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O preço do poder: dirigentes que se perpetuaram caíram por corrupção

Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB há 22 anos, foi preso nesta quinta

Olimpíadas|Dado Abreu, do R7

Teixeira e Havelange: relação familiar e corrupção
Teixeira e Havelange: relação familiar e corrupção Teixeira e Havelange: relação familiar e corrupção

A prisão de Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB (Comitê Olímpico do Brasil) há 22 anos, expôs um movimento nefasto e recorrente em gestões esportivas pelo mundo. Como dezenas de outros dirigentes, o carioca de 75 anos se perpetuou no poder por décadas e corrompido pela ganância terminou atrás das grades acusado por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Eleito pela primeira vez em 1975 como presidente da CBV (Confederação Brasileira de Voleibol), Nuzman comandou a entidade até 1995, quando assumiu o COB. Sob suas gestões o Brasil conheceu as gerações de prata (Los Angeles 1984) e ouro (Barcelona 1992) no voleibol e realizou os Jogos Pan-Americanos de 2007 e os Jogos Olímpicos de 2016, ambos no Rio de Janeiro. Entre outras coisas, foi uma suposta compra de votos para a escolha do Rio como sede olímpica que teria levado o dirigente à prisão.

Há tempos o esporte brasileiro sofre na mão de dirigentes ambiciosos. Ex-atleta olímpico, João Havelange assumiu a presidência da extinta CBD (Confederação Brasileira de Desportos), atual CBF (Confederação Brasileira de Futebol), em janeiro de 1958. Seu discurso indicava que o ex-nadador não pretendia se manter muito tempo no cargo. "Não me candidatarei à reeleição porque não tenho saúde para enfrentar outro mandato. Não me sobra tempo e, ademais, lamento dizer que em 1961 estarei financeiramente exaurido", disse a época à revista O Mundo Ilustrado.

Havelange não apenas permaneceu no cargo até 1975, como também, no ano anterior, esbanjou vigor físico ao ser eleito presidente da Fifa, a entidade máxima do futebol que o mesmo comandou até 1998. Foram 40 anos dedicados ao futebol e uma série de denúncias de corrupção, entre elas a criação de um "propinoduto" que movimentou cerca de US$ 140 milhões (R$ 438 milhões) na década de 1990.

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Paes, Cabral, Nuzman e Havelange: mancha na Rio 2016
Paes, Cabral, Nuzman e Havelange: mancha na Rio 2016 Paes, Cabral, Nuzman e Havelange: mancha na Rio 2016

Mesmo de longe, o poder de João Havelange deixou tentáculos na CBF. Seu ex-genro, Ricardo Teixeira, assumiu a presidência da Confederação Brasileira de Futebol em 1989 e no posto permaneceu até 2012. Deixou o cargo ao se sentir acuado pelo "caso Fifa" de fraude, lavagem de dinheiro e de receber milhões de dólares em propinas para beneficiar empresas de marketing esportivo. Teixeira não foi preso, mas é procurado pela polícia dos Estados Unidos e da Espanha.

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Fora das quatro linhas, a natação brasileira, que deu treze medalhas ao País em Jogos Olímpicos, foi possivelmente a modalidade mais sugada pela cobiça dos dirigentes corruptos. Em abril deste ano, a Polícia Federal deflagrou a Operação Águas Claras para apurar um esquema de desvio de mais de R$ 40 milhões em recursos públicos repassados à CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), envolvendo dirigentes e empresários. Coaracy Nunes, ex-presidente da entidade por 28 anos, foi um dos presos.

Contemporâneo de Coaracy, Joaquim Mamede de Carvalho e Silva comandou a CBJ (Confederação Brasileira de Judô) por 21 anos. Sua gestão foi marcada por denúncias de desvio de verbas e boicotes a atletas críticos à sua gestão. Mas, antes de deixar o cargo o chefão dos tatames brasileiro elegeu seu filho, Joaquim Mamede de Carvalho e Silva Júnior, como sucessor na presidência da Confederação.

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Porém, o futebol parecer mesmo ser a galinha dos ovos de ouro dos dirigentes trapaceiros. O mesmo esquema da Fifa que acusa Ricardo Teixeira e levou José Maria Marin a prisão domiciliar em Nova York – o cartola presidiu a CBF entre 2012 e 2015 – derrubou o suíço Joseph Blatter. Mandatário da entidade de 1998 a 2015, o chefe maior do futebol mundial se reelegeu por cinco mandatos e renunciou à presidência quando seu nome surgiu no escândalo de corrupção, que envolve compra de votos e diversas irregularidades acusadas pela Justiça dos Estados Unidos. O paraguaio Nicolas Leóz, ex-presidente da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) por 26 anos, é também um dos 14 acusados e está em prisão domiciliar.

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