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publicado em 24/01/2012 às 18h58:

Eterno ídolo corintiano da Copinha, Fabinho Fontes confessa que foi vencido pela gandaia

Meia foi revelado pelo clube na década de 90, mas nunca se firmou na equipe profissional

Mauricio Duarte, do R7

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Fabinho Fontes foi uma das maiores revelações do Corinthians na Copa São Paulo. Vice-campeão em 1993 e campeão e artilheiro em 1995, a expectativa era de que o camisa 10 fosse o substituto de Neto, não só no número que carregava nas costas, mas na posição de ídolo da torcida. Porém, o meia foi vencido pela “gandaia” e não passou de mais uma promessa que ficou no meio do caminho da história do futebol.

Maiores campeões da história fazem a final da Copa São Paulo

- Eu tive oportunidades, tive apoio da torcida. O erro foi meu. A gandaia acabou comigo.

Em entrevista exclusiva ao R7, Fabinho contou sobre como se perdeu em meio ao deslumbramento causado pela fama e relembrou os melhores momentos de sua carreira, como a antológica final da Copinha de 1993, quando o Corinthians perdeu por 4 a 3 do São Paulo.

- Foi um jogão em 1993, eram as duas melhores equipes ali. Tanto uma como a outra podia ganhar, mas naquele dia o Jamelli [atacante do Tricolor] estava iluminado e conseguiu fazer três gols. Fez a diferença no jogo. Mas fizemos um bom papel.

Depois de sua passagem pelo Corinthians, Fabinho foi emprestado em 1996 e rodou por vários times: LDU, do Equador – onde teve Sócrates como treinador –, Alverca, de Portugal, Taubaté e Figueirense. Atualmente, o ex-atleta voltou a vestir a camisa do Corinthians, mas na equipe de Masters do clube, que percorre o Brasil fazendo jogos.

Torcedor do Corinthians, Fabinho está acompanhando a Copinha e espera que o time do coração consiga mais um título nesta quarta-feira (25), na decisão contra o Fluminense. Leia abaixo a reveladora entrevista na íntegra.

R7- Qual é a importância de uma final da Copa São Paulo na carreira de um jogador que vem da base?

Fabinho Fontes - A importância é muito grande, porque o que o jogador mais quer na categoria de base é se destacar para ir para o profissional. Jogando em uma equipe grande como o Corinthians, melhor ainda. E ainda mais chegando a uma final e sendo campeão, é quase 100% de chance de jogar no profissional. Eu tive essa alegria de se destacar e chegar ao profissional.

R7 - Como era a estrutura que vocês tinham nos juniores em comparação com a que existe hoje?

Fabinho Fontes - A estrutura que o Corinthians tem hoje não tem nem comparação com a minha época. A gente treinava no terrão. Fiquei oito anos treinando ali e na época da Copinha a gente treinava no terrão também. Tinha o CT de Itaquera, mas os campos eram ruins também. Eu acho que nós chegamos bem no profissional, porque a gente já tinha uma base de oito anos jogando juntos. Tínhamos uma base de Corinthians, de vestir a camisa, mas condições extra-campo a gente não tinha. Foi na raça mesmo, pela nossa qualidade. Se tivesse essa estrutura que tem hoje, teríamos aproveitado melhor.

R7- Você subiu para o profissional já como um ídolo da torcida, coisa rara de acontecer. O que faltou para você se firmar de vez no time principal do Corinthians?

Fabinho Fontes - Faltou estrutura fora de campo. Pessoas que poderiam ter me dado um alicerce. Eu não tive isso. Aconteceu muito rápido. Eu já era ídolo da torcida nos juniores, fui para a seleção e fui campeão mundial sub-20 na Austrália. Jogador jovem, muita coisa acontecendo rápido, acaba se empolgando. Foi o que acabou acontecendo comigo. Eu me deslumbrei. Jogando em time grande. Com o nome que eu tinha nos juniores, eu tinha mais moral que alguns profissionais. Me empolguei fora de campo, na noite e tudo o mais. Jogando no Corinthians, eu tinha as coisas muito fácil. Isso me prejudicou bastante.

R7 - Que coisas? Mulheres, atenção, dinheiro?

Fabinho Fontes - É, as coisas que tem na noite, na balada. Me empolguei e a moral que eu tinha eu acabei perdendo.

R7- E essa estrutura que faltou tinha que ter vindo de onde?

Fabinho Fontes - De toda parte. Do Corinthians, da família, e empresarial também. Hoje os jogadores novos já têm empresário tomando conta da carreira, e isso ajuda. Estar sempre ali orientando, isso ajuda e eu não tive isso.

R7- Mas faltou apoio do elenco, do treinador?

Fabinho Fontes - Sempre tive apoio deles. Na minha época os caras da minha posição eram muito bons. Marcelinho Carioca, Souza, não tinha muita brecha pra jogar. E mesmo assim o Corinthians tentou, tive oportunidades para jogar. O erro foi meu mesmo. O pessoal apoiava, o time era bem unido. Subi em 93, tinha o Neto, o Marcelo, o Ronaldo. O Neto, que era o ídolo quando subi, me apoiou bastante. Treinava pênalti e falta comigo. Não faltou apoio deles.

R7 - Foi o Nelsinho Batista que chamou você para o profissional. Como era a relação com ele?

Fabinho Fontes - O Nelsinho deu muita moral para mim. Voltei da seleção e ele já me colocou no profissional. Ele me incentivava. Se não jogava de titular, entrava no intervalo. A partir de 95 comecei a perder a moral. Em 93 e 94 eu estava tranquilo, fazia minha parte, não era muito de gandaia. Depois estava mais seguro no grupo profissional e foi aí que caí na noite. Isso me estragou no Corinthians. Já fazia parte do grupo campeão do Paulista e da Copa do Brasil. A partir de então, fui para o caminho errado. Aí o técnico já era o Eduardo Amorim. Eu também tinha moral com ele, era sempre convocado para os jogos. Mas a partir do Brasileirão eu comecei com a gandaia e ele foi me afastando. Ele conversou comigo, mas quando você está empolgado ali você não pensa. Eu achava que era novo, que iria ter tempo para recuperar. Mas não é assim. Eu saía bastante e prejudicava o desempenho. O rendimento foi caindo e eles foram vendo, até me emprestarem em 96.

R7 - Aí você foi para o Equador, jogar na LDU. Lá o Sócrates foi seu treinador. Ele conseguiu abolir a concentração lá, como fez no Corinthians quando jogava?

Fabinho Fontes - Sim, fiquei um ano lá e fui artilheiro do time no campeonato, com 15 gols. O treinador era o Sócrates. Mas ele ficou só dois meses e foi embora. Sócrates era bom treinador, como era dentro de campo. Muito inteligente. Ele implantou um sistema que ele estava acostumado a jogar, ofensivo e com toque de bola. Concentração ele não conseguiu mudar lá não. Tinha que concentrar, não tinha jeito.

R7- Você conseguiu fazer um pé de meia, guardou algum dinheiro?


Fabinho Fontes - Não muito, porque na realidade eu gastei muito. Ganhei um bom dinheiro, mas gastei muito também.

R7 - Que conselho você daria para esses garotos que estão subindo agora para o profissional?

Fabinho Fontes - Falaria para ter personalidade e tranquilidade. Quem trabalha sempre vai ter oportunidade. Tem que ter paciência e não se empolgar com negócio de noite, porque isso aí tem mesmo. Fazer as coisas na hora certa. Porque juniores é uma coisa, profissional é outra. O ritmo de jogo é diferente, o cara tem que ter outra cabeça, senão não joga. Precisa se impor, ainda mais no Corinthians. Ali tem que chegar e jogar. Se chegar tímido, não vai conseguir jogar e vai ser esquecido. Espero que eles possam ter essa cabeça e que logo mais eu possa ver eles se destacando no profissional do Corinthians.

Veja aqui as respostas do quiz

 

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