Tenho perdido o encanto com o UFC. Um dos motivos? Me cansa assistir sempre aos mesmos roteiros: lutadores campeões com nível altíssimo que mal sofrem para confirmar os títulos em suas categorias. É assim com Velasquez, Jones, José Aldo, foi com Anderson Silva, GSP e parece ser o caso de Renan Barão daqui em diante.
Mas, ainda assim, a falta de competitividade não me afasta tanto dos combates quanto o tom de armação que ganharam os duelos. Se no antigo Pride o pau comia e as lutas eram emocionantes, no UFC, cada vez mais o marketing rouba o espaço da velha pancadaria.
Exemplo maior da publicidade desesperada para atrair público a um evento já não mais tão promissor na audiência está sendo a atual temporada do TUF, que traz como treinadores o norte-americano Chael Sonnen e o brasileiro Wanderlei Silva.
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Desafetos declarados, os lutadores não se gostam, é fato. No entanto, as briguinhas que eles têm promovido dentro do reality não enganam a ninguém. Xingamentos muitas vezes sem qualquer razão, empurrões circenses e, agora, esse tal quebra-pau que os dois terão no próximo episódio. Além de ter cara de armação, foge totalmente dos verdadeiros objetivos e comportamentos das artes marciais.
Já na segunda edição do programa, a emissora responsável pela transmissão forçou a barra para que os times brigassem entre si e promovessem armações uns contra os outros. De acordo com um ex-participante, as provocações começaram com os lutadores, mas a Globo instigava para que o circo pegasse fogo a todo o momento.
TUF? Estou fora. Se quiser ver teatrinho, vou ao Municipal assistir a uma peça de verdade!
*Francisco Valle é jornalista e, ultimamente, só acompanha o UFC se for a trabalho