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Final da Copa América é consolidação do trabalho de Marcelo Bielsa

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Nelson Sandoval Díaz. Santiago (Chile), 3 jul (EFE).- As seleções de Chile e Argentina disputarão neste sábado a final da Copa América, e uma delas será a campeã do torneio, mas quem já pode ser considerado vencedor nesse jogo é o técnico argentino Marcelo Bielsa, cujas ideias estarão nos bancos de reservas das duas equipes. Jorge Sampaoli, treinador do Chile, e Gerardo Martino, que comanda a 'Albiceleste' não são apenas compatriotas de Bielsa. Os dois são vistos como os discípulos mais destacados de 'El Loco', tido como criador de uma "terceira via" no futebol de seu país por ter acabado com a histórica dicotomia das escolas de Cesar Luis Menotti e Carlos Bilardo. Sobre a base de uma equipe titular capaz de jogar vertiginosamente no mesmo ritmo tanto na defesa quanto no ataque, o estilo de Bielsa se fundamenta em chegar o mais rápido possível à área adversária e na recuperação rápida da bola, preferenciamente no campo contrário. A final deste sábado é o marco ideal para que, além das nuances próprias de estrategistas sagazes, como Martino e Sampaoli, a marca de Marcelo Bielsa seja definitivamente consolidade como um remédio no futebol sul-americano atual. Talvez seja a culminação do que ficou pendente nos períodos de Bielsa como técnico da Argentina (1998-2004) e do Chile (2007-2011), cargos que abandonou de forma abrupta, sem conseguir a consolidar os processos. Nas duas situações, houve conflito entre a rigidez dos princípios do 'Loco' com a realidade administrativa das federações. Apesar do reconhecimento que o treinador recebeu no mundo do futebol, poucas vezes sua concepção futebolística encontrou o tempo ou o espaço para que os elogios aparecessem atados a resultados, que no fim de contas, são o que fica impresso na história. Na Argentina, o lapso entre Bielsa e Martino conheceu outras concepções futebolísticas, mas o agora técnico do Olympique de Marselha de alguma maneira voltou através de quem foi seu pupilo e discípulo, mas com algumas diferenças. No Newell's Old Boys, de 1990 a 1992, quando começou a trajetória como treinador, surgiram vários pupilos de Bielsa, dos quais o mais destacado foi Gerardo Martino. O 'Tata' era peça chave daquela equipe como dono do meio-campo. Em uma carreira como treinador que começou no modesto Almirante Brown e inclui passagens por seleção paraguaia e Barcelona, Martino chegou a uma seleção provida de grandes jogadores, liderados por Lionel Messi. Na opinião de especialista e mesmo de Sampaoli, 'Tata' alcançou o cargo com brilho próprio e não apenas por ser um mero imitador de seu mentor. O técnico de Rosário deu ênfase em suas equipes ao controle de bola até níveis obsessivos: a posse absoluta e, como consequência, o controle total das partida. Sampaoli, por sua vez, não foi muito longe como jogador, mas mesmo assim também pôde se inspirar em Bielsa, embora também não seja um clone do 'Loco'. Ele já disse ser um "bielsista atípico", mas revelou que passa muito tempo ouvindo palestras e preleções do treinador do Olympique. Antes de chegar à seleção chilena, em 2013, Sampaoli completou um período bem-sucedido à frente do Universidad do Chile. Por isso, no momento da transição, foi visto como o continuador natural do ciclo virtuoso que Bielsa abriu no futebol do país. Entre as principais diferenças com o mentor, estão a preferência por uma pressão maior sobre o adversário, uma recuperação mais rápida e um ataque mais vertical, procurando a chegada à área adversária com a maior quantidade possível de jogadores. Sampaoli salientou que essa forma de jogar, apontada por Martino como "uma máquina de atacar", não mudará na final, apesar da força do adversário. EFE ns/dr

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