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OPINIÃO: Riquelme, o último tango do futebol argentino

Futebol|

Se o gênio Nelson Rodrigues estivesse entre nós e acompanhasse com atenção o futebol argentino, certamente afirmaria que Riquelme "trata a bola como se fosse uma orquídea". De fato, toda vez que a redonda parava nos pés do camisa 10 do Boca Juniors saía um poema. E dos mais bonitos da América Latina de Borges, Neruda e Benedetti.

Riquelme não nasceu em berço de ouro. Precisou driblar as dificuldades da vida em campos de várzea, onde aprendeu o famoso "fútbol de potrero", versão argentina da pelada.

Com talento e num compasso de tango, El Torero superou os campos de terra e foi ingressando no mundo profissional. Logo de cara, aprendeu que quem corre é a bola, não o jogador.

A postura em campo, meio blasé, irritava os torcedores rivais, que o chamaram de "pecho frío". No entanto, inconscientemente, evocava Zidane, Didi e Gerson. Elegância e jogo refinado, duas características que não existirão mais no futebol num par de anos.

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Não preciso mencionar o número de títulos conquistados pelo craque no Boca Juniors, muitos no Brasil, salão de festas preferido depois da Bombonera. Acredito que as inúmeras notas publicadas durante o dia já deram conta do recado. Só convém ressaltar que Riquelme foi maior do que Maradona para os seguidores do clube mais popular da Argentina.

Por fim, Riquelme foi a alma tangueira do futebol argentino. Era bailarín, milonga, valsa, orquestra... Riquelme é algo que se perdeu no tempo.

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