O Rio Verde (GO) se salvou do rebaixamento de forma heróica e um dos responsáveis pelo feito foi o goleiro Tom. Após a quase queda, el expôs a dura realidade vivida por ele e seus companheiros no clube, que está com salários atrasados desde fevereiro. O desabafo foi feito para rádios locais.
"A gente enfrentou muitos problemas. A gente não tinha água. Às vezes não tinha nem o que comer depois do jogo".
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Tom está com 25 anos e foi revelado para o futebol pela Portuguesa. Em entrevista ao jornal Lance, ele voltou a comentar sobre os problemas e ainda disse que não conseguiu deixar a cidade de Rio Verde rumo à Itaquaquecetuba, no interior de SP, onde mora sua família por não ter dinheiro para a passagem.
"Ficamos sem condição de trabalho, levamos tudo na vontade. Logo na segunda rodada, contra o Goiás, não tinha água para beber na concentração. O clube era responsável por pagar a água, mas não conseguiu manter essa situação. A gente teve que sair tarde da noite do hotel e comprar água do nosso bolso em um posto de gasolina, porque a boca dos meninos estava secando. No primeiro mês alguns receberam salário e outros, não. Depois começou a faltar comida. A gente até tinha um patrocínio de uma empresa de alimentos, que fornecia comida ao clube, mas essa comida saía do padrão para atletas. Era carne de porco, calabresa e salsicha todos os dias. Não tinha condições dessa forma. Aí eles suspenderam essa comida, mas também não substituíram."
Tom e outros jogadores do clube estão à espera de salários pendentes para voltar para suas cidades. Na entrevista, ele também revela que tem recebido ajuda de diversos torcedores, que param o goleiro pelas ruas e dão dinheiro. Tom admite que fica envergonhado, mas conta que aceitou as gentilezas.
"Alguns torcedores colocaram R$ 50, R$ 100 no meu bolso. É legal esse reconhecimento, mas fico tímido. Esse dinheiro me ajudou muito. Meu celular tinha caído na água e queimado. Com o dinheiro que consegui na rua, fui em uma lojinha, comprei um celular de 'segunda mão' e resolvi esse problema. O celular me permite matar a saudade da família e receber propostas de clubes para o segundo semestre".