Grêmio e Santos voltam a se enfrentar nesta quinta-feira, na Arena, pela 22ª rodada do Campeonato Brasileiro. Acusada de racismo, Patrícia Moreira da Silva não poderá estar presente. Flagrada chamando o goleiro Aranha de macaco em partida válida pela Copa do Brasil no final de agosto, a torcedora responderá processo por injúria racial, enquanto em algumas poucas entrevistas tenta se esquivar do apedrejamento social que vem recebendo.
Nesta quarta-feira (17), Patrícia concedeu entrevista ao jornal Zero Hora e falou que pretende ser um “símbolo nacional contra o racismo”.
— Me sinto uma prisioneira. Perdi toda a minha vida social, não posso mais botar o nariz na rua. No dia do depoimento, quando fui entrar na delegacia, me senti uma assassina. Não pretendo ver o jogo (desta quinta-feira). Torço para o Grêmio ganhar, levar os três pontinhos e para a gente entrar no G-4.
Questionada pela publicação se pretende algum dia voltar a frequentar estádios de futebol, Patrícia disse não saber.
— Nesse momento, não. Eu quero, não só dentro da Arena, mas em outros estádios, na vida social, ser um símbolo contra o racismo. Pretendo mudar essa imagem. Ser um exemplo que englobe todos os times, torcidas. Não vale a pena mesmo, tem que pensar antes de falar qualquer coisa. Olha o que aconteceu comigo? Minha vida está exposta. Só quero que me deixem viver. Deixem eu poder ir no Gasômetro tomar um chimarrão e ver o pôr-do-sol.