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LanceAlém de comentários críticos em outras postagens do clube por parte dos seguidores por conta do não-posicionamento no último domingo (17) sobre o Dia Internacional de Combate a LGBTfobia, o Athletico também recebeu uma crítica mais intensa do coletivo de torcedores Athletico LGBTQ.
Através das redes sociais, o coletivo fez a postagem de uma carta aberta onde chegou a mencionar que não ficou surpreso com a falta de posicionamento:
- Conhecemos nosso clube, sabemos como as coisas são e como pensam em diversos aspectos, e por esse motivo, tentamos não criar grandes expectativas.
A carta aberta ainda permeia pelo aspecto da filosofia adotada e expressa pela atual administração do Rubro-Negro que fala em aspecto inovadores como sendo o grande norte de iniciativas como, por exemplo, a mudança do nome e da identidade visual do Furacão:
- Acreditamos que um clube que prega inovação, rebeldia, ambição e entusiasmo, não pode se prender à convicções pessoais. Pessoas são passageiras, o Clube permanecerá.
Confira a carta aberta na íntegra
Quando decidimos iniciar esse projeto, sabíamos muito bem o “vespeiro” em que estaríamos ingressando, afinal temos plena ciência do pensamento conservador que permeia o futebol, os apaixonados pelo esporte e o Club Athletico Paranaense. Conhecemos nosso clube, sabemos como as coisas são e como pensam em diversos aspectos, e por esse motivo, tentamos não criar grandes expectativas.
Durante essa semana, enquanto pensávamos a respeito das postagens que faríamos em uma data tão importante para nós como a de ontem, conversamos um pouco sobre como seria se enfim houvesse alguma ação do Athletico. No entanto, não podemos dizer que fomos pegos de surpresa com o silêncio do clube.
A verdade é que o silêncio fala mais do que vagas palavras. A ausência de uma postagem, demonstrando apoio a uma causa, ainda que ficto, evidencia que o clube não está preocupado comparte de sua torcida que, no final das contas, é tão torcedor e consumidor do clube como qualquer outro. Fica evidente que o clube é omisso na segurança de alguns dos seus torcedores, que não se sente segura em sua própria casa. São torcedores diversas vezes que deixam de consumir a marca,por insegurança e medo. Quem perde é o clube.
Para ser grande é preciso ter coragem, coragem de ser inovador, de pensar a frente de seu tempo, coragem de não se calar diante de pensamentos retrógrados. Acreditamos que um clube que prega inovação, rebeldia, ambição e entusiasmo, não pode se prender à convicções pessoais. Pessoas são passageiras, o Clube permanecerá. As pessoas que lá estão, devem trabalhar em prol de tornar o Athletico cada dia maior e isso só será possível com a inclusão de todos neste processo, é através da diversidade e, principalmente, da inclusão que haverá o aumento da participação no dia a dia do Athletico Paranaense. Neste momento o ego não deve falar mais alto, ou não deveria.
Entendemos que nossa luta transcende o clube e os torcedores, trata-se de um retrato social, todavia, o futebol integra a sociedade, forma opinião e não pode ficar alheio, precisa assumir responsabilidade no processo de mudança de paradigma. A dinâmica interna do Clube algumas vezes acaba reverberando a exclusão, a violência e o preconceito existente no país.
Nós amamos o Club Athletico Paranaense, vivemos esse clube no nosso dia a dia, choramos e sorrimos lado a lado, não só agora, sempre, e isso não vai mudar, é um sentimento maior do que nós!
Acreditamos sim que as coisas podem mudar, podem melhorar, e, no final, nos apegamos ao que temos, ao apoio incondicional que diariamente recebemos, a cada uma das pessoas que sempre estão ali nos apoiando, nos dando suporte, acompanhando cada ação que fazemos para mostrar que nosso trabalho é importante. À essas pessoas, nosso agradecimento de todo coração, são vocêsque nos movem a ir mais longe e é graças a vocês que somos hoje um dos maiores coletivos de torcedores LGBT’s do Brasil, afinal...
Para ser grande é preciso coragem! E nós temos!