Na onda da sustentabilidade, o advogado e empresário Marcio Juliasz tomou uma direção arrojada. Deixou de lado a sua formação acadêmica,
a carreira em uma metalúrgica química e passou a se dedicar a unir duas de suas
grandes paixões: surfe e marcenaria. Foi
assim que ele fez de um hobby um negócio
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Marcio
cria e produz pranchas de surfe e stand up feitas com madeira. Mas, a sua grande
sacada é a utilização do bambu, que, segundo o artesão, é a "madeira do futuro"
Arquivo Pessoal
— Você
pode plantar e colher bambu em abundância e, diferentemente de outros tipos de
madeira, ele não contribui para o desmatamento
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Marcio explica que o modo de
montagem é totalmente artesanal, baseado em uma técnica utilizada pela indústria
naval chamada Wood Strip Construction
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— A técnica de produção é inversa
a de um shaper convencional, que cria o formato da prancha de fora para dentro,
retirando o material de um bloco praticamente pronto. Eu não, trabalho de dentro para fora
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O precursor das pranchas
de madeira foi o norte-americano Tom Blake, que em 1929 criou a sua própria prancha, um modelo oco que proporcionou leveza
à prática do surfe. O californiano é o
grande responsável pelo esporte como conhecemos atualmente
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O bambu tem
uma série de vantagens por ser mais flexível, resistente e leve do que outros tipos
de madeiras. "Uma prancha convencional de stand up paddle, de 12 pés, pesa em
torno de 12kg. Já as minhas ficam com 10kg", explica
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Ele leva em torno de uma
semana para produzir uma prancha de bambu. Primeiro desenvolve o layout no
computador, em um sistema 3D, e depois parte para a mão na massa
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Marcio trabalha com lâminas
de bambu utilizadas para pisos e revestimentos
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— Arrumei um parceiro, a NeoBambu, que conseguiu desenvolver um produto para que eu pudesse laminar e deixar com uma espessura específica, em torno de 3mm a 4mm
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O artesão explica que a sua prancha
é mais rápida do que as comuns. "Você rema e consegue se
deslocar com mais velocidade, como numa racing. Além disso, ela resgata o visual dos
modelos antigos. A maioria dos meu clientes, depois do surfe,
chegam em casa, lavam a prancha com shampoo e penduram na parede. É um objeto
de design"
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— A minha paixão pela marcenaria começou
na infância. Meu avô tinha uma marcenaria, quando eu tinha uns 7 anos, e tudo começou
ali. Eu fazia o meu próprio skate, o carrinho de rolimã. Pouco depois, na adolescência,
além do esporte eu parti para o aeromodelismo. Se não gostava de um tipo de asa
para o avião, ia para a oficina e produzia a minha própria peça
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O
preço das pranchas de bambu são cerca de 20% mais caras do que as feitas com
outras madeiras. No caso das de stan up paddle, ficam entre R$ 4500 e R$ 6000
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Quem quiser conhecer mais o trabalho de Marcio Juliaz a página dele no Instagram é @standuppaddles