Marín está preso na Suíça e Del Nero pode ter o nome envolvido
FERNANDO DANTAS/Gazeta Press
Vice-presidente mais velho da CBF, Delfim de Pádua Peixoto Filho, 74, é quem assume a presidência da confederação brasileira caso Marco Polo Del Nero saia do cargo. Para o catarinense, que também é presidente da Federação do Estado, as acusações contra membros da Fifa, entre eles, até aqui, três brasileiros, não trazem nada de bom para o futebol do País, que vai demorar algum tempo para se reerguer em caso de condenação.
— [As acusações] Só trazem coisas ruins para o Brasil e para o mundo. É lamentável. Vamos demorar uns cinco anos para levantar a imagem do futebol brasileiro e, só então, poderemos pensar em benefícios novamente.
Apesar de ver um cenário ruim caso as acusações se comprovem, Peixoto acredita que os brasileiros são inocentes e não aprova a cultura de pré-julgamento que diz existir na imprensa. O nome de Del Nero, atual presidente da CBF, não apareceu nas investigações, mas ainda pode surgir como um dos coconspiradores. Já José Maria Marin, ex-dono do cargo, está entre os sete presos na Suíça na última quarta-feira (27).
Marin é investigado pelo recebimento de R$ 20 milhões em propinas em duas negociações, a primeira em edições da Copa América e outra na Copa do Brasil (torneio nacional). Amigo do dirigente “desde os tempos em que foram deputados juntos”, Peixoto diz que seria uma grande decepção em caso de condenação do ex-companheiro.
— O Marin tem 83 anos e nunca foi levantado nada contra ele, que já foi deputado e governador. Em um caso hipotético de condenação, seria uma decepção enorme para mim.
Decepcionado ou não com os colegas, Peixoto, que também é advogado, pede que as investigações sejam transparentes e brandas, diz que a intenção não é pôr panos quentes em cima do caso, mas acredita que Del Nero vá explicar tudo assim que chegar ao Brasil. Ele deixou a Suíça nesta quarta (28) já que não pode votar nas eleições da Fifa na próxima sexta, pois pertence ao comitê executivo da entidade.
Caso o nome do presidente seja envolvido nas investigações e ele tenha que deixar o cargo, Peixoto não se importa em assumi-lo, mesmo sem ter essa ambição.
— Eu assumiria, mas não pela minha própria vontade. Nunca tive essa ambição. Vamos esperar o Del Nero voltar, ele vai reunir todo mundo e terá explicações.
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