Paris, 15 abr (EFE).- Com um show do atacante Luis Suárez, que fez dois bonitos gols que tiveram em comum dribles em cima do zagueiro David Luiz, o Barcelona venceu o Paris Saint-Germain por 3 a 1 no estádio Parc des Princes nesta quarta-feira e colocou um pé nas semifinais da Liga dos Campeões.
Um dos heróis da classificação às quartas de final no duelo de volta contra o Chelsea, David Luiz estava em processo de recuperação de uma lesão muscular na coxa esquerda, mas treinou normalmente desde o começo da semana e começou o jogo de hoje no banco. O camisa 32 foi a campo ainda no primeiro tempo para substituir Thiago Silva, que sentiu dores na coxa, e viveu uma das piores noites da carreira, comparável à dos 7 a 1 da Alemanha sobre o Brasil na Copa do Mundo.
No primeiro tempo, o destaque foi Neymar, que abriu o placar. Mas depois do intervalo, quem brilhou foi Suárez, que balançou a rede duas vezes, ambas depois de ter dado uma caneta em David Luiz, e abriu 3 a 0 para o time catalão.
A equipe da casa chegou a descontar com Van der Wiel, mas agora precisa de um milagre fora de casa para passar das quartas da 'Champions' pela segunda vez na história. Será necessário uma vitória por dois gols de diferença, desde que o time marque quatro, ou um triunfo ainda mais elástico. O segundo duelo acontecerá na próxima terça, no Camp Nou.
O PSG teve uma lista grande de desfalques, encabeçada pelo craque do time, o atacante Ibrahimovic, suspenso, assim como o volante Verratti. Outro meio-campista que ficou fora, mas por lesão, foi Thiago Motta.
O Barcelona, ao contrário, teve apenas uma ausência, a do lateral-direito Daniel Alves, que assim como 'Ibra', também cumpriu suspensão. Montoya ficou com a vaga.
Houve sete brasileiros em campo, cinco escalados pelo técnico Laurent Blanc. Além de Thiago Silva e David Luiz, jogaram Marquinhos, Maxwell e Lucas, que voltou a atuar no último fim de semana após dois meses fora e nesta quarta foi reserva. No time catalão, Neymar foi titular, e Adriano entrou no lugar de Montoya na parte final da partida.
O jogo começou agitado, mas sem chances claras de gol para os dois lados. O Barça se mantinha no campo de ataque, mas esbarrava na forte marcação dos donos da casa. Até que, aos 13 minutos do primeiro tempo, na única bobeira da defesa local até então, Suárez cruzou para Messi, que completou colocado e acertou a trave.
Cinco minutos depois, porém, a zaga do PSG vacilou, e os visitantes, com os craques que têm, não perdoaram. Messi avançou com certo espaço pelo meio e colocou na área para Neymar, que apareceu livre e tocou por baixo na saída do goleiro Sirigu.
O Barcelona não diminuiu de intensidade, e Neymar voltou a aparecer aos 25. O brasileiro foi lançado novamente na esquerda, passou por um e bateu. Sirigu caiu e fez a defesa.
Aos poucos, a equipe catalã passou a ter mais dificuldade para atacar, e o PSG foi se soltando aos poucos. O atual bicampeão francês enfim incomodou aos 34 minutos, quando Maxwell levantou da esquerda, Cavani se antecipou e desviou de calcanhar. Bem colocado, Ter Stegen segurou.
O centroavante uruguaio se destacou mais uma vez nos acréscimos, aos 46, num lance plasticamente bonito, mas que não serviu para muita coisa. Lavezzi fez o chuveirinho e ele emendou de voleio, mas o árbitro já havia marcado impedimento.
O time anfitrião tentou manter o embalo depois do intervalo, e logo aos três minutos da etapa final, Lavezzi arriscou de longe, mas Ter Stegen pegou. Apesar de ter passado a ficar um pouco mais com a bola, o PSG errava muitos passes, o que dificultava a criação de jogadas.
O ímpeto ofensivo dos comandados de Blanc foi diminuindo, e o Barcelona voltou a ser dono da partida. Aos 19 minutos, após lançamento de Messi, Neymar cruzou buscando Suárez, mas a defesa cortou.
Mas, três minutos depois, não houve quem segurasse 'Luisito', que fez estrago em uma linha de marcação brasileira. O camisa 9 recebeu na direita, deu uma caneta em David Luiz, passou por Marquinhos, ganhou de Maxwell e finalizou no canto esquerdo. Sirigu ainda tocou, mas não evitou o segundo.
Um gol poderia recolocar o bicampeão francês de volta ao confronto, e até houve uma boa oportunidade aos 24, mas Ter Stegen salvou. Cavani emendou de primeira com força na sobra e o goleiro interceptou.
A noite em Paris não era mesmo de David Luiz. Aos 33 minutos, ele levou mais um drible desconcertante de Suárez, uma caneta, desta vez na intermediária. Na sequência, o uruguaio concluiu no ângulo esquerdo de Sirigu.
Mesmo que tardiamente, o PSG iniciou uma reação que pode ser vista pelos torcedores e pelo próprio time como uma ponta de esperança. Aos 36, depois de cruzamento de Maxwell pela esquerda, Van der Wiel ficou com a sobra, chutou de primeira e contou com desvio em Mathieu para diminuir.
O problema para a equipe parisiense é que após o gol do lateral holandês, o Barça voltou a trocar passes para administrar a vantagem. Para piorar, na única chance que teve até o apito final, Cavani bobeou. Lavezzi desceu pelo meio e perdeu, mas a sobra ficou com o centroavante uruguaio, que, contudo, teve o chute bloqueado por Mathieu.
Ficha técnica:.
Paris Saint-Germain: Sirigu; Van der Wiel, Thiago Silva (David Luiz), Marquinhos e Maxwell; Rabiot (Lucas), Cabaye e Matuidi; Pastore, Lavezzi e Cavani. Técnico: Laurent Blanc.
Barcelona: Ter Stegen; Montoya (Adriano), Piqué, Mascherano e Alba; Busquets, Rakitic (Mathieu) e Iniesta (Xavi); Neymar, Suárez e Messi. Técnico: Luis Enrique.
Árbitro: Mark Clattenburg (Inglaterra), auxiliado pelos compatriotas Simon Beck e Jake Collin.
Cartões amarelos: Cabaye (Paris Saint-Germain); Piqué e Messi (Barcelona).
Gols: Cavani (Paris Saint-Germain); Neymar e Suárez (2x) (Barcelona).
Estádio: Parc des Princes, em Paris. EFE
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