São Paulo, Brasil
Os jogadores do Flamengo estavam no estádio Khalifa International.
E têm motivos para saírem mais confiantes.
Jürgen Klopp não estava mentindo.
Liverpool não é campeão inglês há 29 anos.
E o sonho de conquistar a segunda Champions League seguida, depois da vencida em 2018/2019 é enorme.
O Mundial de Clubes, no meio da temporada inglesa, é um obstáculo. E não há a menor obsessão em conquistar esse título que é inédito.
Contra o Monterrey, na semifinal obrigatória do torneio, Klopp começou o jogo com apenas quatro titulares: Alisson, Robertson, Henderson e Salah.
E fez pior, com a estranha 'doença' de Van Dijk, que nem foi à partida, o volante Henderson foi improvisado. E atuou mal demais.
Assim como o arremedo de time.
Nada de compactação, velocidade consciente nos contragolpes, alternância dos meias e atacantes, assim que o time retoma a posse de bola, como a equipe atua normalmente.
Nada disso.
Sem conjunto, entrosamento, os jogadores do time inglês se aproveitaram do respeito exagerado do Monterrey.
Mesmo assim, o time mexicano de Antonio Mohamed teve as melhores chances da partida.
Alisson fez pelo menos três grandes defesas.
A defesa 'alta', marcando na intermediária, funciona muito bem com Van Dijk, não com Henderson.
O Liverpool se aproveitou de um erro de posicionamento dos mexicanos. E do talento do egípcio Salah, que deu passe sensacional para Keita marcar 1 a 0, aos 11 minutos do primeiro tempo.
Só que dois minutos depois, Funes Mori não deixou por menos. Com Henderson sem noção de espaço na grande área, ele ajudou a atrapalhar em um ataque em bloco do Monterrey. Alisson ainda conseguiu espalmar a bola que sobrou livre para Funes Mori empatar.
O jogo não tinha intensidade, era lento, monótono até.
Os mexicanos sonhavam com a vitória, mas faltava técnica.
E o time de Klopp mostrava que não estava acostumado a atuar junto.
No segundo tempo, os mexicanos apertaram a marcação. E demonstravam força para vencer.
Mas tudo começou a mudar aos 22 minutos, quando o acomodado Saqiri deixou o campo para a entrada de Mané.
O Liverpool começava a se impor no ataque.
Aos 30 minutos, entrou o melhor lateral direito do mundo e, dono do maior número de assistências no futebol europeu em 2019, Arnold, no lugar de Milner.
Tudo piorou de vez quando Roberto Firmino substituiu Origi, aos 38 minutos.
A bola começou a ser muito melhor trabalhada no ataque pelo time inglês.
E tudo ruiu para os mexicanos aos 45 minutos.
Salah abriu espaço, driblando, entre as linhas mexicanas.
A bola sobrou para Arnold.
Ele enxergou Roberto Firmino se movimentando para antecipar seu passe.
E a assistência foi perfeita.
A 21ª em 2019.
Firmino não teve pena de Barovero.
2 a 1, Liverpool.
E garantida a final sonhada do Mundial.
Os flamenguistas viram um arremedo do Liverpool.
A equipe bem diferente da que encanta a Europa.
Klopp não prioriza o Mundial.
De jeito algum.
Se conseguir vencer, bem.
Mas ele não exporá seus jogadores que disputam para ganhar, liderando, inclusive, a Premier League.
E terão dois confrontos decisivos contra o Atletico de Madrid, pelas oitavas da Champions.
Se algum deles tiver o mínimo problema físico, não jogará sábado.
O que é ótimo para o time de Jorge Jesus.
Mas a equipe estará bem mais reforçada do que esteve hoje.
Alguns titulares a mais começarão a final.
Ou seja, o Flamengo pode se animar.
Mas não se iludir.
O Liverpool não prioriza o Mundial.
Situação excelente ao time carioca.
Mas o talento individual do time inglês é forte demais.
Bem maior que o da equipe brasileira.
O que pode decidir o título...