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No Grêmio, vale até vender hambúrguer para sair do prejuízo

Clube gaúcho tem trabalhado com seu departamento de marketing para arrecadar verbas

Futebol|Eugenio Goussinsky, do R7

Lanchonete vendeu 15 mil lanches em trinta dias
Lanchonete vendeu 15 mil lanches em trinta dias Lanchonete vendeu 15 mil lanches em trinta dias

Entre vários diferenciais que o Grêmio busca atingir como clube, um deles pende para o lado negativo. O episódio envolvendo o goleiro Aranha, do Santos, que foi xingado de macaco por membros da torcida, no fim de agosto último, fez a diretoria de marketing trabalhar em dobro para reverter a imagem de racista que o clube adquiriu para parte da opinião pública.

Segundo o diretor de marketing do clube, Beto Carvalho, o departamento tem conseguido reverter a situação, com anúncios pagos na mídia, informações nas redes sociais e profissionais atuando dentro dos estádios, entre outras ações. 

Tudo isso gerou um custo alto para o clube, justamente em um momento em que as contas estão longe do equilíbrio. Segundo a Pluri Consultoria, o déficit do Grêmio, de R$ 28,8 milhões em 2012, subiu para R$ 51,5 milhões em 2013. Carvalho, que recebeu o prêmio de melhor executivo de marketing de 2013, entre os clubes brasileiros, da Brasil Sports Market, admite que a pecha de clube racista incomodou. Mas ele garante que o problema está sendo superado.

— O Grêmio tem uma história de 111 anos que mostra que nunca fomos racistas. É óbvio que o ocorrido poderia e até pode prejudicar o clube em alguns segmentos. Mas temos trabalhado rápido nas ações de esclarecimento, usando várias plataformas de comunicação. E posso garantir que nenhum de nossos patrocinadores deixou de nos apoiar neste período. 

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Clima esquenta durante treino do Grêmio e jogadores saem no tapa

A questão é que o Grêmio está gastando muito com o episódio, em um momento em que a dívida da instituição está aumentando. 

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— É óbvio que gastamos dinheiro nestas ações, dinheiro que poderia ser investido para campanhas para atrair sócios. Mas isso é da situação do marketing. São coisas que acontecem e temos de estar preparados.

Atualmente, o departamento de marketing é a principal ferramenta para atrair receitas para o clube. No mesmo mês em que gastava dinheiro apagando o incêndio gerado pelos xingamentos, o clube inaugurava, no centro de Porto Alegre, a Hamburgueria 1903, que, segundo Carvalho, pode ser uma solução para ajudar o clube a sair do buraco financeiro. O Grêmio tem por objetivo fazer uma franquia com a marca, esperando aumentar seu faturamento de forma significativa nos próximos cinco anos.

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— Somos o primeiro clube do mundo a abrir uma rede de fast-food. Já vendemos 15 mil lanches em um mês, 50% a mais do que o projetado. Há promoções para os sócios. O objetivo é, em cinco anos, termos 100 lojas, em sistema de franquia, o que significará um salto para as receitas o Grêmio.

A dívida gremista aumentou muito nos últimos dois anos, em função da necessidade de pagar à construtora OAS parcelas para a utilização da Arena Grêmio, inaugurada em dezembro de 2012. Ao mesmo tempo em que o novo estádio fez o clube arrecadar mais, aumentou e muito as despesas.

De 2012 para 2013, a dívida geral do Grêmio passou de R$ 187 milhões para 276,9 milhões, em um aumento de 47%. Deste total, cerca de R$ 30 milhões são de curto prazo, relativos a salários e fornecedores.

Para amenizar o prejuízo, além das iniciativas de marketing, como a criação da lanchonete, o ex-presidente Fábio Koff, que acaba de deixar o cargo para que o recém eleito Romildo Bolzan Júnior assuma, renegociou as parcelas junto à OAS, que, segundo a diretoria, deverão diminuir gradativamente. O negócio gira em torno de R$ 450 milhões, a serem pagos em 20 anos.

Carvalho também afirma que outra fonte importante vem da ala social do clube, considerada a mais rentável do país, tendo gerado uma receita de cerca de R$ 50 milhões em 2013. Além disso ele aponta o programa sócio-torcedor, com o segundo maior número de associados no Brasil (cerca de 75 mil), como outra alternativa que pode ajudar cada vez mais. 

Atualmente, a quantia proveniente deste programa chega a R$ 4,5 milhões por ano. E como o clube recebe "apenas" R$ 55,4 milhões de cotas de TV, Carvalho diz que a diretoria iniciou uma intensa busca de verbas alternativas, mesmo que os direitos de transmissão ainda sejam uma das principais fontes de receita. O clube renovou, por exemplo, o patrocínio das camisas. Só do Banrisul receberá R$ 15 milhões anuais. 

— Temos todos os patrocínios renovados para o ano que vem, o que nos dá maior tranquilidade para planejar.

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