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O grupo que invadiu a final da Copa é acusado de dois crimes na Rússia

Usar foupas de policiais e invadir o gramado na decisão do Mundial. Podem custar prisão ou multa. Vai depender do sistema judiciário de Putin

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

O grupo está sendo acusado de dois crimes. Usar roupas policiais e invadir o gramado
O grupo está sendo acusado de dois crimes. Usar roupas policiais e invadir o gramado O grupo está sendo acusado de dois crimes. Usar roupas policiais e invadir o gramado (CARL RECINE/REUTERS)

André Avelar

Cosme Rimoli

Moscou, Rússia

Com exclusividade, o R7 revelou ontem que os quatro invasores da final da Copa do Mundo estão detidos. Mas a situação dos integrantes do movimento de protesto russo Pussy Riot se complicou. O Ministério da Justiça da Rússia decidiu enquadrá-los em dois crimes.

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O primeiro é vestir roupas de policiais, foi dessa maneira que entraram no estádio sem problemas. E o segundo, a invasão em plena decisão do Mundial da Rússia, com imagens divulgadas por todo o mundo, o que irritou profundamente a Fifa e o governo Putin.

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O homem é Pyoter Verzilov. As três garotas: Olga Kuracheva, Olga Pakhtusova e Nika Nikulshina.

"A situação é complicada. Porque a justiça na Rússia é muito dura. Eles podem ficar presos ou pagar uma multa. O que eles fizeram desagradou muita gente importante. Era a final da Copa do Mundo. Não havia acontecido nada durante todo o campeonato. E justo no jogo mais importante veio o protesto. O mundo todo viu.

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"Pelos dois crimes, os quatro podem ser presos ou terem de pagar uma multa. O pior é que o julgamento deverá ser ,marcado daqui quinze dias, um mês. Quando todos os jornalistas que vieram cobrir a Copa do Mundo não estiverem mais aqui. 

"Estamos preocupados, por isso estou aqui", disse, em entrevista exclusiva, o secretário dos Direitos Humanos de Moscou, Ivan Melnikov.

"Eu vim até aqui para saber como eles estão. Se sofreram alguma agressão, se precisam de alguma coisa na detenção. Eles seguirão detidos nesta delegacia que pertence à área do estádio Luzhniki. Mas estão bem, não foram agredidos. Só que estão preocupados com o que acontecerá. Lógico que há o medo deles terem de cumprir pena."

O motivo do protesto dos quatro foi específico. Contra o estado de direito na Rússia. Segundo o Pussy Riot há ainda muitos presos políticos que são contra o regime do presidente Putin.

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"Eu entendo esses protestos. Há ainda uma falta muito grande de humanização do sistema judiciário. Os juízes agem como se fossem máquinas, pensando apenas em defender o estado. E pessoas acabam privadas de seus direitos básicos. Eu não culpo o presidente Putin. Ele não tem como acompanhar tudo o que ocorre de erraado. O sistema de justiça no nosso país ainda é muito atrasado. As liberdades individuais ainda sofrem. Pór isso os protestos", revela Ivan.

Ele esteve em contato com o grupo. As três garotas estão em uma cela só delas. E o homem está preso em outra cela. 

A reportagem do R7 tentou de todas as formas falar com os responsáveis da detenção. Mas os 12 policiais que estavam fora da delegacia avisaram que ninguém iria falar. Não tinham de se explicar para a imprensa. Toda simpatia que tinham durante a Copa do Mundo havia acabado. 

Em frente à delegacia russa, o tenso secretário de Direitos Humanos de Moscou
Em frente à delegacia russa, o tenso secretário de Direitos Humanos de Moscou Em frente à delegacia russa, o tenso secretário de Direitos Humanos de Moscou

Alguns com metralhadoras na mão tinham a intenção de intimidar, queriam que a reportagem brasileira fosse embora da frente da delegacia. 

"A polícia como qualquer autoridade russa sempre teve muito poder durante o antigo regime (o Comunismo). E essa rigidez e certeza que não precisam dar explicação do que fazem, ainda continua. Durante a Copa do Mundo com a impensa do mundo aqui isso diminuiu. Mas agora deve voltar tudo ao normal. E nós queremos mais liberdades individuais. O Estado precisa mudar sua postura", insiste Ivan.

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A pressão da polícia russa é tão grande que o advogado do grupoi, Vasilev Nicolainikolay, está tão assustado que não tem atendido a imprensa. Pelo contrário, até. Quando viu a reportagem, voltou correndo para a delegacia. Bem ao contrário de ontem, quando explicou o caso. A sua postura era para agradar a polícia, que não queria contato entre ele e os jornalistas.

Os membros do Pussy Riot avisaram pelo secretário dos Direitos Humanos de Moscou que não querem falar para a imprensa. Para não se complicar no julgamento. "A atenção que elas queriam, já tiveram no jogo de ontem", resume Ivan.

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Depois que o R7 publicou a notícia da detenção dos quatro jovens na delegacia Luzhniki, dois outros veículos de comunicação estavam hoje no local. A BBC e a agência Reuters, com jornalistas russas. Ambas confirmaram que a situação dos membros do Pussy Riot era complicada. E que o governo Putin detesta a atenção que chamam pela falta de estado de direito na Rússia.

A policia tem pressionado o quarteto porque a segurança da final do Mundial foi desmoralizada. E mais do que isso. Se algum dos quatro tivesse alguma arma poderia ter atingindo os jogadores. Ou até pior para os russos. O próprio presidente Putin esteve no estádio e poderia ter sido vítima de um atentado. Já que os jovens fizeram seu protesto, inédito em finais de Mundiais, sem a menor dificuldade.

O advogado do grupo agora foge da imprensa
O advogado do grupo agora foge da imprensa O advogado do grupo agora foge da imprensa

A previsão é que o quarteto seguisse detido hoje.

Ou até o julgamento.

"É impossível prever.

"A Justiça da Rússia faz o que quer.

"Sem coerência alguma.

"Depende dos acusados", resume Ivan Melnikov...

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