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Ele já havia sido reverenciado por príncipes e reis, mas, em 19 de novembro de 1969, Pelé alcançava mais um feito em sua carreira ao marcar o milésimo gol, de pênalti, contra o Vasco, no Maracanã. Confira grandes momentos da carreira e da vida de Pelé
Agência Estado
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O milésimo gol foi mais uma das muitas coroações que o maior jogador de futebol de todos os tempos alcançou. Desde a infância, em Três Corações (MG), onde nasceu em 23 de outubro de 1940, tinha paixão pelo futebol
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Com os amigos em Bauru, onde foi morar ainda com 5 anos, ele tinha um apego especial pela bola. Filho de dona Celeste Arantes e João Ramos do Nascimento, o Dondinho, o menino Edson Arantes do Nascimento, antes de ser conhecido como Pelé, era chamado de Dico. Foi de Dondinho, que era jogador de futebol, que Pelé herdou o amor pela bola. Ainda criança, ele atuou por equipes como o Canto do Rio e o BAC (Bauru Atlético Clube), apelidado de Baquinho
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O ex-craque da seleção brasileira Waldemar de Brito, treinador do BAC, reconhecendo o talento do menino, o levou para o Santos, onde ele estreou em 7 de setembro de 1957, contra o Corinthians de Santo André. E já fez o seu primeiro gol, na vitória santista por 7 a 1
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Ainda desconhecido, em 1957, foi reverenciar o ídolo Friedenreich, consagrado pela seleção nos anos 20 e 30. Naquele ano, Pelé se tornaria o jogador mais jovem a ser o artilheiro do Paulista, com 17 gols
Agência Estado
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Em 1958, ele fez o impressionante número de 58 gols e novamente foi artilheiro do Paulista. Ainda com 17 anos, ele já era um jogador imprescindível para a seleção brasileira
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E, mesmo ficando de fora nos dois primeiros jogos do Brasil na Copa de 1958, entrou contra a URSS. A partir de então, com ele e Garrincha em campo, a seleção deslanchou e se sagrou campeã do mundo pela primeira vez, com cinco gols de Pelé. Nessa Copa, ele passou a ser conhecido como Rei do Futebol, apelido criado pela imprensa francesa
Agência Estado
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Em 1959, mesmo consagrado, Pelé serviu no Exército, incorporando-se ao 6º Grupo Motorizado de Artilharia de Costa (6º GMAC), na Fortaleza Itaipu, na Praia Grande, em Santos. Como soldado Nascimento, atuou pela seleção das Forças Armadas, marcando quatro gols e conquistando o Campeonato Sul-Americano Militar daquele ano
Agência Estado
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Na Copa de 1962, Pelé atuou na estreia, fazendo um dos gols da vitória brasileira sobre o México. No segundo jogo, contra a Tchecoslováquia, machucou-se e deu lugar a Amarildo. Garrincha chamou a responsabilidade para si, e o Brasil foi bicampeão
Agência Estado
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Pelé também foi protagonista na ascensão do Santos, que se sagrou bicampeão mundial em 1962/63, além de ter sido o primeiro clube brasileiro a conquistar a Libertadores. No primeiro título mundial, venceu o Benfica, do português Eusébio, nascido em Moçambique, e tido como o maior jogador de Portugal de todos os tempos. Já no fim da vida, Eusébio costumava falar com orgulho de sua amizade com Pelé
Agência Estado
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Em 1963, Pelé já era garoto-propaganda, fazendo campanhas para algumas marcas, como a do famoso carrão da época, o Aero Willys
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Outro companheiro inseparável é o violão. Pelé sempre adorou a música e já fez algumas composições durante as horas vagas
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Do jornal L'Equipe, sobre Pelé, nos anos 60: 'É o anjo e o demônio misturados, ao mesmo tempo o Orfeu da beleza triste e a
morte da sinistra felinidade. Garoto tranquilo e bom na vida, mas máquina
infernal no campo do jogo. A arte de Pelé pertence ao domínio da bruxaria, da
magia negra. Faz gols divertindo-se como um louco. Disputa um Mundial com o
mesmo entusiasmo que numa partida de bairro entre amigos'
Agência Estado
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Pelé também foi rei no Pacaembu, em partidas memoráveis. Nesta, em 1964, ele faz um gol de pênalti contra o Grêmio
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Também em 1964 e contra o mesmo Grêmio, Pelé atuou cinco minutos como goleiro, após expulsão de Gylmar. E não havia substituição na época. Ele já havia feito três gols e, no gol, realizou grandes defesas, garantindo o placar de 4 a 3
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Na Copa de 1966, Pelé também fez gol, marcando na vitória sobre a Bulgária, na estreia. Mas Pelé voltou a se machucar em uma Copa, dessa vez no jogo contra Portugal. Ele ficou de fora do duelo decisivo, contra a Hungria, que definiu a eliminação do Brasil ainda na primeira fase
Agência Estado
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Contra a Bulgária, Pelé e o ídolo Garrincha fizeram a última partida juntos. Com Pelé e Garrincha em campo, a seleção brasileira nunca foi derrotada
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Graças a Pel, a camisa 10 ficou imortalizada como a dos craques dos times. Isso porque ele a recebeu, meio por acaso, após confusão da CBD (a então Confederação Brasileira de Desportos), na Copa de 1958 e teve atuações memoráveis. Também foi por causa de Pelé que surgiu a expressão gol de placa
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Em setembro de 1969, foi a vez de Friedenreich vir abraçar o já famoso Pelé. Em declaração ao jornal O Estado de S. Paulo, Fried orgulhava-se de ter pegado o menino no colo, ainda criança
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E, em novembro de 1969, Pelé fez o milésimo gol, de pênalti, vencendo o goleiro argentino Andrada. O jogo contra o Vasco terminou 2 a 1 para o Santos. Todos os presentes no estádio aplaudiram de pé o ídolo
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Uma multidão de repórteres o cercou e, diante dos microfones, ele declarou: 'Pensem nas criancinhas'
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No vestiário, ele completou: 'Ajudemos às crianças desafortunadas, que precisam do pouco de quem tem muito'. Também lembrou os 'velhinhos cegos'
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Durante a tumultuada preparação para a Copa de 1970, Pelé chegou até a ficar no banco, sob as ordens do então técnico da seleção, João Saldanha. O treinador declarou, inclusive, que Pelé estava com problema na vista, fato admitido pelo Rei do Futebol anos depois. No Mundial do México, porém, já sob o comando de Zagallo, Pelé foi protagonista da campanha vitoriosa do Brasil. A seleção foi tricampeã e garantiu a posse definitiva da taça Jules Rimet jogando um futebol maravilhoso
EFE/jg
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Ele fez quatro gols na Copa de 1970, o mais importante abrindo o placar na final, contra a Itália. E lances inesquecíveis entraram para a história nesse Mundial, mesmo não terminando em gol: o chute do meio de campo contra a Tchecoslováquia, a cabeçada para o chão, defendida pelo inglês Gordon Banks e o drible de corpo no goleiro uruguaio Mazurkiewicz. Em 1971, ele se despediu da seleção brasileira em São Paulo, antes da despedida definitiva no Rio. Os paulistas o aclamaram com uma coroa
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Em outubro de 1974, ele se despediu do Santos. Voltou aos campos para jogar no Cosmos, de Nova York, numa negociação que iniciou o marketing do futebol moderno. Pelé se tornou um jogador que também ganhava por contratos comerciais, vinculados à sua imagem
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Nos Estados Unidos, foi recebido como um 'presente de Deus ao futebol'
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Ele encerrou definitivamente a carreira em 1977, em amistoso contra o Santos, quando atuou um tempo para cada equipe. E fez um belo gol de falta, de longa distância. Pelo Santos, é claro
Estadão Conteúdo / Arquivo
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Durante a consagrada carreira, Pelé fez do Corinthians a sua maior vítima. Ele marcou 50 gols contra o Timão, em 33 jogos: 16 no Pacaembu, nove no Morumbi, sete na Vila Belmiro e um no Parque São Jorge
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Ele se tornou ídolo cortejado por artistas. Na foto, com o humorista Chico Anysio, em 1989
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Também teve relacionamentos marcantes, como com a então modelo Xuxa Meneghel, no início dos anos 80. Ele também se casou com Rosemeri Cholbi, cuja relação durou de 1966 a 1978, com três filhos: Jennifer, Kelly e Edinho, ex-goleiro do Santos
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Nesta foto, ele apoia seu filho Edinho, em campanha do Santos em 1995, quando a equipe foi vice-campeã brasileira com boa atuação do goleiro. Pelé ainda descobriu que tinha uma outra filha, em 1991: Sandra Regina, na época com 27 anos,
entrou com uma ação na Justiça para ser reconhecida. A ex-vereadora de Santos
(SP), fruto do relacionamento de três meses de Pelé com Anísia Machado, morreu aos 42 anos, vítima de câncer, em 2006. Anísia também morreu, em março de 2014
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Pelé assumiu outra filha, Flávia Lutz. E, do relacionamento com Assíria, tem os gêmeos Joshua e Celeste, ambos nascidos em 1996. Mas o craque é tão famoso que sempre foi tietado por políticos, inclusive presidentes dos Estados Unidos. Na foto, com Bill Clinton, na Mangueira, em 1997. Antes, Ronald Reagan lhe disse: 'Muito prazer, sou o presidente dos Estados Unidos. Você não precisa se apresentar porque Pelé todo mundo sabe quem é'
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Em 2013, o Rei posa para os fotógrafos ao lado da namorada, Márcia Cibele Aoki. Eles se casariam três anos depois
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O maior jogador de todos os tempos também virou tema de filme: Pelé Eterno, dirigido por Aníbal Massaini, entrou em cartaz em 2004
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O jornalista Armando Nogueira disse: 'Se Pelé não tivesse nascido homem, teria nascido bola'. Já o ex-craque Puskas, húngaro morto em 1996, sentenciou: 'O maior jogador de futebol do mundo foi Di Stefano. Eu me recuso a classificar Pelé como jogador. Ele está acima de tudo'
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Beijando sua conquista maior, uma réplica da taça Jules Rimet. Pelé é o maior artilheiro de toda a história do futebol, tendo marcado 1.281 gols em 1.363 partidas. Em 1999, ele foi escolhido Atleta do Século também pelo Comitê Olímpico Internacional. Em 1981, havia sido escolhido pelo jornal L'Equipe
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No início de 2014, ele foi premiado pela Fifa, recebendo a Bola de Ouro do futebol, uma nova maneira de consagrá-lo como o maior jogador de todos os tempos. Quando Pelé nasceu, seus pais o chamaram de Edson, em homenagem a Thomas Edison, o inventor, entre outras coisas, da lâmpada elétrica. Mas outro Edson, o Pelé, foi quem mais iluminou o futebol mundial
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Em reconhecimento ao seu legado, a Fifa prestou uma homenagem a Pelé quando ele completou 80 anos, em 23 de outubro de 2020. Em postagens nas redes sociais, a entidade felicitou o melhor jogador de todos os tempos. 'Feliz Aniversário de 80 anos ao Rei', diz o título de uma das três publicações em relação ao ex-atacante do Santos e da seleção brasileira. Entre as homenagens, fotos, vídeos, números do ex-atacante, depoimentos de jogadores e de celebridades internacionais, como o líder da banda Rolling Stones, Mick Jagger, e o ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela
Santos FC/Divulgação