O balanço financeiro do Corinthians foi aprovado em reunião do Conselho Deliberativo na última segunda-feira, mas o momento exige cuidados, e pode fazer o clube recorrer a empréstimos para não terminar a temporada em déficit. Segundo informação do "Estado de São Paulo", o Timão terá receita de R$ 198,4 milhões entre julho de 2014 e junho de 2015, mas as despesas atingem R$ 243 milhões. A diferença de R$ 44,6 milhões preocupa o diretor financeiro Raul Correa da Silva, que deu uma explicação:
- Entramos em um quadro de recessão técnica - afirmou o dirigente, ampliando a visão para falar sobre o Brasil.
Os motivos do rombo financeiro nos cofres do Corinthians foram quedas significativas na arrecadação, envolvendo baixa nas vendas de produtos licenciados e ao menos R$ 12 milhões que viriam das bilheterias, mas não são mais contabilizados, pois são direcionados ao fundo que administra a Arena Corinthians.
OPOSIÇÃO TEME "SITUAÇÃO GRAVÍSSIMA COM AS PIORES CONSEQUÊNCIAS"
Antônio Roque Citadini, um dos principais membros da oposição à atual diretoria do Corinthians, escreveu um texto em seu blog pessoal na última semana, citando o que considera os problemas para o clube atingir um equilíbrio orçamentário. O ex-dirigente do Timão citou contratações sem critério, altos salários e comissões pagas a empresários como valores que pioram o quadro.
"Contratação de jogadores a torto e a direito, salários pra lá de elevados, comissões pagas para compra, venda, empréstimos e tudo mais foram sangrando as finanças. Daí , sem outra saída, essa situação foi um passo para antecipar receitas futuras, gastando o que viria nos próximos anos. Hoje o quadro é claramente de dificuldades. Esses acordos com “investidores” para a compra de jogadores é mais um indicativo do desequilíbrio total das finanças. Ao Corinthians não resta outra saída senão buscar chegar a um orçamento equilibrado. Gastar o que pode e nada mais. Se esta espiral de dívidas continuar, em breve o clube entrará em situação gravíssima com as piores consequências", escreveu Citadini.