São Paulo, Brasil
Duilio Monteiro Alves é obcecado.
Pessoas que o cercam sabem: quando o presidente quer alguém para o Corinthians, ele não se importa com as críticas, estuda estratégias para pagar salários milionários, mesmo com o clube mergulhado em dívidas.
Foi assim com Róger Guedes, Paulinho, Yuri Alberto e Willian. Fora Renato Augusto e Giuliano.
Ele sabe que só se consolidará no poder, com chance real de o clube voltar a discutir a reeleição, se conquistar títulos.
A nova eleição do Corinthians será no final do próximo ano.
A chance de mudança política é correr contra o tempo, tornar histórica a temporada 2023.
Na análise de Duilio uma figura se torna fundamental no Parque São Jorge.
Vítor Pereira.
O trabalho do treinador português cativou não só o presidente, como seu vice, Roberto de Andrade, os conselheiros, os jogadores. E o mentor do grupo político que está no poder desde 2007, Andrés Sanchez.
Eles o querem no cargo no próximo ano.
Duilio já deixou claro para o técnico e para seu empresário, Kia Joorabchian, iraniano naturalizado inglês, que foi presidente da MSI, dona do futebol do clube, nos últimos anos da era Alberto Dualib.
O sonho de Duilio é oferecer a Vítor Pereira algo que ele sempre lamenta não ter tido: a pré-temporada. E que, de acordo com os 'homens do futebol' no Corinthians foi 'desperdiçada' com Sylvinho.
Vítor Pereira é um nômade no futebol. Ou seja, onde um clube estruturado pagar mais, ele vai. O português já trabalhou, além do seu país, na Arábia Saudita, na Grécia, na Turquia, na China, na Alemanha, antes de vir ao Brasil.
Ele não desabafou ao acaso na coletiva, no dia 23 de agosto, após a derrota para o Palmeiras, em Itaquera, que poderia 'ir embora quando quisesse'. Ele é milionário.
Vítor não mediu palavras para mostrar que não tem medo de ser mandado embora do Corinthians. Porque não depende do emprego.
“Você deve estar a brincar comigo. Deve estar a brincar comigo com essa pergunta. Eu, nesta fase da minha vida, da minha carreira, ter medo de perder emprego? Sabe quanto dinheiro eu tenho no banco, amigo?
"Eu tenho a vida estabilizada, não preciso… Estou aqui no Corinthians.
"Vou embora quando quiser."
Mas a última coisa que Duilio deseja é perder Vítor Pereira. O quer, de qualquer maneira, no comando do time no próximo ano. Até porque, além da reeleição, ele sonha em aprovar o aumento da capacidade do estádio de Itaquera, para isso, precisa da aprovação do conselho. Daí, outra vez, a necessidade de ótima campanha do time.
O treinador recebe 300 mil euros por mês, cerca de R$ 1,5 milhão.
Ele tem mercado na Europa. Foi bicampeão português. Campeão chinês. E Kia é muito bem relacionado.
Mas Duilio acena com um aumento de salário. E mais do que isso: total liberdade para a montagem da equipe de 2023, com capacidade de vencer a Libertadores. Agregar jogadores importantes que Vítor considerar que o Corinthians necessite. Com a liberdade de dispensar quem quiser.
E organizar a pré-temporada da melhor maneira.
Ou seja, oferece dinheiro e comando total do futebol.
Para que não haja perda de tempo, mesmo sem tomar a decisão definitiva, de continuar no Corinthians, Duilio pediu a Vítor Pereira que traçasse os planos 'para o melhor do Corinthians', na sua visão. Mesmo se o time passe a outro técnico.
Vítor Pereira adorou tanta confiança.
E a primeira decisão foi a de renovar o contrato de Fábio Santos.
Será seu último contrato no Corinthians.
O jogador, que completará 37 anos daqui 13 dias, é considerado por Vítor fundamental. Para partidas que o time necessite de muita marcação. Melhor cobrador de pênaltis do elenco. Ele é um grande líder, motivador dos jovens. E com excepcional visão tática.
Duilio concordou e o contrato será renovado até o fim de 2023.
Foi Vítor Pereira quem recomendou a compra do volante argentino Fausto Vera, do Argentino Junior, por 5 milhões de euros, cerca de R$ 25 milhões, por 70% dos direitos do atleta de 22 anos.
Além do aval para a contratação de Geovane, do Capivariano. Atacante de 18 anos. Investimento de R$ 3 milhões por 65% dos direitos do jogador.
A ideia do diretor de futebol, e ex-presidente, Roberto de Andrade, de ter Tite no comando do Corinthians no próximo ano foi sepultada. O treinador abandonará a Seleção, vencendo ou perdendo a Copa do Mundo. Mas jurou que não assumirá clubes no Brasil. Trabalhará em 2023 no Exterior. Seu sonho é a Europa.
Ou seja, o plano da diretoria corintiana é Vítor Pereira ou Vítor Pereira. Não há outro candidato na análise dos dirigentes.
O treinador português tem mudado seu comportamento.
Ao assumir, se comprometeu com Kia que ficará só até o final da temporada.
De uns tempos para cá, se mostra envolvido com o 'mundo corintiano'.
E não descarta ficar até 2023.
O convite ele já tem.
Está balançado.
Se depender de Duilio, a antecipação da renovação será feita.
Mas Vítor Pereira quer esperar a definição da Copa do Brasil, que o time disputa a semifinal. O primeiro jogo terminou empatado em 2 a 2 com o Fluminense, no Rio.
E do Brasileiro. O clube é o quarto colocado, com 42 pontos. A oito, do líder Palmeiras.
A decisão está nas mãos do português.
O Corinthians já sabe quem deseja comandando seu futebol em 2023.
Só depende de Vítor Pereira...
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