Primeiro foram Eusébio, Coluna e José Augusto. Depois vieram João Pinto, Figo e Rui Costa. Em meio a eles, despontaram Futre e Rui Barros. Seria exagero dizer que apenas um jogador, Cristiano Ronaldo, tem um pouco de cada um desses craques portugueses?
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Craques sim, mas sem o complemento da consagração, sem uma fagulha que leva o homem a superar seus próprios limites e, mais do que isso, inspirar os outros a fazerem o mesmo. A seleção de Crishtianu Rnald, poish, parece percorrer esse caminho
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Os resultados já mostram isso. Em todos os tempos, nunca Portugal chegou tão badalada a uma competição, independentemente do resultado da Copa das Confederações. Enquanto acumulava apenas duas façanhas até 2004, tendo sido terceira colocada no Mundial de 1966 e campeã mundial sub-20 em 1991, a partir desse ano foi vice europeu, quarta colocada na Copa de 2006 e campeã europeia em 2016
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Obviamente a presença de Cristiano Ronaldo tem forte influência nessa ascensão. Isso não quer dizer que Portugal seja a principal favorita, longe disso, conforme afirma Luca Caioli, biógrafo do jogador, que nem acredita nesta tese de favoritismo
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— Cristiano Ronaldo terminou a temporada pelo clube de maneira impecável. Teremos que ver como estará no ano que vem. Mesmo assim, é evidente que Portugal não é o Real Madrid, os companheiros também são fundamentais. E a vitória na Eurocopa também foi obtida com sorte, diante das circunstâncias daquela final contra a boa equipe da França
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Se o biógrafo do jogador discorda de quem vos escreve, a biografia, no entanto, fala o contrário. Cristiano Ronaldo tem sido importante não só para o futebol português como para o país, cuja economia tem se pautado pela confiança e pelos índices estáveis típicos de uma nação com auto-estima, após um período de crise
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O primeiro motivo, portanto, seria esse: a imagem de vencedor. O segundo é que essa imagem tem ajudado a revelar outros jogadores portugueses para o mundo, situação que, se já ocorria anteriormente, se fortaleceu com o fato de CR7 ter conquistado cinco vezes a Bola de Ouro da Fifa (sim, porque a de 2017 já são "favas contadas...")
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O terceiro fator é a impressionante condição física do atacante. Mesmo com 1m80, ele é um dos jogadores mais velozes do mundo, atingindo 33,6 km/h. O gajo tem ainda uma impulsão fora do comum, perto de 80 cm com impulso, o que faz com que qualquer bola alçada na área seja um tormento. Um jogador de vôlei, com tênis bem mais leve, salta em média 1m
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Quarto item: Cristiano Ronaldo também tem se aperfeiçoado na arte de finalizar. Sabe jogar como centroavante nato, estando sempre no lugar certo no momento certo. E, o quinto motivo, sua mente tem uma rapidez de decisão quase imediata, resolvendo um movimento em décimos de segundo
O sexto motivo é a sua busca pela perfeição. Isso exige dos outros uma aplicação maior, uma concentração total para facilitar o craque e ser facilitado por ele
O sétimo motivo é decorrente justamente do sexto: ele não é melhor do que Pelé. Exatamente por isso, em seu desejo de perfeição, ele vai continuar correndo atrás desse objetivo, com toda sua velocidade, com toda sua precisão, mesmo que esse caminho, provavelmente, seja inalcançável. Menos, é claro, do que a taça da Copa do Mundo