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Neymar de Canarinho Pistola. O sonho do marketing da CBF

Com o mascote e personagens que viram memes, como o "Vampiro de Samara", a entidade desperta simpatia. Para alívio dos patrocinadores

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Canarinho Pistola. Para todos esquecerem do banimento de Del Nero
Canarinho Pistola. Para todos esquecerem do banimento de Del Nero Canarinho Pistola. Para todos esquecerem do banimento de Del Nero

Kazan, Rússia

Ao mesmo tempo em que o time de Tite vai recuperando a imagem do futebol brasileiro, abalada pelo vexame do 7 a 1, na Copa de 2014. a CBF está em êxtase.

Um homem fantasiado de canário, torcedores endinheirados com suas músicas de rimas colegiais e figuras estranhas nas arquibancadas, que se transformam em memes e inundam as redes sociais, mudaram a perspectiva da entidade.

Os patrocinadores, que gastam centenas de milhóes de reais, não são mais lembrados por apoiar uma administração, cujo mentor foi banido do futebol, acusado de corrupção.

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Ninguém mais lembra que a CBF terá balanço bilionário em 2018 enquanto os clubes vivem à beira da falência no Brasil.

Não.

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O que todos querem saber é do Canarinho Pistola, do 'Movimento Verde e Amarelo' e de pessoas como Yury Torsky, um engenheiro aeroespacial, cujo olhar bizarro seduziu a Internet. Ele virou o russo assustador que virou amuleto para a conquista do hexa.

Pois o departamento de marketing da CBF está aproveitando, sugando cada oportunidade na Rússia. Estimulando a transferência de foco no coronel Antônio Nunes, em Rogério Caboclo e, principalmente, de Marco Polo del Nero, cuja influência em toda a entidade é mais do que evidente.

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Nas coletivas, Tite não precisa mais responder como é estar sob o comando e dar legitimidade a esta gente. Agora precisa falar sobre o Canarinho Pistola.

A CBF segue maquiavélica. Além de estar faturando, vendendo réplicas do mascote a R$ 100,00, no seu site, tem planos cada vez mais ousados para a fantasia de um pássaro irritado, invocado, raivoso. Achou uma maneira de driblar a proibição da Fifa de ter outro mascote nos jogos que não seja o lobo siberiano Zabivaka.

Fotos posadas. Nada é tão natural quanto parece. O poder do marketing
Fotos posadas. Nada é tão natural quanto parece. O poder do marketing Fotos posadas. Nada é tão natural quanto parece. O poder do marketing

Uma equipe de fotógrafos e cinegrafistas circulam pela Fifa com um homem de 23 anos que não conseguiu se firmar no futebol. É ele que está debaixo da fantasia. Sua identidade é preservada para não acabar com a magia. E também permitir que ele possa ser substituído. Não há uma só roupa de canário.

O Canarinho Pistola é fotografado e filmado em todas as cidades por onde o Brasil passa. Além disso, é figura garantida na chegada da delegação nos hotéis onde a Seleção chega. As imagens são espalhadas pelo mundo todo no site da própria CBF.

Ele só não pode passar perto dos estádios dos jogos. Eles são 'territórios Fifa', domínio do Zabivaka.

O marketing da CBF desistiu de uma versão light do Canarinho Pistola. Foi confeccionada uma fantasia com o canário alegre e foi assim que o mascote acabou indo visitar um hospital para crianças no Brasil. Seria tudo fotogrado e divulgado. Mas a visita foi um fracasso. As crianças choravam, frustradas, queriam o canário bravo, não o soft. E acabou também a bobagem de evitar o adjetivo popular Pistola, politicamente incorreto.

A CBF tem recebido inúmeros pedidos nas redes sociais. Eles vão na mesma direção. Caso o Brasil conquiste o hexa, o sonho de muita gente é que na chegada no Brasil, no desembarque, a taça seja conduzida pelo Canarinho Pistola. 

E para choque de todos, ele resolva tirar a fantasia. 

Ao tirar a cabeça gigantesca, esteja Neymar, para eventual delírio dos brasileiros.

A possibilidade é estudada. Depende do título, evidente e de Neymar.

CBF quer Yury Torsky nos jogos restantes da Seleção na Rússia
CBF quer Yury Torsky nos jogos restantes da Seleção na Rússia CBF quer Yury Torsky nos jogos restantes da Seleção na Rússia

Mas, em algum momento, um jogador vestirá a roupa, em caso de conquista de título.

Enquanto isso não acontece, a CBF articula a tentativa de vinda de Yury Torsky para Kazan. A entidade já disponibilizaria ingresso para o russo de 'olhar aterrorizante' vir chacoalar a bandeira do Brasil contra a Bélgica. Talvez até hospedagem. Os contatos estão sendo feitos. Ele pode ser a supresa de amanhã.

E para o restante dos jogos, se eles acontecerem. Uma maneira simpática do marketing de ter o apoio russo nos estádios.

Quanto ao Movimento Verde e Amarelo, torcedores endinheirados que circulam pela Rússia, durante a Copa de 2018, cantando novos hinos de louvor à Seleção, a CBF colabora. Passa para o MVA antecipadamente o endereço dos hotéis do Brasil na Rússia. E também facilita o acesso até a entrada. Para que haja proximidade dos jogadores. 

E a imagem do torcedores cantando, batucando e o Canarinho Pistola ensandecido, regendo a bagunça, é registrada por fotógrafos e cinegrafistas profissionais da CBF. Além dos das emissoras brasileiras e internacionais. Além de jornalistas com seus celulares, tentado fazer o melhor possível.

Todos colaboram para que a alegria do futebol brasileiro seja divulgado para o mundo.

Torcedores são avisados dos hotéis onde a Seleção ficará na Rússia
Torcedores são avisados dos hotéis onde a Seleção ficará na Rússia Torcedores são avisados dos hotéis onde a Seleção ficará na Rússia

O plano de marketing da CBF é maquiavélico.

E genial.

Com a ajuda das vitórias do time de Tite, evidente.

Quem se lembra do banimento de Marco Polo?

Do estado falimentar dos clubes brasileiros?

Saí da frente que eu quero filmar o Canarinho Pistola.

Cadê o 'Vampiro' de Samara?

Me deixe cantar.

Mil gols, mil gols, mil gols...

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