Preocupação única. Demais clubes brasileiros não estão interessados nas vidas desregradas de seus atletas. Se xingam os árbitros, agridem sem bola seus adversários ou simulam pênaltis ou faltas. 

A exigência é que os jogadores sejam cidadãos até mesmo no momento mais tenso de uma partida de futebol.

Por isso, palavrões e até faltas desleais são proibidos.

Situação que chocou vários jornais, mas foi o chamariz para o projeto social, muito mais importante que o comportamental do time.

O Canaã já começa a espalhar seus jogadores.

Para Flamengo, Palmeiras, Ferroviária. Chegou a emprestar seis atletas ao Corinthians sub-20.

O projeto, que tem três anos, já começa a causar impacto.

A promessa da diretoria do clube é seguir buscando jovens atletas no sertão baiano. E fazer o máximo para conquistar títulos, para chamar atenção ao projeto. Gerar mais dinheiro. E investir no time uma parte dos lucros, e ajudar a comunidade carente com a outra.

Atitude raríssima no cenário do futebol nacional.

Cada vez mais dominada pelo capitalismo selvagem, que enriquece alguns privilegiados.

A Copa São Paulo de 2022 pode acabar hoje para a equipe baiana.

Mas o Canaã é um dos vencedores do torneio.

Pelo grande espaço que ganhou na mídia brasileira.

E pelo exemplo.

Basta pensar nas sociedades anônimas do futebol no Brasil.

Empresários chegam para ganhar dinheiro.

Ficarem mais ricos.

E só.

Para a comunidade, nada...

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