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Gil se inspira em Zé Roberto para ajudar Juventus a voltar à elite do futebol paulista

Jogador não disputou a Copa Paulista, mas retorna para atuar na Segunda Divisão do Estadual

Futebol|Vinícius Bacelar, do R7

Após se afastar do Juventus da Mooca no segundo semestre de 2015, o atacante Gil, ex-Corinthians, está de volta ao clube.

O ex-camisa 10 do Timão começará a se preparar para ajudar o Moleque Travesso na caminhada que poderá levar o time novamente à elite do futebol paulista.

Confira a seguir a entrevista de Gil, que disse, entre outras coisas, inspirar-se em Zé Roberto, do Palmeiras, para buscar o melhor em campo, mesmo com a idade já avançada (35 anos).

Gil em sua apresentação no Juventus
Gil em sua apresentação no Juventus Gil em sua apresentação no Juventus

R7 - Você foi um dos principais nomes do Juventus no primeiro semestre. Por que não continuou no segundo e o que motivou a sua volta? 

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Gil: Voltei porque fui bem acolhido. Encontrei pessoas profissionais e de boa índole. Não renovei antes porque tinha algumas coisas para resolver. Moro aqui e estava mudando de casa no interior (ele passou um tempo em sua cidade natal, Andradina, no interior de São Paulo). Não daria para dar sequência no trabalho aqui no Juventus, mas deixei as portas abertas para voltar para a Segunda Divisão do Paulista.

R7 - Até que ponto a parceria do clube com uma esfiharia da região e o sucesso da premiação para o melhor jogador influenciaram na sua volta?

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Gil: Percebi que a parceria e a premiação renderam muitos comentários nas redes sociais. É o fruto de um trabalho. Foi tudo muito espontâneo. Não imaginei que teria esta repercussão. As coisas simplesmente aconteceram. Em toda a minha carreira, eu sempre fui espontâneo. Não sou um jogador marqueteiro. Até a frase (Vale tudo, só não vale dar o c...) saiu sem planejar. A galera percebe quando um atleta é forçado. Eu nunca forcei nada. Não tem maldade. Agora, voltando à parceria com a Esfiha Juventus, o negócio deu muito certo porque os dois lados sempre trabalharam sério. Se eu não tivesse feito os gols, nada disso teria acontecido.

R7 - Agora quais são seus objetivos?

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Gil: Pretendo fazer uma nova história. Colocar o Juventus na Primeira Divisão do Paulista, um lugar em que já esteve e deve ficar por muitos anos. É um time muito querido e tradicional.

R7 - Mas você ficou muito tempo parado e está com 35 anos. Não vai ser difícil voltar ao ritmo e à forma ideias?

Gil: Não vai ser difícil porque já começamos a trabalhar no final de 2015 com foco em 2016. É como se fosse uma pré-temporada. No primeiro semestre, eu disputei a Terceira Divisão do Paulista sem fazer uma pré-temporada. Quando cheguei, o Juventus já estava disputando amistosos e tive que acelerar o processo, jogando até acima do peso. Agora tenho dois meses para me preparar. Vou estar mais bem condicionado.

R7 - De qualquer forma, se continuasse com a equipe no segundo semestre, a preparação para 2016 seria mais fácil, não?

Gil: Não adianta estar bem apenas fisicamente. Tem que haver um equilíbrio. É preciso estar com a cabeça boa também. Focado. Precisava resolver umas questões fora das quatro linhas. Não sou mais um menino. Então priorizei a resolução destes problemas para agora voltar ao clube. Coloquei as coisas em ordem.

R7 - Você não acha que as festas de final de ano podem atrapalhar a preparação para o ano que vem?

Gil: Estamos trabalhando forte agora justamente para não ter nenhum prejuízo. Todo o elenco deve ter uma folga de uma semana por causa das festas. O descanso também é necessário para não forçar muito a musculatura. A preparação foi feita para não sentirmos tanto no retorno após a pausa. Mas é claro que os jogadores precisam cuidar da alimentação e todos os outros aspectos relacionados ao físico.

R7 - Agora falando sobre especulações, houve propostas no final do primeiro semestre? Falaram que você poderia ir para a Portuguesa ou até para o time do Ronaldo nos EUA...

Gil: Foram somente especulações. Não teve nada de concreto. É normal o telefone tocar quando você realiza um trabalho bem feito como aconteceu na Terceira Divisão do Paulista. Mas já joguei fora do Brasil e sei que a preparação física não é tão boa. Vários atletas sofrem para atuar aqui novamente depois de um tempo no exterior. Se eu saísse do País, encerraria a carreira rapidamente. Continuando aqui, tenho condições de jogar por mais algum tempo.

R7 - Você poderia falar um pouco melhor sobre esta diferença de preparação entre os times brasileiros e estrangeiros?

Gil: O atleta não é tão exigido no exterior. Independentemente do que muita gente fala, o Brasil ainda tem o melhor futebol do mundo e ótimos profissionais. É cinco vezes campeão mundial. Eu sou um jogador acostumado a atuar em alto nível. De repente, lá fora, você ganha dinheiro, mas não compete em alto nível. Eu, por exemplo, saí duas vezes do País e não joguei como desejava.

R7 - Por que não conseguiu?

Gil: Nem sempre a adaptação é fácil. Aí chega para jogar em um time que não é tão grande e eu sempre joguei por equipes grandes no Brasil. Eu gosto de atuar com a pressão da torcida. Lá não tem isto. Até porque a língua é diferente. Então não absorvi a cobrança dos torcedores e relaxei. Alguns atletas lidam bem com a falta de pressão. Eu não lido.

R7 - Mas por estar com 35 anos, uma proposta financeiramente boa de fora não te deixaria balançado?

Gil: A não ser que seja algo muito bom, naqueles valores irrecusáveis. O Juventus me acolheu bem. É perto da minha casa. Temos bons profissionais aqui e um bom time. Há condições de fazer um excelente trabalho. Lá fora não sei se encontraria este cenário.

R7 - Dá para dizer que você se desapegou um pouco do dinheiro? No sentido de colocar outros fatores como prioridade na hora de ouvir uma proposta? 

Gil: O que fica é a sua carreira, as suas marcas e os seus números. Posso dizer que fui vitorioso. Tive uma passagem muito boa pelo Corinthians e ganhei títulos em outros clubes. Nem sempre o dinheiro é o mais importante. Hoje, os jogadores conseguem ter uma carreira mais longa, mas, como disse, no exterior eu não conseguiria jogar por muito mais tempo. Por isso, não seria tão fácil eu sair do Juventus. A pressão que se tem aqui se transforma em carinho da torcida depois de alcançar o objetivo como o acesso para a Segunda Divisão do Paulista.

R7 - Falando em estender a carreira, algum jogador te inspira a continuar jogando futebol?

Gil: O Zé Roberto (Palmeiras) é uma fonte de inspiração para qualquer um. Mesmo passando muito tempo na Europa, ainda está muito bem fisicamente. Sheik (Flamengo), Danilo (Corinthians), Fernando Prass (Palmeiras) e Ricardo Oliveira (Santos) ainda estão na atividade também. Eles dão frutos. Não simplesmente entram no campo. O dia em que eu entrar em campo e perceber que não rendo mais, vou encerrar minha carreira.

R7 - Antes de jogar pelo Juventus no primeiro semestre, você ficou parado por quatro anos. Como foi esta volta?

Gil: Não foi fácil. Conheço vários jogadores que desistiram. Eu parei, mas nunca desisti. Tinha em mente que iria voltar e deixei o corpo condicionado para a volta. Claro que não mantive meu peso ideal, porém a minha cabeça nunca foi de um ex-jogador. Sabia que poderia jogar mais. Até porque nunca tive uma lesão séria. Hoje, estou preparado para ajudar o Juventus na Segunda Divisão do Paulista. Sei que para um desafio maior, na elite, não estaria capacitado. É frustrante não dar conta do recado. Mas quem sabe no ano que vem não esteja pronto para a Primeira Divisão? O que não quero é “roubar”, gíria do futebol usada para aquele cara que entra em campo e não dá o seu melhor.

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