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Gabriel Jesus pode levar cartão amarelo se fizer ‘Alô, Mãe’ na Copa

Fifa desencoraja jogadores a fazerem comemorações coreografadas ou que levem muito tempo como a do garoto-propaganda de uma empresa telefônica

Futebol|André Avelar, do R7

Gabriel Jesus agora é garoto-propaganda de empresa de telefonia com 'Alô, Mãe'
Gabriel Jesus agora é garoto-propaganda de empresa de telefonia com 'Alô, Mãe' Gabriel Jesus agora é garoto-propaganda de empresa de telefonia com 'Alô, Mãe'

Alô, é a mãe do Gabriel Jesus?

Talvez não tenha ligação para a senhora na Copa do Mundo.

Dona Vera, há tempos a mulher que recebe as ligações imaginárias do camisa 9 da seleção brasileira, pode ficar sem a comemoração especial após cada gol.

A Fifa tem enorme preocupação com o que chama de ‘marketing de emboscada’. O nome complicado não é nada mais do que a proteção aos seus parceiros comerciais. Apenas as marcas que pagaram para estar na Rússia 2018 têm o direito de ser exibidas. Daí a preocupação com empresas que usam jogadores e torcedores para a propaganda não-oficial.

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Gabriel Jesus estrela a campanha “Que bonito é todo mundo jogando junto”, da empresa de telefonia Vivo, uma das quatro principais patrocinadoras da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). No comercial exibido na TV e na internet, crianças imitam a comemoração ‘Alô, Mãe” do craque em partidas de futebol em diferentes partes do País. Imagens do jogador com a camisa da seleção, claro, também são utilizadas.

Consultada pelo R7, a Fifa explica que os jogadores são “passíveis de punição” se descumprirem o que está previsto no manual “Regras do Jogo”, da Ifab (International Football Association Board). O mais normal seria um cartão amarelo se o árbitro julgar a comemoração ensaiada ou que por acaso tenha retardado o reinício da partida. O Comitê Disciplinar também estará de olho em qualquer atitude fora do tão falado “padrão-Fifa”.

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“Os jogadores podem celebrar um gol quando marcam, mas a comemoração não pode ser excessiva”, disse um porta-voz da Fifa. “Comemorações ensaiadas não são encorajadas e também não devem gastar um tempo excessivo. 

A história das Copas, no entanto, mostra que as marcas sempre deram um jeitinho de driblar as exigentes regras até para a comemoração de gol. De Pelé e Yohan Cruyff até torcedoras nas arquibancadas, diferentes métodos foram utilizados por concorrentes das empresas que estavam sob o guarda-chuva da Fifa.

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Além de comemorações excessivas, coreografadas e que atrasem o jogo, também estão na mira dos árbitros gestos provocativos, comemoração com torcedores, que cubram a cabeça ou escondam a camisa do time.

A Vivo não explicou se o jogador ganha, ou ganharia na Copa, um bônus por cada comemoração feita com o gesto do comercial. Em comunicado, disse que desde outubro do ano passado o jogador é um dos embaixadores da marca.

"O acordo tem duração de um ano e prevê o direito de utilização de imagem em todos os canais de divulgação da empresa, além das redes sociais do atleta", disse. 

Marketing na Copa

Os torcedores podem achar estranho, mas a proteção ao marketing de emboscada faz parte dos grandes eventos, principalmente, os esportivos. Presidente da Abragespe (Associação Brasileira de Gestão do Esporte), Ary Rocco lembra que, apesar do lado lúdico, que se apropria de um bem cultural que é o futebol, a “Copa do Mundo é um grande negócio”.

“A Fifa é uma empresa muito mais comercial do que esportiva. Ela tem seus patrocinadores, que pagam muito caro para estarem lá. A Copa do Mundo é um grande negócio. Não tem jeito e não adianta reclamarmos. Como a Fifa cobra caro para que os patrocinadores estejam lá, é preciso garantir que eles sejam beneficiados”, disse Rocco.

Fifa tenta se proteger contra 'marketing de emboscada'
Fifa tenta se proteger contra 'marketing de emboscada' Fifa tenta se proteger contra 'marketing de emboscada'

A tradicional procura por jogadores em tempos de Copa do Mundo também não causa espanto aos especialistas em marketing. Para Anderson Gurgel, professor no Mackenzie, Gabriel Jesus cumpre todos os requisitos e está no caminho certo para ser um astro dentro e fora dos campos.

Diferentemente do companheiro de seleção brasileira Neymar, Gabriel Jesus dificilmente é visto em polêmica e isso agrada aos patrocinadores. Por outro lado, também há espaço para o ‘boleiro bad boy’.

“São vários perfis possíveis na propaganda. Você não precisa ser sempre o polêmico. Você pode ganhar espaço com outros perfis. A proposta do Neymar acaba gerando problemas também para ele. Se você vai fazer um estudo para posicionar a sua marca, tem de levar esse lado em conta. Hoje, Cristiano Ronaldo e Messi vendem muito e passam diferentes imagens”, explicou Gurgel.

Com ou sem o “Alô, Mãe”, Dona Vera certamente torce por muitos gols do filho na Copa 2018. O Brasil está no Grupo E ao lado de Suíça, Costa Rica e Sérvia. O Mundial na Rússia começa em 14 de junho e o time verde-amarelo estreia três dias depois.

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