Mano lembrou de esquema vitorioso de 2009 em coletiva
Mauro Horita/ Agif/Gazeta PressIronias, indiretas e provocações. A entrevista coletiva do técnico Mano Menezes após vitória do Corinthians diante do Atlético Mineiro (2 a 0), na noite desta quarta-feira (1), pôde ser encarada como uma resposta aos críticos e a parte da torcida que pede sua demissão. Ao falar sobre a fala de retranqueiro, injusta, segundo ele, sobrou até para Felipão, ex-técnico da seleção brasileira e atual comandante do Grêmio.
Durante a entrevista no Itaquerão, um repórter citou Felipão numa das perguntas, lembrando que o técnico chamava os 'corneteiros' de 'turma do amendoim'. Mano, no entanto, disse que preferia não dar nome a grupo de torcedores que o critica. Mas se defendeu dizendo que nem sempre é possível montar times ofensivos.
— Já fiz isso aqui, com três atacantes e com Douglas no meio, Cristian e Elias. Em outros momentos, você não pode. Nossa equipe vai se firmando, cada uma tem a sua característica.
Logo depois, para se defender da fama de retranqueiro, Mano se referiu ao massacre que o ex-comandante da seleção brasileira sofreu na Copa do Mundo, na derrota por 7 a 1 para a Alemanha
— E você [jornalista] citou um técnico que, em um momento, tentou fazer algo que talvez não desse para fazer. Aí você sabe como terminou. Não dá para contrariar a lógica. Eu vou tomar as decisões que acho corretas.
A vitória desta quarta-feira, por 2 a 0, colocou o Corinthians em vantagem nas quartas de final. O time pode até perder por 1 a 0 no jogo da volta, dia 15, para avançar à semifinal. Mano também usou a ironia para comentar o placar.
— Vamos confiantes a Belo Horizonte para defender a vantagem. A maior vantagem entre todas as equipes após essa rodada [quartas de final]. O que é surpreendente para uma equipe que só joga atrás, não é? Não concordo com aqueles que dizem que jogamos atrás.
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Na véspera do jogo contra o Galo, torcedores foram ao CT Joaquim Grava. O protesto, sempre ligado às organizadas, reunia integrantes da Camisa 12 e Gaviões da Fiel. Ambas pediam a demissão de Mano. Tal acontecimento parece não ter afetado o treinador.
— Vamos ter conviver com isso. Aceitamos uma parte da cobrança, mas isso deve ser feito no tempo e no lugar adequado.
Mano também deixou seu futuro em aberto. Seu contrato terminará em dezembro e, em fevereiro, haverá eleições para presidente. O candidato favorito a vencer o pleito, o ex-diretor Roberto de Andrade, defende a troca de treinador.
— Acho que não é hora de falar sobre isso. As pessoas têm de escolher com quem quer trabalhar. Eu também tenho esse direito. Vamos seguir até dezembro, com um trabalho bem-feito. E depois, as partes vão se decidir. Lá e cá.