São Paulo, Brasil
Foi tão indecente o pênalti não marcado para o Santos, ontem contra o Boca Juniors, que a Conmebol decidiu divulgar o áudio.
A conversa entre o árbitro Roberto Tobar e os juízes que trabalhavam no VAR.
O lance foi claríssimo, aos 28 minutos do segundo tempo.
O zagueiro Izquierdoz toca com sua perna direita o joelho esquerdo de Marinho.
Penalidade evidente.
Mas este é o estranho diálogo entre Tobar e os assistentes do VAR.
Árbitro: limpo, nada.
Eduardo Gamboa (AVAR): (Marinho) se deixa cair.
Juan Gabriel Benitez (VAR): tem um contato.
Eduardo Gamboa (AVAR): espera, Roberto.
Juan Gabriel Benitez (VAR): quero ver em velocidade normal.
A partir daí, os árbitros de vídeo procuram uma câmera com ângulo melhor para avaliar o lance, e continuam a discussão:
Juan Gabriel Benitez (VAR): ok, ele põe a perna, vendo de trás. Não recomece o jogo. Eu quero ver na velocidade normal.
Eduardo Gamboa (AVAR): nada. Choque de jogo.
Juan Gabriel Benitez (VAR): segue, Roberto, segue...
De maneira muito estranha, o juiz não foi sequer aconselhado a olhar a jogada no vídeo.
Se olhasse, teria vergonha de sua decisão.
A cúpula da Conmebol está sendo criticada por toda América do Sul.
Mesmo na Argentina.
E os comentários vão pelo mesmo caminho.
A histórica força do Boca Juniors nos bastidores da entidade.
Com o Palmeiras, por exemplo, em 2001, houve um pênalti claríssimo no volante Fernando, cometido pelo goleiro Córdoba. Ubaldo Aquino nada marcou. O jogo valia pela semifinal da Libertadores, terminou empatado. Em São Paulo, novo empate. E nos pênaltis, o Boca se classificou.
O Santos mandou um ofício à Conmebol reclamando da arbitragem.
Mas não terá efeito algum.
A verdade é que o clube poderia ter vencido ontem.
Empatou.
E não teve um pênalti claríssimo marcado a seu favor.
Está mais do que na hora de a CBF se posicionar.
Porque se fosse ao contrário, a AFA agiria.
É lastimável o que acontece na Libertadores.
Mesmo com o VAR.
A desconfiança permanece.
Pior para o desacreditado futebol sul-americano...
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