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Sobrevivente de tragédia da Chape, Alan Ruschel avisa: "A gente precisa seguir em frente"

Lateral se reapresentou e concedeu entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira (20)

Futebol|Do R7

Alan Ruschel concedeu entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira (20)
Alan Ruschel concedeu entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira (20) Alan Ruschel concedeu entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira (20)

Sobrevivente da tragédia de Medellín, o lateral-esquerdo Alan Ruschel concedeu entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira (20). Após ficar um período com os famíliares em Caxias, no Rio Grande do Sul, o defensor está de volta ao clube, onde se recuperará do acidente para em breve voltar a trotar pelo gramado.

Um dos assuntos comentados com Ruschel foi a chegada dos reforços e, consequentemente, seus novos companheiros. Para ele, quem chegou tem que se considerar privilegiado.

— O clube escolheu a dedo quem viria pra cá. Quem veio é privilegiado por competência e capacidade.

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Alan Ruschel também falou sobre o amistoso que a equipe catarinense fará contra o Palmeiras neste sábado (21), na Arena Condá, às 16h30, horário de Brasília. Será o primeiro jogo do time principal depois do acidente trágico.

— Esse jogo é um jogo que a cidade estava precisando, todos ficaram muito abalados com o que aconteceu. Nada e nem ninguém vai apagar o que aconteceu. Mas a gente precisa seguir em frente na vida e acho que esse jogo vale muito para a Chapecoense, para a cidade e para os familiares.

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Como reconstruir um clube devastado por 19 mortes e com três jogadores gravemente feridos? Eis o desafio homérico que a Chapecoense terá em 2017, depois do desastre na Colômbia, mês passado, quando o avião que transportava a equipe caiu a poucos metros do aeroporto de Medellín, deixando 71 vítimas fatais
Desde então, muito se fala sobre gestos de solidariedade para ajudar o time a se reerguer. No Brasil, diversos clubes manifestaram em notas oficiais a intenção de colaborar com o empréstimo de atletas. Porém, a realidade talvez seja um pouco diferente
O primeiro a levantar a lebre sobre a cessão de atletas foi o diretor-executivo do São Paulo, Marco Aurélio Cunha. O dirigente ressaltou que se recusaria a oferecer à Chape alguma peça que não fosse útil ao elenco do São Paulo. — Não pode ser qualquer um também, aquele cara que eu não quero mais aqui. Eu só empresto assim quem eu gosto, que seja útil. Precisa ver também se o jogador vai querer, depende também da terceira pessoa.
O alerta de Marco Aurélio Cunha teria sido elogiado por dirigentes da Chapecoense, que concordaram que esta talvez não fosse uma boa alternativa na reconstrução do elenco. Por isso, o longo processo da Chape para recompor o elenco não deve se encerrar antes da estreia na próxima temporada
A diretoria pretende avançar aos poucos nas contratações e continuar a observar possíveis oportunidades já com os campeonatos de 2017 em andamento, para poder chegar no meio do ano, para o início do Campeonato Brasileiro, em condições de se manter na elite
Depois do ano-novo, o elenco começa a pré-temporada com uma base que será complementada pouco a pouco nos meses seguintes. O clube admite cautela para não se precipitar e considerar o pacote de reforços como suficiente para competir em igualdade com outros elencos em 2017
De acordo com o novo diretor de futebol da equipe, João Carlos Maringá, a reconstrução do elenco irá além das contratações desta janela de transferências do fim de ano. “Queremos começar o Estadual com menos jogadores. A ideia é deixar alguns atletas para contratarmos durante os campeonatos regionais. Vamos observar o Paulista. Nós não podemos queimar todas as nossas fichas agora, tudo de uma vez”, explicou
O presidente em exercício, Ivan Tozzo, admite a busca por 25 atletas para o começo da temporada, em janeiro, quando a Chapecoense vai disputar a Primeira Liga. A diretoria já fechou com o zagueiro Douglas Grolli, ex-Cruzeiro e ex-Ponte Preta, e quer apresentar mais reforços antes das festividades de fim de ano
A tragédia da Chape trouxe à tona outro triste episódio ocorrido com um clube brasileiro. No dia 15 de janeiro de 2009, um acidente com o ônibus que transportava o time do Brasil de Pelotas matou três pessoas no Rio Grande do Sul
O veículo despencou por um barranco de 40 metros e Cláudio Milar (foto), maior ídolo da torcida xavante, o zagueiro Régis e o treinador de goleiros Giovani Guimarães foram as vítimas. Outras nove pessoas ficaram feridas
“Foi um período muito difícil. Nós tínhamos um time jogando e outro no hospital”, conta ao R7 Hélder Lopes, presidente do Brasil de Pelotas na época, sobre a recuperação dos feridos
“Além da questão humana nós tivemos de lidar com a parte financeira e administrativa. E não tínhamos outra saída. O acidente aconteceu há quatro dias do início do Campeonato Estadual e nós precisávamos pagar as contas, a folha salarial e todos os compromissos acordados. Isso além das despesas médicas”
Na época, os rivais Grêmio e Internacional se solidarizaram com a tragédia e cederam dois jogadores emprestados ao Brasil de Pelotas. Porém, no final, a ajuda financeira recebida pelos xavantes acabou sendo bem pequena
“O momento era complicado porque não havia jogadores disponíveis, a temporada já estava começando e as equipes todas estavam montadas. E a ajuda financeira prometida também ficou aquém do esperado e do que nós necessitávamos”, lembra o ex-presidente, que revelou o auxílio no valor de R$ 50 mil por parte da Federação Gaúcha de Futebol (FGF) e do extinto Clube dos 13. Algumas empresas privadas e dois agentes de jogadores também ofereceram um aporte
“Não quero ser ingrato e nem pessimista com o que vai acontecer com a Chapecoense. É uma tragédia de proporções diferentes e o clube também se encontra em um momento distinto do nosso em 2009. A Chapecoense está na Série A do Brasileiro, disputando a final da Copa Sul-Americana. Tudo isso gerou uma comoção internacional, não sei o quanto isso pode sensibilizar. Acredito que sim. Presto meu apoio e espero que a diretoria do clube tenha serenidade para lidar com a situação”, completou o ex-presidente do time gaúcho
No caso da Chape, uma das grandes ajudas recebida até o momento veio do exterior. Por meio do ex-lateral-direito Belletti, o Barcelona ofereceu apoio financeira e convidou a equipe catarinense para a disputa do Troféu Joan Gamper, torneio amistoso disputado anualmente desde os anos 60
A Chapecoense aceitou o convite e o tem usado como chamariz na tentativa de atrair jogadores para o ano que vem. Enfrentar Messi, Neymar, Suárez e companhia, no Camp Nou, pode ser uma oportunidade única
Da Conmebol e do Atlético Nacional de Medellín o apoio veio com a oficialização do título da Copa Sul-Americana para a Chapecoense. Pela vitória simbólica no jogo final, a Chapecoense terá direito a US$ 2 milhões. Além disso, o título garante ao time catarinense a presença na fase de grupos da Libertadores e na Recopa Sul-Americana, que será disputada justamente contra o Atlético Nacional
A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) está organizando um amistoso entre Brasil e Colômbia, no início do ano que vem, no qual a renda será toda revertida para familiares e vítimas do acidente aéreo envolvendo o time da Chapecoense
O jogo deve acontecer, segundo conversas iniciais, em 22 ou 25 de janeiro. O local ainda não está definido – pode ser na cidade de Chapecó ou em um estádio maior, para arrecadar mais – e a ideia da CBF é que o Brasil entre em campo com a sua seleção principal, sendo que a liberação de jogadores da Europa vai depender da negociação com os clubes
Paralelamente a isso, a CBF decidiu doar 5 milhões de reais para o clube.
Para recomeçar o processo de reconstrução, a Chape anunciou Vágner Mancini como seu novo treinador. Em sua chegada, o técnico, que estava desempregado desde que foi demitido do Vitória, previu dificuldades
“Todos estamos motivados em função dessa reconstrução. Quando algo acontece, tem de ter ação em cima disso. Talvez um pouco de dificuldade no começo, mas não pode ser desculpa. Precisamos montar o time o mais rápido possível”
“Temos de ter uma equipe dentro de campo, mas é importante ter gente capaz ao seu lado. A comunidade é forte, presente. Temos de olhar para a raiz do clube e entender os êxitos. Passar a agir, a ação é muito importante a partir de agora. São muitos campeonatos, importante montar um elenco que suporte tudo isso e seja a cara que o torcedor quer ver. Hoje a marca Chape é mundial. Quem chegar tem de entender isso”
Fique por dentro de tudo sobre a Chapecoense na página especial do R7

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Como reconstruir um clube devastado por 19 mortes e com três jogadores gravemente feridos? Eis o desafio homérico que a Chapecoense terá em 2017, depois do desastre na Colômbia, mês passado, quando o avião que transportava a equipe caiu a poucos metros do aeroporto de Medellín, deixando 71 vítimas fatais
Desde então, muito se fala sobre gestos de solidariedade para ajudar o time a se reerguer. No Brasil, diversos clubes manifestaram em notas oficiais a intenção de colaborar com o empréstimo de atletas. Porém, a realidade talvez seja um pouco diferente
O primeiro a levantar a lebre sobre a cessão de atletas foi o diretor-executivo do São Paulo, Marco Aurélio Cunha. O dirigente ressaltou que se recusaria a oferecer à Chape alguma peça que não fosse útil ao elenco do São Paulo. — Não pode ser qualquer um também, aquele cara que eu não quero mais aqui. Eu só empresto assim quem eu gosto, que seja útil. Precisa ver também se o jogador vai querer, depende também da terceira pessoa.
O alerta de Marco Aurélio Cunha teria sido elogiado por dirigentes da Chapecoense, que concordaram que esta talvez não fosse uma boa alternativa na reconstrução do elenco. Por isso, o longo processo da Chape para recompor o elenco não deve se encerrar antes da estreia na próxima temporada
A diretoria pretende avançar aos poucos nas contratações e continuar a observar possíveis oportunidades já com os campeonatos de 2017 em andamento, para poder chegar no meio do ano, para o início do Campeonato Brasileiro, em condições de se manter na elite
Depois do ano-novo, o elenco começa a pré-temporada com uma base que será complementada pouco a pouco nos meses seguintes. O clube admite cautela para não se precipitar e considerar o pacote de reforços como suficiente para competir em igualdade com outros elencos em 2017
De acordo com o novo diretor de futebol da equipe, João Carlos Maringá, a reconstrução do elenco irá além das contratações desta janela de transferências do fim de ano. “Queremos começar o Estadual com menos jogadores. A ideia é deixar alguns atletas para contratarmos durante os campeonatos regionais. Vamos observar o Paulista. Nós não podemos queimar todas as nossas fichas agora, tudo de uma vez”, explicou
O presidente em exercício, Ivan Tozzo, admite a busca por 25 atletas para o começo da temporada, em janeiro, quando a Chapecoense vai disputar a Primeira Liga. A diretoria já fechou com o zagueiro Douglas Grolli, ex-Cruzeiro e ex-Ponte Preta, e quer apresentar mais reforços antes das festividades de fim de ano
A tragédia da Chape trouxe à tona outro triste episódio ocorrido com um clube brasileiro. No dia 15 de janeiro de 2009, um acidente com o ônibus que transportava o time do Brasil de Pelotas matou três pessoas no Rio Grande do Sul
O veículo despencou por um barranco de 40 metros e Cláudio Milar (foto), maior ídolo da torcida xavante, o zagueiro Régis e o treinador de goleiros Giovani Guimarães foram as vítimas. Outras nove pessoas ficaram feridas
“Foi um período muito difícil. Nós tínhamos um time jogando e outro no hospital”, conta ao R7 Hélder Lopes, presidente do Brasil de Pelotas na época, sobre a recuperação dos feridos
“Além da questão humana nós tivemos de lidar com a parte financeira e administrativa. E não tínhamos outra saída. O acidente aconteceu há quatro dias do início do Campeonato Estadual e nós precisávamos pagar as contas, a folha salarial e todos os compromissos acordados. Isso além das despesas médicas”
Na época, os rivais Grêmio e Internacional se solidarizaram com a tragédia e cederam dois jogadores emprestados ao Brasil de Pelotas. Porém, no final, a ajuda financeira recebida pelos xavantes acabou sendo bem pequena
“O momento era complicado porque não havia jogadores disponíveis, a temporada já estava começando e as equipes todas estavam montadas. E a ajuda financeira prometida também ficou aquém do esperado e do que nós necessitávamos”, lembra o ex-presidente, que revelou o auxílio no valor de R$ 50 mil por parte da Federação Gaúcha de Futebol (FGF) e do extinto Clube dos 13. Algumas empresas privadas e dois agentes de jogadores também ofereceram um aporte
“Não quero ser ingrato e nem pessimista com o que vai acontecer com a Chapecoense. É uma tragédia de proporções diferentes e o clube também se encontra em um momento distinto do nosso em 2009. A Chapecoense está na Série A do Brasileiro, disputando a final da Copa Sul-Americana. Tudo isso gerou uma comoção internacional, não sei o quanto isso pode sensibilizar. Acredito que sim. Presto meu apoio e espero que a diretoria do clube tenha serenidade para lidar com a situação”, completou o ex-presidente do time gaúcho
No caso da Chape, uma das grandes ajudas recebida até o momento veio do exterior. Por meio do ex-lateral-direito Belletti, o Barcelona ofereceu apoio financeira e convidou a equipe catarinense para a disputa do Troféu Joan Gamper, torneio amistoso disputado anualmente desde os anos 60
A Chapecoense aceitou o convite e o tem usado como chamariz na tentativa de atrair jogadores para o ano que vem. Enfrentar Messi, Neymar, Suárez e companhia, no Camp Nou, pode ser uma oportunidade única
Da Conmebol e do Atlético Nacional de Medellín o apoio veio com a oficialização do título da Copa Sul-Americana para a Chapecoense. Pela vitória simbólica no jogo final, a Chapecoense terá direito a US$ 2 milhões. Além disso, o título garante ao time catarinense a presença na fase de grupos da Libertadores e na Recopa Sul-Americana, que será disputada justamente contra o Atlético Nacional
A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) está organizando um amistoso entre Brasil e Colômbia, no início do ano que vem, no qual a renda será toda revertida para familiares e vítimas do acidente aéreo envolvendo o time da Chapecoense
O jogo deve acontecer, segundo conversas iniciais, em 22 ou 25 de janeiro. O local ainda não está definido – pode ser na cidade de Chapecó ou em um estádio maior, para arrecadar mais – e a ideia da CBF é que o Brasil entre em campo com a sua seleção principal, sendo que a liberação de jogadores da Europa vai depender da negociação com os clubes
Paralelamente a isso, a CBF decidiu doar 5 milhões de reais para o clube.
Para recomeçar o processo de reconstrução, a Chape anunciou Vágner Mancini como seu novo treinador. Em sua chegada, o técnico, que estava desempregado desde que foi demitido do Vitória, previu dificuldades
“Todos estamos motivados em função dessa reconstrução. Quando algo acontece, tem de ter ação em cima disso. Talvez um pouco de dificuldade no começo, mas não pode ser desculpa. Precisamos montar o time o mais rápido possível”
“Temos de ter uma equipe dentro de campo, mas é importante ter gente capaz ao seu lado. A comunidade é forte, presente. Temos de olhar para a raiz do clube e entender os êxitos. Passar a agir, a ação é muito importante a partir de agora. São muitos campeonatos, importante montar um elenco que suporte tudo isso e seja a cara que o torcedor quer ver. Hoje a marca Chape é mundial. Quem chegar tem de entender isso”
Fique por dentro de tudo sobre a Chapecoense na página especial do R7

Como reconstruir um clube devastado por 19 mortes e com três jogadores gravemente feridos? Eis o desafio homérico que a Chapecoense terá em 2017, depois do desastre na Colômbia, mês passado, quando o avião que transportava a equipe caiu a poucos metros do aeroporto de Medellín, deixando 71 vítimas fatais

Ruschel está com 27 anos e chegou a Chapecoense por empréstimo. O atleta foi revelado pelo Juventude, onde chamou a atenção do Internacional, que o contratou. Porém, ele não conseguiu se firmar no Colorado. Antes da Chape, ele chegou a ser emprestado ao Atlético-PR.

Na coletiva, o lateral ainda falou na maneira como ele quer representar os amigos que o deixaram no acidente de Medellín, no fim de novembro do ano passado.

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— Eu de alguma forma quero representar o pessoal que hoje não está mais com a gente. Quero voltar a jogar, me dedicar e fazer tudo correto. É uma forma de honrar o pessoal que se foi.

Enquanto Alan Ruschel não está pronto para voltar, ele torcerá pelos novos companheiros que iniciam a jornada de reconstrução do clube contra o campeão brasileiro neste sábado.

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