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Paixão pelo Barcelona ajuda menina a superar cotidiano de conflitos no Iraque

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Shaalan Khabouri. Bagdá, 28 abr (EFE).- Anfal Amre é iraquiana, tem 15 anos e torce para o Barcelona, motivo pelo qual ganhou o apelido de "menina catalã", paixão que não foi apagada nem pelos jihadistas do grupo extremista Estado Islâmico (EI). O quarto de sua casa, localizada em um vilarejo da província iraquiana de Saladino, chegou a se transformar em um verdadeiro santuário do clube espanhol, revestido com pôsteres da equipe, cortinas com o escudo e até mesmo uma colcha com as cores azul e grená, além de diversos produtos. No entanto, os fundamentalistas islâmicos, que ocupam o norte do Iraque desde junho de 2014, acabaram com tudo. A mãe de Anfal Amre, Sundus al Lami, explicou que a família fugiu para Bagdá com medo da violência devido à invasão dos mujahedins. No fim de março, após a libertação da região, que fica ao norte da capital, Sundus voltou para casa, mas o imóvel havia sido saqueado, e todas as referências ao Barcelona foram destruídas ou roubadas. Anfal explicou à Agência Efe que seu amor pela equipe catalã surgiu anos atrás e a ajudou a preencher o vazio deixado pela morte do pai, assassinado por soldados americanos em 2004 durante a ocupação do Iraque pelos Estados Unidos. Apesar de ter apenas 5 anos à época, ela garante que lembra de tudo com intensidade e sofrimento iguais aos daqueles dias. "Quando as tropas americanas mataram meu pai diante dos meus olhos, entrei em um estado de depressão, não saía de casa e não queria mais viver", relatou. Pouco a pouco, por influência do irmão mais velho, Leiz, passou a torcer pelo Barcelona, que, da mesma forma que o Real Madrid, conta com um grande número de torcedores no Iraque, onde os clubes são acompanhados com fervor apesar de guerras, invasões e atentados. De acordo com a mãe, a crescente paixão da filha pela Barcelona a ajudou esquecer gradualmente da morte do pai e recuperar a alegria; por isso tomou "coragem" e economizou para comprar todos os tipos de objetos relacionados ao clube, disposta a "fazê-la esquecer a dor e a perda". "Adoro ver o Barcelona vencer, e meu sonho é, talvez algum dia, ver o time jogar no Camp Nou", disse Anfal, que também revelou que o irmão caçula, Mohammed, é torcedor do Real Madrid e que ambos já tiveram muitas discussões e brigas por isso. A menina acompanha as notícias sobre o clube sabe os nomes de todos os jogadores antigos e atuais. Mas a atenção especial é em relação a Lionel Messi, de quem conhece não apenas a trajetória profissional, mas também detalhes da vida pessoal. "Gosto de ler sobre sua esposa, suas viagens, as festas e as relações que ele tem com outros jogadores, a vida de todos realmente me diverte muito", contou. Após o roubo dos objetos pelos jihadistas, a mãe de Anfar já se comprometeu com a missão de repor aos poucos as referências do clube catalão. EFE sy-ir/vnm/id

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