O Estádio Conde Rodolfo Crespi, mais conhecido como Rua Javari, recebeu na tarde desta quarta-feira (19) o tradicional clássico Juve-Nal. O frio de São Paulo não afastou o público, que compareceu em bom número ao local. O duelo acabou em derrota para os mandantes — 2 a 1 para o Nacional, que permanece invicto na Copa Paulista, após quatro rodadas.
A torcida da casa fez sua parte, como de costume. Atrás de ambos os gols, grupos organizados entoavam cantos de apoio ao time da Mooca e, como já manda o roteiro em tradicionais praças esportivas, teciam elogios às mães dos árbitros. A aflição pela campanha ruim da equipe, porém, era visível. O lado grená até começou a partida com mais posse de bola, mas pouco ameaçava a meta do goleiro rival, outro que sofria com a proximidade dos torcedores adversários.
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O nome do pesadelo juventino foi Bruno Xavier. O atacante do Nacional balançou as redes de Paulo Vitor duas vezes, uma no primeiro tempo, na saída do arqueiro, e outra no segundo, após cruzamento do lado esquerdo. O lance fez o técnico Tuca Guimarães comemorar e foi digno de elogios do preparador físico do Naça, que ressaltou a disposição de seu atleta para salvar o lateral e dar a assistência.
Enquanto aqueciam, os reservas do Nacional riam das provocações dos fãs do Moleque Travesso, a menos de um metro de distância. Pela grade, chegaram a conversar sobre a vitória da líder Portuguesa sobre o Santos B (1 a 0), no Ulrico Mursa.
O Juventus tem em seu elenco vários jogadores vindos da base. Mesmo assim, a torcida cobrou a presença das jovens promessas no time de cima. “Que bom seria se o profissional tivesse a raça da Copinha”, cantaram, em referência à bela campanha do clube na Copa São Paulo de Futebol Júnior desse ano, quando ficou em terceiro lugar.
Pouco antes do final do jogo, Denner diminuiu para os mandantes, após jogada do meia Cesinha. O tento fez os torcedores escalarem o charmoso alambrado, que em nada lembra os do "padrão-Fifa". Um cruzamento na área, no final, quase deu a igualdade aos mandantes, mas a bola cabeceada pegou pelo lado de fora da rede. Acabou faltando tempo para a reação e o Juventus amargurou o quarto jogo sem vitória no campeonato.
O meio-campista Cesinha comentou sobre o desempenho da equipe após mais uma derrota do time da Mooca. “Estamos trabalhando e nos esforçando, mas temos que melhorar ainda. Temos que ser mais ousados, ir mais para cima”, declarou após o jogo. "É clássico, é diferente. A gente sente isso", completou.
Já do lado vencedor, o goleiro Maurício comentou a importância de vencer fora de casa. "Vitória importante, ainda mais se tratando de um clássico. Sabíamos das dificuldadaes que encontraríamos aqui. Conseguimos manter nosso padrão tático do começo ao fim e isso fez a diferença", disse.
O lateral-esquerdo do Moleque Travesso César destacou a importância das partidas para os atletas do clube. "Aqui ninguém está com a vida ganha. A gente está correndo atrás, trabalhando duro todo dia e entramos sempre para vencer", apontou, lamentando as falhas que culminaram nos gols do adversário.
O clássico, que existe desde o começo da história dos times, tem suas raízes na criação dos clubes. O Nacional surgiu com os trabalhadores da ferrovia e o Juventus foi fundado pelos operários do bairro da Mooca. No duelo tradicional da cidade de São Paulo, deu Barra Funda. Melhor para o time auriazul, que chega a 8 pontos e à segunda posição do Grupo 3, atrás da Lusa. Para o time de César, fica a espera por melhores resultados e a torcida para não ter que ver os dois maiores rivais - Portuguesa e Nacional - classificados nas primeiras posições, como a tabela aponta hoje.
*Pedro Rubens Santos, estagiário do R7