Foi um dia e tanto para o Bauru. Diante de um Ginásio Panela de Pressão lotado e "fervendo", os atuais campeões sul-americanos mostraram porque são considerados uma das maiores potências do basquete brasileiro e do continente e levaram a melhor sobre o atual campeão da Liga das Américas, Flamengo, pelo placar de 92 a 84, e de quebra ainda foram premiados.
Por ter vencido os dois jogos contra o Flamengo na fase de classificação do NBB 7, o time bauruense foi premiado com o troféu da primeira edição da Copa dos Campeões das Américas, premiação criada pela Liga Nacional de Basquete (LNB) para coroar o ganhador do duelo entre os atuais campeões das competições continentais.
Em homenagem Cláudio Mortari, a Liga Nacional de Basquete decidiu nomear o troféu Copa de “Troféu Cláudio Mortari”, que foi entregue pelo próprio Mortari a Alex Garcia, destaque do Bauru nas duas partidas diante do clube rubro-negro. Ex-treinador e atual supervisor técnico do Pinheiros, Cláudio foi o técnico do histórico título mundial do E.C Sírio em 1979 e também comandou a Seleção Brasileira nos Jogos Olímpicos de Moscou (RUS) em 1980.
Para sair de quadra com a vitória, com a liderança do NBB 7 mantida (90% de aproveitamento) e com o troféu da Copa dos Campeões das Américas, o Bauru contou com mais uma grande atuação coletiva de seu poderoso elenco e teve cinco jogadores registrando dez ou mais pontos. O destaque ficou por conta do ala Alex Garcia, que anotou 21 pontos e sete rebotes, totalizando 24 de eficiência.
Quem também se sobressaiu pelo lado bauruense foi o armador Ricardo Fischer, responsável por 17 pontos e três assistências, o pivô Murilo Becker, que saiu do banco e teve atuação quase perfeita, terminando a partida com 16 pontos em 19 tentados (84,2% de aproveitamento), além de nove rebotes, e do ala/pivô Jefferson, que ao marcar 15 pontos, se tornou o 11º jogador na história do NBB a ultrapassar a marca dos 3.000 pontos.
- Sabíamos que seria um jogo dificílimo, mas a garra e determinação que mostramos não só hoje, mas em todo o campeonato, toda a temporada, tem sido predominante. Está todo mundo de parabéns pelo basquete que apresentamos hoje. Fomos melhores que o Flamengo hoje e merecemos essa vitória. - comentou o bauruense Murilo, que totalizou 23 de eficiência.
Pelo lado do Flamengo, que conheceu sua sexta derrota na atual temporada do NBB e agora caiu para a quarta posição, com campanha de 11 triunfos em 17 jogos (64,7% de aproveitamento), o destaque ficou por conta do pivô norte-americano Jerome Meyinsse, que errou somente um arremesso durante o jogo inteiro e deixou a quadra com 21 pontos em 23 arremessados (91,3% de aproveitamento), além de ter apanhado mais nove rebotes.
Outros que apareceram bem pelo lado do atual campeão das Américas e Intercontinental foi o armador argentino Nico Laprovittola, que flerto com um triplo-duplo ao encerrar o duelo com 15 pontos, nove assistências e sete rebotes, seguido pelo ala Vitor Benite, autor de 16 pontos, e do ala/pivô Olivinha, que também beirou um duplo-duplo ao registrar 15 pontos e nove sobras.
FLAMENGO COMEÇA MELHOR, MAS SEDE À PRESSÃO
Como já era de se esperar, o clássico entre Bauru e Flamengo no Ginásio Panela de Pressão começou fervendo e literalmente “lá e cá”, com leve superioridade do Flamengo, que se portou muito bem na defesa e abriu quatro pontos (13 a 9). Do outro lado, o lado defensivo também se mostrou eficiente e , com sete de Hettsheimeir e Alex Garcia, a equipe do interior paulista chegou a ficar na frente (18 a 16), mas sofreu o empate ao final do primeiro quarto, que terminou em 18 a 18.
A partida seguiu sendo jogada em altíssimo nível da etapa seguinte, que teve diversas alternâncias de placar nos primeiros minutos. Vindo do banco logo no começo da parcial, o ala Marquinhos se mostrou muito bem e foi peça importante para o clube rubro-negro, mas seus sete pontos não foram suficientes para segurar os bauruenses, que abriram sete pontos na reta final do segundo quarto e foram para os vestiários com 42 a 37 no placar.
Nada mudou na volta do intervalo e o confronto seguiu eletrizante. Depois de ver o Bauru abrir sete pontos de vantagem, o Flamengo correu atrás do resultado e chegou a tirar a diferença para um ponto (48 a 47). Apesar da pressão inicial, os comandados do técnico Guerrinha conseguiram se segurar ainda e abrir boa diferença no final. A situação bauruense melhorou ainda mais com a exclusão do ala Marquinhos, que fez uma falta e ainda levou uma técnica em seguida e foi desqualificado com cinco faltas ainda no terceiro quarto. Desta forma, os atuais campeões sul-americanos deram uma boa arrancada no fim e fecharam o terceiro período com oito pontos de frente: 69 a 61.
Empolgado pelo bom final do terceiro quarto que fez, o Bauru seguiu apresentando um belo padrão de jogo e mostrando porque é o líder do NBB 7. Com a torcida inflamada no Panela de Pressão, a equipe da casa acertou três bolas de 3 pontos nos primeiros dois minutos de bola em jogo e estendeu a diferença para 13 pontos (79 a 66). A partir daí, o clube paulista deslanchou e foi ampliando sua vantagem foi aumentando a cada minuto que passava, chegando a ser de 18 pontos (89 a 71).
Com o jogo praticamente ganho, o Bauru reduziu o ritmo nos minutos finais e viu o Flamengo iniciar uma reação e ameaçar a tranquilidade de sua vitória. Com uma arrancada de 10 a 1 em pouco menos de dois minutos, o time do técnico José Neto reduziu a frente bauruense para nove pontos e chegou a acreditar em uma possível reação, mas não havia tempo para mais nada e os donos da casa garantiram o triunfo no duelo de titãs: 92 a 84.