O atacante Fred resolveu se
manifestar por meio das redes sociais, nesta terça-feira (8), para criticar
atitudes de torcidas organizadas de times brasileiros, especialmente
as que são seguidoras do Fluminense, depois de ter sido alvo de atos hostis por
partes de torcedores na semana passada
Gazeta Press
Depois da eliminação diante do Vasco, na semifinal do Campeonato Carioca, e da derrota por 3 a 1 para o Horizonte, no jogo de ida da primeira fase da Copa do Brasil, os jogadores do time tricolor foram alvos de protestos na última quinta-feira e no sábado, dia em que Fred teve o seu carro cercado por torcedores enfurecidos
Jorge Rodrigues/Agência Eleven/Gazeta Press
O fato motivou o goleador a
publicar um longo desabafo em sua página no Facebook, intitulado “Manifesto
contra as torcidas organizadas”, no qual chegou a dizer que teme uma “tragédia”
na próxima quinta-feira (10) caso a equipe não consiga reverter a vantagem do
Horizonte, no Maracanã, no confronto de volta da Copa do Brasil
Reprodução/Instagram
“Após o ‘recado’ dado no último
fim de semana - quando um bando de marginais, travestidos de torcedores, foi
para a porta das Laranjeiras ameaçar os jogadores do time -, o futebol
brasileiro está prestes a viver mais uma tragédia anunciada nesta quinta-feira,
caso o Fluminense não elimine o Horizonte pela Copa do Brasil”, escreveu Fred,
para em seguida descrever o episódio tenso que viveu no último fim de semana
Gazeta Press
“Sábado passado, ao sair do meu
trabalho, me deparei com cerca de 20 desocupados rodeando meu carro em cima do
passeio, praticamente dentro do clube. Os cinco seguranças do time até tentaram
conter a fúria desses bandidos, mas foi em vão! Minha reação, e única defesa, foi acelerar o
carro, mesmo correndo o risco de machucar quem estivesse na frente, tendo em
vista que começaram a bater no vidro e na lataria do meu veículo. Para completar, quase provoquei um acidente,
pois vinha um caminhão e não vi. Graças a Deus, nada de mais grave aconteceu”,
disse
Gazeta Press
O ato fez Fred admitir que ele
chegou a refletir se “vale a pena tanto esforço e dedicação diários para esse
clube que aprendi a respeitar e a gostar”
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“Só no domingo me dei conta de que apenas 20 pessoas [geralmente, as mesmas] estavam matando a minha vontade de dar alegria a milhões de torcedores de verdade, aqueles que vibram com as conquistas e sofrem com as derrotas, mas sem partir para a agressão, pois entendem que nem sempre é possível vencer. Em 2011, vivi uma situação parecida aqui mesmo no Fluminense e, desde então, optei por não aceitar esse tipo de intimidação”, completou
Gazeta Press
“O
esvaziamento dos estádios de futebol não pode ser uma mera coincidência. As
bandeiras que antes tremulavam nas arquibancadas hoje se transformaram em armas
brancas nas mãos desses bandidos”
Reprodução/Instagram
“Lutarei com a arma que tenho.
Por isso, a partir de hoje, as comemorações dos meus gols não serão mais para
as torcidas organizadas. Meus gols serão dedicados exclusivamente aos
verdadeiros torcedores do Fluzão, a não ser que a lei seja mais rigorosa ou os
responsáveis por essas facções revejam o papel que elas deveriam exercer, que é
apoiar o time do coração incondicionalmente, principalmente nos momentos de
dificuldade, pois é quando mais precisamos de incentivo", encerrou