Após o trágico acidente com o voo da Chapecoense no último
dia 29, o futebol brasileiro tenta recomeçar suas atividades nesta quarta-feira
(7). A tarefa, no entanto, não será nada fácil. Logo de cara uma partida
decisiva, valendo o título do segundo maior campeonato do Brasil. O que era
para ser motivo de euforia máxima por parte dos torcedores, não passará da
melancolia e tristeza que o futebol brasileiro está vivendo
AE
O Grêmio, que venceu o primeiro jogo da decisão por 3 a 1,
fora de casa, está muito perto de acabar com um jejum que perdura exatos 15
anos. A última vez que o Imortal levou um título nacional para casa foi em
2001, justamente quando conquistou da Copa do Brasil, diante do Corinthians
Estadão Conteúdo
O Atlético-MG, por sua vez, corre atrás do prejuízo que sofreu
em pleno Mineirão para alcançar um feito inédito em sua história: ser bicampeão
de um torneio, além dos diversos regionais que possui em sua galeria. Um feito
histórico que acabaria com uma sina que persegue os atleticanos há décadas
Pedro Vilela/Getty Images
Tudo isso, no entanto, não fará a menor diferença neste
momento. O angustiante sentimento que se abateu naquele trágico 29 de novembro ainda
reside no íntimo dos que são, de fato, apaixonados por futebol. Não há sentido para
qualquer tipo de comemoração. Afinal de contas, o que representa um mero título,
seja ele qual for, perto de tudo o que aconteceu com os heróis que estavam no
voo 2933?
Ricardo Moraes/Reuters
Alegria de uma importante final, com toda a magnitude que
hoje a Copa do Brasil traz consigo, se contrapõe com toda a tristeza existente
hoje no futebol mundial, mas, principalmente, brasileiro. É uma ferida que está
aberta, que demandará muito tempo para cicatrizar-se totalmente. Se algum dia
isso acontecer
Ricardo Moraes/Reuters
A vida, no entanto, precisa ir adiante. Mesmo sem clima para
uma decisão do porte que acontecerá nesta quarta-feira (7), é necessário
continuar o brilhante trabalho que cada um presente naquele avião estava desempenhando
em prol do esporte que tanto amamos
Paulo Whitaker/Reuters
Aos jogadores de Grêmio e Atlético-MG, resta entrar em campo para honrar tudo o que os 19 guerreiros construíram no futebol. Dividir, defender, atacar, marcar ou evitar um gol como forma de homenagem àquelas atletas. Às comissões técnicas – desde o treinador até o roupeiro – e diretorias, resta preparar suas equipes com o mesmo carinho e inteligência que fizeram os batalhadores que honraram a Chape. Aos profissionais da imprensa, dedicar cada minuto da cobertura da última final de 2016 àqueles que desempenharam com excelência a profissão
Ricardo Moraes/Reuters
Ainda que a alegria de uma final traz, não seja o sentimento
predominante no país, que este recomeço do futebol brasileiro, mesmo em meio à
dor e tristeza, seja, a cada instante, um tributo a todos aqueles heróis