O treinador do Paris Saint-Germain, Christophe Galtier, foi acusado de racismo por um ex-diretor de futebol do Nice. Julien Fournier, que ocupava o cargo no clube francês, teve sua denúncia, feita por e-mail, divulgada pelo podcast "After-Foot", da emissora francesa "RMC Sport".
De acordo com as informações, o caso aconteceu em agosto de 2021, no começo da passagem de Galtier pela Costa do Sol. Fournier entrou em contato com a INEOS, empresa que comanda o Nice, falando sobre uma reunião que teve com Galtier e com seu filho, que é agente de jogadores. O técnico teria contestado a quantidade de jogadores negros e muçulmanos no elenco.
"Christophe Galtier entrou então no meu escritório e cumprimentou o seu filho, que disse 'você pode verificar com meu pai o que acabei de lhe dizer'. Assim que seu agente/filho saiu, eu disse a ele que contei a Galtier sobre a conversa que ele tinha acabado de ter e eu perguntei se era verdade. Ele respondeu que sim e que tinha que levar em conta a realidade existente na cidade, e que de fato não poderíamos ter tantos negros e muçulmanos na equipe", disse o dirigente na mensagem ao jornalista Romain Molina, do After-Foot.
Fournier também discorreu sobre um outro episódio, quando Galtier foi a um restaurante na cidade de Nice e torcedores o abordaram, dizendo que havia muitos negros no clube. Posteriormente, o então comandante das Águias teria dito a Fournier que o elenco não correspondia ao perfil da cidade e nem ao que os torcedores queriam. Mas não pararia por aí. O dirigente também falou sobre uma reunião com outro filho do técnico, John Valovic-Galtier, que tratou sobre a continuidade do comandante à frente da equipe ser "insustentável".
"Perguntei a John o que se passava e ele explicou-me que esta equipe não era como ele, que não podíamos continuar assim. Pedi a ele que explicasse melhor o que estava querendo dizer e ele falou que eu construí uma equipe de escória, já que só havia negros e metade do elenco estava na mesquita às sextas-feiras à tarde", dizia a mensagem.
Reencontro pesado
No último sábado, PSG e Nice se enfrentaram e o treinador francês foi recebido com vaias e uma faixa ofensiva direcionada à sua mãe. Após a partida, Galtier respondeu às provocações.
"Vocês viram o que eles fizeram? Vocês leram aquela faixa? A minha mãe tem 83 anos e está se recuperando de um câncer. Ponto final. Se aquelas pessoas nas arquibancadas ainda assistem aos jogos da equipe na Conference League, é graças ao meu trabalho na temporada passada. Independentemente do que pensam, é graças ao meu trabalho e ao de Didier Digard (atual treinador) que ainda há jogos europeus em Nice nesta temporada", disparou Galtier.
Em setembro de 2022, Julien Fournier já havia afirmado que o atual técnico do PSG havia deixado a Costa do Sol de forma nada amistosa.
"Se eu explicar as verdadeiras razões pelas quais brigamos, porque 'brigar' é realmente a palavra correta, Christophe Galtier nunca mais entrará em um vestiário, nem na França, nem na Europa inteira", afirmou o dirigente.
Treinador se pronunciou
Em comunicado enviado pro seu advogado à agência AFP, Galtier constestou as alegações.
"Galtier tomou conhecimento com espanto dos comentários insultuosos e difamatórios. Dada a gravidade das acusações contra ele, que contesta com a maior firmeza, Christophe Galtier imediatamente contatou seu advogado, Maître Olivier Martin, para iniciar, sem demora, os procedimentos legais necessários. Ele tem sido alvo de ameaças intoleráveis e atos de assédio", disse a defesa do treinador do PSG.
Com demissão de VP, Flamengo chega aos R$ 37 milhões em multas de técnicos
Parece impossível para o torcedor rubro-negro se livrar das memórias da era Jorge Jesus, ainda mais quando o Flamengo passa por tantos altos e baixos relacionados aos treinadores do time carioca. Desde a saída do técnico português, o Rubro-Negro já teve seis outros "professores" à beira do gramado. O problema de ter tantos técnicos, além do projeto esportivo, é quanto isso pesa no bolso do Flamengo. Com a saída de VP, o Rubro-Negro vai pagar, ao todo, R$ 37 milhões em multas rescisórias a ex-treinadores. Somente o português receberá cerca de R$ 15 milhões. Desde a saída de Jorge Jesus, em 2020, o Flamengo gastou R$ 22 milhões em pagamentos para treinadores que foram demitidos. Relembre quem foram os treinadores do Flamengo desde JJ, como foi a passagem de cada um deles e quanto custaram aos cofres do Rubro-Negro: