Crianças tiveram oportunidade de jogar contra All Blacks Maori em Paraisópolis
Edu Garcia/R7O campo era de futebol, mas isso não importava. O que valia mesmo na última sexta-feira (9), no campo do Palmeirinha, era aplicar no rúgbi valores muito desenvolvidos em uma comunidade como a de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo. Em um esporte que se caminha para frente tocando a bola apenas para o lado ou para trás, contar com o companheiro é a melhor opção.
E justamente com Robert Tenório, um dos Leões de Paraisópolis, como o time de rúgbi da comunidade é conhecido, a seleção brasileira entra em campo neste sábado. O time enfrenta os All Black Maori, um conhecido selecionado da Nova Zelândia, principal potência do esporte, a partir das 19h (de Brasília), no estádio do Morumbi.
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Joel e Robson são parte dos 'Leões de Paraisópolis'
Edu Garcia/R7Na véspera do histórico jogo para o esporte no Brasil, cerca de 80 crianças do projeto “Rugby Para Todos” tiveram a oportunidade de trocar passes e, por que não?, até derrubar um dos atletas profissionais que estavam no campo. Ali, ao mesmo tempo, estava o respeito e a admiração pelo adversário. Apesar do intenso contato físico, raramente alguma jogada desleal é registrada no jogo.
“Aqui é normal, tanto dentro quanto fora do campo, de levar um tackle [ser parado pelo adversário] e aguentar firme. A gente sabe que se perder a cabeça, só vai atrapalhar o time”, diz Robson de Moraes, de 20 anos, morador da comunidade, ainda nas categorias de base da seleção brasileira.
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“A importância do esporte está em desenvolver a disciplina. Mesmo quando você toma um tackle duro, você volta para o jogo, sem querer descontar no adversário”, disse Joel dos Santos, de 18 anos, também no caminho para a profissionalização.
Thompson se disse surpreendido com conhecimento dos brasileiros sobre rúgbi
Edu Garcia/R7Os Maori chegaram antes das 9 horas da manhã ao campo, muito conhecido pelo futebol de várzea, verdadeiramente admirados com a empolgação dos jovens. A ideia que os jogadores tinham do Brasil ainda era de um país que só conhecia o futebol.
Ao mesmo tempo em que Rob Thompson dava esta entrevista, cinco goleiros do próprio Palmeirinha já observavam as atividades de rúgbi com os braços cruzados e os olhares desconfiados. Era como se gostassem do atraso provocado pela equipe da Nova Zelândia.
“Isso aqui é incrível. Sabemos que a seleção deles é a atual campeã continental, mas não esperávamos essa movimentação. Isso aqui é incrível, ainda mais em um cenário como esse. Estamos realmente tocados com o que aconteceu hoje aqui”, disse Thompson.
Crianças e jovens comemoram visita dos All Blacks no campo do Palmeirinha
Edu Garcia/R7Um dos criadores do projeto que não se cansa de entregar jogadores para a seleção brasileira, Maurício Draghi, chegou a ficar emocionado com a presença dos Maori no campo de tantas e tantas batalhas. Para ele, os Leões de Paraisópolis conquistaram terrenos inimagináveis com a visita.
“Receber os caras aqui é surreal. Eles são lendas, são embaixadores do esporte e estavam no nosso campo dividindo a cultura deles”, completou.
“O primeiro objetivo era apresentar e popularizar o esporte, mas logo vimos que tínhamos muito mais a fazer ainda. Havia uma questão social que estava envolvia. Depois de 14 anos, essas crianças viraram adultos e tentamos mostrar o esporte como uma profissão, seja como atleta ou professor”, complementou.
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