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Acovardado, em pleno Morumbi, o São Paulo toma a virada do Palmeiras. E ganha o coro de sua própria torcida. 'Time sem-vergonha'

O São Paulo foi primoroso no primeiro tempo. Encurralou o Palmeiras, tratou o líder o Brasileiro como time pequeno. No segundo tempo, Ceni colocou seu time acovardado na defesa. Mereceu perder, de virada

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Palmeiras conseguiu virada épica. Mas que tem como pano de fundo a covardia do time de Ceni
Palmeiras conseguiu virada épica. Mas que tem como pano de fundo a covardia do time de Ceni Palmeiras conseguiu virada épica. Mas que tem como pano de fundo a covardia do time de Ceni

São Paulo, Brasil

"Vergonhaaaa, time sem-vergonhaaaa..."

Esse foi o coro que ecoou no Morumbi, gritado pela frustrada torcida são paulina, que viu seu time perder de virada para o eterno rival Palmeiras, por 2 a 1, com direito a dois gols no final do jogo, de Gustavo Gómez e de Murilo, aos 45 minutos e aos 50 do segundo tempo.

Mas se o Palmeiras, líder absoluto do Brasileiro, venceu apenas com dois gols no término da partida, por que essa revolta dos mais de 30 mil torcedores que foram ao Morumbi, nesta segunda-feira, com 15 graus e sensação térmica de 12?

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Porque o bravo São Paulo, de Rogério Ceni, que fez um excelente primeiro tempo, imprensando o Palmeiras no seu campo e foi para o intervalo vencendo por 1 a 0, gol de Patrick, de peito, voltou outro para o segundo tempo.

Acovardado.

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Ceni queria atrair o Palmeiras para tentar os contragolpes. Mas exagerou na dose. Fez seu time recuar demais, em duas linhas, a tradicional de quatro zagueiros, em frente à grande área, e outra de cinco jogadores, na intermediária são paulina. Deixando só Calleri à frente, que é definidor, mas não é velocista, para dar trombadas em zagueiros palmeirenses.

Rogério Ceni abdicou de jogar, convidou o líder do Brasileiro para articular as jogadas como queria, a partir do meio de campo. Por vezes tabelando, outras tocando a bola, alternando o ritmo, buscando a bola parada.

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Patrick comemora seu gol. De ombro, depois de desvio de Gabriel Menino. Falsa impressão no Morumbi
Patrick comemora seu gol. De ombro, depois de desvio de Gabriel Menino. Falsa impressão no Morumbi Patrick comemora seu gol. De ombro, depois de desvio de Gabriel Menino. Falsa impressão no Morumbi

Era desesperador para a torcida são paulina, que antevia o desastre. Estava claro que o Palmeiras iria conseguir romper a vergonhosa retranca montada por Ceni.

Verdadeira tortura. 

E foi graças à técnica, ao talento, de Gustavo Scarpa, que jogou com liberdade, que veio o empate. Ele descobriu, com o pé direto, Gustavo Gómez entrando, sem marcação, por trás da zaga, para cabecear, sem chance para Jandrei, aos 45 minutos.

Aos 50, o golpe duro, sofrido, mas esperado.

Gustavo Scarpa cobra escanteio, a bola sobra para Murilo dominar no peito e bater de direita, outra vez impossível para Jandrei defender.

2 a 1, Palmeiras.

Outra virada fulminante. Contra o Atlético Goianiense foram quatro gols em sete minutos, hoje foram dois, em um clássico, em cinco minutos.

Alguns torcedores são paulinos xingaram Rogério Ceni. Houve um até, que jogou a camisa do time para dentro do gramado, em sinal de protesto.

A vitória isola o Palmeiras na liderança do Brasileiro, com 28 pontos.

E faz do São Paulo apenas o nono, com dez pontos de diferença, 18 apenas.

O clássico começou de maneira surpreendente. Com o São Paulo muito bem montado. Com personalidade, atitude, assumindo o protagonismo, o fato de jogar em casa. Conselheiros garantiam que Rogério Ceni ainda não havia assimilado a vergonhosa derrota por 4 a 0, na final do Paulista. E queria a revanche.

Gabrie Veron lutou muito. Mas, no primeiro tempo, o São Paulo se impôs. Já no segundo...
Gabrie Veron lutou muito. Mas, no primeiro tempo, o São Paulo se impôs. Já no segundo... Gabrie Veron lutou muito. Mas, no primeiro tempo, o São Paulo se impôs. Já no segundo...

O São Paulo entrou no jogo muito mais competitivo, vibrante, com sede de vitória do que o Palmeiras. Sem Abel Ferreira, com Covid, no banco, a equipe entrou fria, sem a costumeira intensidade, preenchendo os espaços. Nada disso deu muito espaço para o rival.

A torcida, que enfrentou a noite gelada no Morumbi, ficou iludida.

Ceni se aproveitava de dois fatores. O primeiro, a improvisação de Dudu como ala direito. Foi um raro erro tático de Abel Ferreira, que montou a equipe. Com três zagueiros, o atacante tinha de fechar o setor, que foi muito explorado por Reinaldo, Patrick e até Rodrigo Nestor. O trio se deleitava porque Gabriel Menino, escalado no lugar do suspenso Zé Rafael, marcava muito mal. Teve outra vez uma atuação muito ruim, sobrecarregando Danilo e Gustavo Gómez, que era o zagueiro pela direita.

O volante Gabriel Neves fazia sua melhor partida desde que foi contratado. Marcava muito bem e ainda saía com toques velozes da defesa para o ataque.

A marcação alta imposta por Rogério Ceni não deixava os jogadores do Palmeiras respirarem. Parecia que o São Paulo havia entrado para uma final e o time de Abel Ferreira para um amistoso, tamanha a diferença de intensidade no jogo.

O São Paulo tinha também três zagueiros, com a grande diferença que Reinaldo fazia uma grande partida na ala. Patrick atuava como ótimo escudeiro. E Calleri conseguia fazer tremer os Luan, Murilo e Gustavo Gómez. Ceni, com acerto, insistia para seu time atacar pela esquerda.

O gol do São Paulo era uma certeza, tamanha a sua superioridade. Ele veio, aos 18 minutos, depois de cobrança de escanteio de Rodrigo Nestor, que Gabriel Menino desviou e atrapalhou toda a defesa palmeirense. A bola bateu no peito de Patrick. 1 a 0, mais do que justo.

O Palmeiras só apelava para bolas longas para Rony brigar com a zaga. E em bolas paradas. No mais, sofria muito como poucas vezes aconteceu este ano. Aos 45 minutos, Reinaldo fez ótima jogada e cruzou para Rodrigo Nestor desperdiçar, chutar para fora.

A torcida são paulina estava entusiasmada.

Foi quando Rogério Ceni resolveu mudar todo o jogo.

Em vez de o São Paulos seguir impondo o ritmo da partida, preferiu se retrair. Deu o controle do jogo para o Palmeiras. A mudança tática necessária foi feita. Com a entrada de Mayke pela lateral direita, aos 17 minutos, a equipe ganhou o equilíbrio fundamental.

E foi envolvendo o rival, como se estivesse no Allianz, não no Morumbi.

Os zagueiros foram os artilheiros do Palmeiras. Tamanha a pressão no segundo tempo, em pleno Morumbi
Os zagueiros foram os artilheiros do Palmeiras. Tamanha a pressão no segundo tempo, em pleno Morumbi Os zagueiros foram os artilheiros do Palmeiras. Tamanha a pressão no segundo tempo, em pleno Morumbi

O desfecho merecido para a equipe acovardada de Ceni, no segundo tempo, viria.

Gustavo Gómez e Murilo marcaram os justos gols da virada.

O Palmeiras se consolidou na liderança, chegando a 19 partidas invictas. É a maior sequência sem perder, desde que Abel Ferreira foi contratado.

A vitória de hoje só aumentou a confiança do time.

Já a derrota do São Paulo foi decepcionante.

Principalmente pela postura vergonhosa no segundo tempo.

Mereceu as vaias, a revolta de sua torcida.

Mas o responsável pela mudança radical de atitude foi um homem só.

Rogério Ceni... 

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