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Opinião: Sem Anderson Silva, UFC expõe lado marginal para tentar atrair os brasileiros

Cena ridícula como a Wanderlei e Sonnen só tende a se repetir na organização

Mais Esportes|Marcelo de Salles, do R7

Papelão dos lutadores não condiz com as artes marciais
Papelão dos lutadores não condiz com as artes marciais Papelão dos lutadores não condiz com as artes marciais

A briga de Wanderlei Silva com Chael Sonnen serviu para escancarar o procedimento promocional do UFC e seu reality show em cima de uma luta. O que antes era provocação, nesse caso virou uma luta fora do octógono. Luta não, briga. A conduta marcial tanto pregada por diversos lutadores - àquela que preza pelo respeito, autocontrole e disciplina - simplesmente foi mandada para o brejo.

O que se viu não foi armado. Pior, foi uma agressão clara, daquelas que já fizeram lutadores serem expulsos em edições do TUF americano. O fato de Sonnen ter saído com uma ferida na testa foi o menor dos problemas que poderiam ter acontecido naquele momento. A maior ferida ficou para o MMA.

Um esporte novo, que se agigantou como nenhum outro em tão pouco tempo, mas talvez um dos que ainda geram mais controvérsias para a população, muito por conta de seu passado, onde não havia regras e alguns lutadores faziam questão de mostrar seus lados mais destemperados e bestiais. O primeiro problema foi sanado após um bom trabalho de regulamentação da modalidade, mas atitudes como a que ocorreu no TUF Brasil 3 reforçam a ideia do “espetáculo bárbaro”, e com razão.

E por que o UFC não pensou melhor e descartou a ideia de trazer Sonnen para ser técnico rival de Wanderlei Silva? Simples. Sem Anderson Silva, disparado como o principal ídolo do MMA no país, a organização precisa arranjar de qualquer forma um substituto a altura. Não para os eventos, pois estes já têm um público sólido, mas para continuar com o sucesso de divulgação da marca no país.

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O que se viu, é que a melhor maneira foi encontrar um brasileiro para bater na cara de um gringo que, desde que foi derrotado para Spider, não falou mais nada de negativo do país tupiniquim. Aliás, desde lá, com a exposição da Copa do Mundo, vários estrangeiros estão enxergando inúmeros problemas do Brasil, constrangedores. O que Wanderlei fez só deu mais motivos para termos vergonha, pois ser vistos como um povo agressivo e irracional não ajuda em nada em nossa realidade.

Sobrou até para André Dida, o treinador auxiliar de Wanderlei no programa, que foi visto dando socos em Sonnen enquanto eles brigavam no chão. Mas isso não teria acontecido se não fosse o destempero dos lutadores, alimentado com ênfase pelo UFC.

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As desculpas do ex-campeão do Pride pela sua conduta não apagarão o que ocorreu nesse episódio, até porque sua raiva e "sede de vingança" do americano continua e jamais que os promotores vão pedir um basta para tudo que vem acontecendo.

As provocações sempre fizeram parte dos esportes de combate, mas o ponto que ela chegou foi demais. Os lutadores de MMA, instrutores e artistas marciais que buscam passar uma imagem correta do esporte não merecem ser vistos como animais, nem os brasileiros. Enquanto cairmos nessa ideia marginal de enxergar o esporte, é cenas como vimos no TUF que irão se repetir.

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