A teoria de que Messi só jogava bem no Barcelona e não repetia as atuações pela seleção já faz parte do passado na Argentina. Às vésperas da Copa do Mundo no Brasil, o país vive uma verdadeira febre em relação ao craque.
“Ele é ídolo total e absoluto na Argentina. Há muita gente que já tem a opinião de que ele fez mais do que Maradona”, diz o experiente jornalista Elias Perugino, editor da El Gráfico, a mais tradicional revista esportiva argentina.
Perugino demonstra empolgação em relação ao atual estágio da seleção de seu país. E utiliza o exemplo de Messi, que já ocupa um lugar importante na galeria de ídolos argentinos, para ilustrar esse horizonte cheio de esperanças. “Faz dois anos que tudo está perfeito para Lionel Messi na seleção. Ele se mostra muito feliz e lidera o time”, ressalta.
O que acontece? Messi aumenta "recorde" e vomita em campo mais uma vez
Para ilustrar a importância do jogador para o país, a El Gráfico, em abril, lançou uma edição especial abordando apenas a trajetória de Messi na seleção Argentina. Um dos pontos que motivaram esse projeto foi o fato de Messi, podendo optar por jogar pela seleção da Espanha, não teve dúvidas em escolher defender a equipe argentina. “Ele passou por muitos momentos difíceis e, neste momento apropriado, decidimos contar toda a história dele com a camisa da seleção”.
A euforia da população em relação a Messi, justamente no momento em que a Argentina passa por dificuldades econômicas e greves generalizadas, se reflete pelas ruas de Buenos Aires e de outras cidades. Perugino conta que praticamente não há uma criança que não tenha uma camisa com o nome do craque, seja da seleção ou do Barcelona.
Também há aquelas estampadas com o rosto do jogador, interagindo com o colorido dos parques e a arquitetura centenária e clássica da capital portenha. “Tudo que se relaciona a Messi interessa muito à população”.
Outro ponto importante que une o jogador à sua pátria é o seu lado filantrópico, segundo Perugini. “Messi é admirado por sua postura. Ele criou uma Fundação Beneficente, que ajuda muitas famílias desamparadas. Não há distância entre o povo e o jogador, pelo fato dele jogar fora”, afirma o editor.
O editor vê com bons olhos a competição para saber quem é melhor: Messi ou Maradona. “É uma polêmica saudável. Não há rusgas por causa disso. Messi e Maradona têm uma boa relação. Quando era técnico, Maradona deu muito apoio a Messi, foi o primeiro a lhe dar a tarja de capitão. Messi é muito agradecido por isso”.
Ele, no entanto, prefere não revelar sua opinião sobre qual deles é melhor. “São jogadores de épocas distintas. Maradona era mais habilidoso, mais artista. Messi é mais simples, direto e goleador. Em relação aos resultados Messi já conseguiu mais do que Maradona”, comparou, consciente do fato de o atual craque do Barcelona nunca ter sido campeão mundial com a seleção. “Mas ele foi campeão mundial sub-20 e campeão olímpico. Maradona, por sua vez, foi campeão mundial de Juniores em 1979 e pelos profissionais, em 1986”.