Aos 20 anos, sabe que um de seus trunfos é a facilidade em aplicar em campo o que é pedido por Rogério Ceni. Ao mesmo tempo que inicia a sua trajetória entre os profissionais, o rapaz se dedica aos estudos no curso de Administração na Faap (Fundação Armando Alvares Penteado), onde passou em primeiro lugar no vestibular. "Meus dois últimos anos de escola não foram tão bons quanto minha formação inicial. Quando vi o resultado, me surpreendi", contou.
Ele está no último ano da faculdade, mas tem tido dificuldades de acompanhar as aulas. Na última semana, por exemplo, faltou na última terça-feira por causa da concentração e na quarta porque enfrentou o Santos na Vila Belmiro. "Vou tocar da melhor maneira possível, mas, se começar a me atrapalhar, aí vou trancar", argumentou.
Nascido em Porto Alegre, Araruna se mudou para Brasília e passou a jogar bola no colégio. Depois, veio morar em São Paulo. Aos 13 anos, foi convidado para treinar no CT do São Paulo. "Eu era diferenciado, mas tinha muita gente do mesmo nível. Acho que dei sorte. Fui um dos melhores no coletivo e o pessoal gostou de mim. Fui ficando, me adaptando e ganhando confiança".
O que era uma brincadeira de criança foi se tornando algo mais sério. Os pais de Araruna, que sempre trabalharam em multinacionais, só exigiam que os estudos também fossem prioridade. "Tinha todas as opções de faculdade, pois minha família pôde me proporcionar isso".
Foi na base que ele teve contato com garotos vindos de realidades bem distintas da sua. "Acabei conhecendo o outro lado da vida. Não tenho nenhum preconceito, lido muito bem com pessoas que têm um poder aquisitivo maior ou menor, não tenho problema nenhum".
Araruna não esconde o seu passado de torcedor do São Paulo e se orgulha em dizer que na Copa Libertadores de 2005, quando o time foi campeão, ele foi a todos os jogos da campanha no Morumbi. "Dentro de campo, isso é um combustível a mais, pois eu não me conformo em ver o time perdendo".
Além de ir bem nos estudos, ele fala inglês e consegue entender bem o que Michael Beale, auxiliar de Rogério Ceni, diz nos treinamentos. Mas, mesmo tendo uma boa bagagem cultural, quer primeiro vencer no Brasil para depois tentar seguir para o futebol europeu. "Prefiro fazer uma carreira grande aqui no Brasil, ganhar títulos no São Paulo, para depois sair mais maduro".