Rogério Ceni saiu em defesa do jovem zagueiro do São Paulo
Maurício Rummens/LancepressDiferentemente do que pensa Juan Carlos Osorio, Rogério Ceni acredita que os problemas políticos do São Paulo não interferem no rendimento da equipe. Isso, no entanto, não faz com que o goleiro-artilheiro exima a diretoria de culpa pelo momento de turbulência interna. O Mito lamentou a exposição que o clube tem vivido com o vazamento de problemas internos, a começar pela polêmica contratação do zagueiro Iago Maidana, de 19 anos.
- É sempre importante esclarecer os acontecimentos. Nem sabia da contratação, fiquei sabendo que ele chegou aqui. Não sei nem direito os valores... Vi hoje (quinta-feira) que tem história de R$ 2 milhões, R$ 800 mil, R$ 400 mil, não sei direito... É sempre bom as partes poderem esclarecer o fato acontecido. Mas ele não tem absolutamente nada a ver. Se existe algo obscuro, não é da parte dele - reclamou o capitão.
A compra de 60% dos direitos econômicos de Maidana por R$ 2,4 milhões foi mais um dos episódios polêmicos da gestão de Carlos Miguel Aidar, que diz não saber que o zagueiro fora revelado no Criciúma. O Tricolor pagou o valor para a Itaquerão Soccer, que registrou o garoto por dois dias no Monte Cristo, da terceira divisão de Goiás. A empresa alega ter investido R$ 800 mil para tirar a promessa do time catarinense, que rebate dizendo que o vendeu por R$ 400 mil.
A evidência de mais um problema administrativo deixou Rogério Ceni magoado. O camisa 01 lembrou que o clube sempre foi exemplo para blindar os bastidores do Morumbi e alertou para os efeitos colaterais que as confusões podem trazer. O ídolo só fez questão de ressaltar a opinião de que nada disso tem poder de atrapalhar o trabalho dos jogadores no CT da Barra Funda.
- É algo extremamente à parte do que é vivido no CT. Sou um dos mais antigos e os mais jovens nem conhecem quem frequenta o CT e é da diretoria. O jogador precisa ficar fora disso. Não atinge o ambiente diretamente. O importante é focar nos jogos. Mas isso afeta, sim, o clube, a marca e a instituição. O clube está se expondo demais, algo que não acontecia. É difícil tratar internamente de assuntos mais apimentados com tanta gente falando - ponderou.
Em agosto, durante o período mais crítico do desmanche do elenco promovido pela diretoria, Ceni chegou a bradar contra as vendas. Na ocasião, o Mito disse entender as "necessidades financeiras", mas que também batalhava por suas "necessidades de ser campeão". Agora, o cenário mudou e o goleiro-artilheiro não esconde a insatisfação com a mudança de cenário no São Paulo.
- Foram necessidades do clube, que eu tambem não gostaria que tivessem acontecido. Tinha uma expectativa grande, muito grande, principalmente no Campeonato Brasileiro, chegando ao mês de novembro com uma diferença de dois ou três pontos acima ou abaixo, não mais de dez pontos atrás do líder. Claro que a gente entende as necessidades, mas... Uma pena porque para mim é o último ano, a última chance, mas o torcedor pode ter certeza que vamos tentar brigar por na Copa do Brasil - projetou.
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