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Oswaldo desabafa, assume a responsabilidade e avisa que não cai em pressão

Após início ruim no Brasileirão, treinador palmeirense concedeu entrevista coletiva nesta terça

Futebol|

Oswaldo de Oliveira pediu para ir à sala de imprensa da Academia de Futebol nesta terça-feira (26), dia em que não costuma conceder entrevista coletiva. O técnico do Palmeiras falou por 50 minutos e disse que compreende a pressão após o início ruim no Brasileirão, mas enumerou fatores que atrapalham o desenvolvimento do time e fez um desabafo.

— Eu me propus a vir aqui hoje porque com o início ruim no Brasileiro tem se falado muita coisa. Às vezes é irrelevante e a gente não se preocupa, mas como está um volume muito grande, decidi que algumas dúvidas e especulações deveriam ser perguntadas a mim. Estou vendo gente falando coisas que não existem. Neste momento, o responsável sou eu. O presidente gastou R$ 45 milhões para montar um elenco. Alexandre Mattos trabalhou como nunca vi ninguém fazer. Agora, a responsabilidade é minha, de montar um time e de levar em frente - declarou.

Uma das coisas que incomodam o treinador é a repercussão dada pela imprensa à reunião que o diretor de futebol Alexandre Mattos fez com o elenco nessa segunda-feira, dia seguinte à derrota por 1 a 0 para o Goiás. O técnico, por sinal, admitiu que não gostaria que o papo ocorresse em público.

— Ontem, eu acabei o treinamento, entrei na sala de musculação e vi o André, do Sportv, dizendo: "Já está escuro, e o Oswaldo está fazendo treinamento de finalização com os jogadores. É reflexo da reunião do Alexandre, porque o Oswaldo na segunda-feira não costuma dar o treino, deixa para os auxiliares". Isso acontece quando é jogo-treino. Mas do treinamento, quem vem aqui, sabe que participo. E como participo! Não era um treino de finalização. Eu já tinha dado meu treino da maneira como sempre dou. O André não se deu o trabalho de olhar para trás. Fica muito ruim, porque isso passa para o torcedor do Palmeiras que o Oswaldo vive de empurrão, de ser pressionado. Tenho 64 anos de idade, 40 de carreira, 22 vividos fora do Brasil, com experiência de encarar alemães, ingleses, coreanos, japoneses, árabes - reclamou.

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— Não tenho necessidade nenhuma de chegar aqui e viver de pressão de pessoas que têm menos experiência no futebol que eu. O dia em que fizer isso, vou me aposentar. Se eu quisesse, ficaria na praia tomando água de coco até meio-dia. Depois, tomo chope. Porque antes do meio dia é alcoolismo.

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Oswaldo ainda elogiou o desempenho da equipe, apesar das três rodadas sem vitória no Brasileiro, e comparou os resultados de 2015 com os de 2014 para se defender.

— Tenho contrato e estou amando meu trabalho, tenho gostado muito de tudo o que estamos conseguindo fazer. Os resultados no Brasileiro não foram o que estávamos esperando, queríamos ganhar dois desses três jogos. Não ganhar do time reserva do Atlético-MG, empatar com o Joinville sem a sua torcida e perder em casa para o Goiás foi muito difícil. Mas, no ano passado, o time reserva do Atlético-MG não empatou com o Palmeiras. Ganhou, aqui, de 2 a 0. E o Goiás não ganhou de 1 a 0, ganhou de 6 a 0. Então acho que está elas por elas. Nos três jogos, o Palmeiras dominou. Ocorre que nós tivemos 74% de posse de bola contra o Goiás. De dentro da área, finalizamos nove vezes. Foi uma vantagem avassaladora.

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Veja os principais tópicos da entrevista de Oswaldo:

O que falta para encaixar?

Foram 22 jogadores que caíram no meu colo. Ontem perguntei a eles: "Quantos de vocês que estão sentados aqui não se machucaram esse ano?". Sabe quantos levantaram a mão? Oito. De 40, oito! Ou seja, 32 já se machucaram. Alguns deles, mais de uma vez. Isso quer dizer o quê? Que em vários momentos não tive todos para trabalhar. O único titular que não se machucou em momento nenhum foi o Gabriel. Os quatro goleiros não se machucaram, o Victor Luis, o Julen e o Dudu... O Lucas machucou, o Victor Ramos, o Vitor Hugo, o Zé Roberto... O Amaral, que veio para ser titular, se machucou e não consegui usar. Como você vai fazer uma mágica? É claro que isso vai ter percalços, vamos ter que tropeçar.

Críticas à imprensa

Ocorre que às vezes a pessoa que está no estúdio e não tem a sensibilidade de sentir o calor do campo, o suor, vê como se fosse videogame. Eu saio daqui, quando acaba o treino, e vou trabalhar até 20h, 21h. Saio, vou para casa e continuo trabalhando. Quem sai do estúdio, vai para casa descansar. Há de se ter mais cuidado com a análise, senão forma uma opinião que não é verdadeira. Quando cheguei ao Japão, aconteceu a mesma coisa. Perdemos os dois primeiros jogos, empatamos três e uma repórter falou para mim: "Oswaldo, você está pilotando o pior início do Kashima na história". Eu disse: "Mas posso pilotar o melhor fim de campanha. E foi o que aconteceu, ganhamos nove jogos seguidos e fomos campeões". Isso com 34 rodadas, aqui são 38".

Reunião a portas abertas

Eu converso a portas fechadas. Converso com meus filhos a portas fechadas. Não sou de dar bronca, sou muito light, mas prefiro de forma mais comedida e mais controlada. Acho que os mais experientes não gostam muito (de cobrança pública) e os mais novos acatam melhor.

Reforços

Negociação envolve mercado, oferta e procura, concorrência. Qualquer coisa que eu diga aqui pode acabar interferindo. Temos a intenção de enriquecer nosso elenco. Recebi 22 jogadores, agora estou conhecendo todo mundo e tenho uma opinião melhor. É tudo o que posso dizer.

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