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Morreu Jota Hawilla. O delator que mostrou a sujeira da Fifa e da CBF

De jornalista a bilionário executivo. Jota Hawilla revolucionou o marketing no futebol brasileiro. Mas se deixou corromper. E corrompeu 

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

As delações de Hawilla levaram muitos à cadeia. E deverá levar outros
As delações de Hawilla levaram muitos à cadeia. E deverá levar outros As delações de Hawilla levaram muitos à cadeia. E deverá levar outros

Teresópolis

Ele foi o grande delator das falcatruas, da corrupção que dominava a Fifa e a CBF.

José Maria Marin deverá morrer na cadeia por suas acusações e provas. Mostrou que seu dinheiro controlava a administração do futebol deste país.

Entregou a cabeça do grande amigo Ricardo Teixeira.

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Garantiu que o ex-presidente recebeu pelo menos US$ 10 milhões em propina. Dinheiro para impor que a Seleção levasse para a Copa América os seus principais jogadores.

Revelou ter pago suborno também para o ex-presidente da Conmebol, Nicholas Leoz e o para o ex-comandante da AFA, Julio Grondona. O FBI e o Departamento de Justiça norte-americanos usaram suas delações como base para as inúmeras prisões que acabaram com o comando do presidente Joseph Blatter.

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Há quatro anos, ele estava feliz, sorridente.

Circulava feliz ao lado de Joseph Blatter e Jérôme Valcke.

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Parecia um chefe de estado.

O delator morreu.

Jose Hawilla não tinha 74 anos, câncer na garganta e gravíssimos problemas respirátorios. 

De repórter humilde de São José do Rio Preto a executivo milionário, dono de emissoras de tevê e da empresa de marketing esportivo Traffic, foram 40 anos. Hawilla revelou ter usado todos os métodos para enriquecer.

Foi apresentador e repórter das TVs Globo e Bandeirantes com seu sócio, e ex-presidente Kleber Leite, começaram a explorar as placas que circulam o gramado. Depois alçoou vôos maiores.

Usando a influente amizade de Ricardo Teixeira, genro de João Havelange, ele começou a controlar os principais torneios da América do Sul. Depois, confessou começa a comprar os dirigentes da Conmebol. E distribuía propinas para os presidentes da CBF.

Disse que o esquema começou em 1991.

"Desde 1980 eu desenvolvo meu projeto por meio da minha empresa Traffic. Eu comprei os direitos para eventos de futebol e comecei a promovê-los de uma maneira legítima pelo mundo", assumiu para o FBI.

Nos últimos 30 anos, Hawilla foi um homem poderosíssimo.

Foi amigo íntimo de Ricardo Teixeira
Foi amigo íntimo de Ricardo Teixeira Foi amigo íntimo de Ricardo Teixeira

Até que, graças à investigação detalhada do FBI, o executivo, que morava no Brasil e nos Estados Unidos, ele acabou preso. Para se livrar da cadeia, fez um acordo. Aceitou pagar US$ 151 milhões, cerca de R$ 545 milhões, de multa para não ser encarcerado. E também revelar todo o esquema de corrupção que domina o futebol mundial.

O caminho para conseguir exclusivas com Ricardo Teixeira era pedir ajuda para Jota Hawilla.

Sua morte não trará paz aos denunciados.

O FBI garantiu que conseguiu todas as provas com Jota Hawiilla que necessitava.

Banido pelo mundo do futebol e doente, o executivo morreu em profunda depressão.

Com medo de ainda ser preso, apesar do acordo.

Seu bilionário patrimônio de nada valeu.

Ele era proprietário da TV Tem , rede de TVs afiliadas da Globo, que cobre de quase todo o Estado de São Paulo, e de empreendimentos imobiliários comerciais, como Georgina Park, avaliado em R$ 500 milhões, e residenciais, como o Quinta do Golfe, cujos investimentos somam R$ 400 milhões.

Hawilla revolucionou o marketing esportivo deste país.

Mas deixou se levar pelas facilidades, pela corrupção.

Levou vários dirigentes para a cadeia.

E outros ainda poderão.

Ricardo Teixeira e Marco Polo del Nero seguem ameaçados.

O que seria motivo de orgulho acabou virando vergonha para o Brasil...

Jota Hawilla era muito bem relacionado. Até o escândalo vir à tona
Jota Hawilla era muito bem relacionado. Até o escândalo vir à tona Jota Hawilla era muito bem relacionado. Até o escândalo vir à tona

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