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A liberdade concedida a Ronaldinho Gaúcho e ao seu irmão Roberto Assis, nesta segunda-feira (24), encerra um período de quase seis meses de angústia, em que ambos estiveram na cadeia e depois foram transferidos para prisão domiciliar, no Paraguai, acusados de falsificação de passaportes para a entrada no país. Leia mais
Nathalia Aguilar/EFE/06-03-20
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A audiência realizada em Assunção confirmou o acordo entre a Justiça paraguaia e os brasileiros, liberados para retornar ao Brasil, após pedido feito há duas semanas pela defesa de ambos
Reprodução/Tv Justicia Paraguay
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Durante meses a Justiça se negou a dar liberdade aos dois, que, além de pagarem multa de cerca de 100 mil dólares cada um, terão de retornar ao Paraguai a cada três meses. Eles estavam detidos em um hotel de luxo na capital do país
Noelia F. Aceituno/EFE/08-04-20
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Em 8 de abril último, após 32 dias, Ronaldinho e o irmão foram autorizados a cumprir prisão domiciliar em um hotel em Assunção, capital do Paraguai
Nathalia Aguilar/EFE - 7.4.2020
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Desde o início de março, o astro virou assunto nas páginas policiais e foi parar na prisão, por suspeita de usar documentos falsificados no Paraguai. Ele já tinha um histórico de polêmicas, mas nada parecido com o que aconteceu
Divulgação Ministério Publico Paraguai
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Tudo começou quando ele chegou ao Paraguai para participar de dois eventos. Uma ação beneficente e o lançamento de um livro. Quando estava no hotel, com seu irmão, viu seu mundo desabar. Havia documentos falsos em seu poder e ele não soube explicar do que se tratava. Havia passaportes e cédulas de identidades do Paraguai com seu nome. Seu e do seu irmão, Roberto Assis
Jorge Adorno/Reuters - 5.3.2020
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A polícia do Paraguai fez buscas na noite de 4 de março no Hotel Resort Yacht y Golf Club, em Lambaré, vizinho a Assunção, onde estava hospedado Ronaldinho Gaúcho e seu irmão, Assis. Os agentes relataram ter agido após denúncia do Departamento de Identificações da Polícia Nacional por suspeita de que o ex-jogador e seu empresário estivessem portando documentos falsos. Ambos ficaram detidos no hotel durante a apuração do caso pelas autoridades
Reprodução
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O promotor Federico Delfino, responsável pela investigação contra os dois ex-jogadores, afirmou na manhã de quinta-feira, dia 5, que Ronaldinho e seu irmão ficariam à disposição da Justiça do Paraguai por tempo indeterminado. No mesmo dia ambos prestaram depoimento na sede do Ministério Público paraguaio, em Assunção. Ronaldinho disse que os documentos eram "presentes" de um empresário. Em seguida, o ex-jogador foi encaminhado para o Departamento de Crime Organizado do país, onde também teve de dar explicações
Divulgação Promotoria Pública Paraguai
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Ainda na quinta-feira, dia 5, o advogado encarregado de representar Ronaldinho e seu irmão disse que o ex-jogador decidiu não deixar o Paraguai até que o processo judicial contra ele fosse resolvido. Adolfo Marín alegou que eles não estavam impedidos de deixar o país e que ambos receberam cartões de identidade e os passaportes paraguaios do empresário Wilmondes Sousa Lira no Brasil. "Não me lembro da data, mas cerca de 20 a 30 dias atrás", afirmou o advogado
Jorge Adorno/Reuters - 6.3.2020
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Sousa Lira foi preso na ocasião. A presença de Ronaldinho no Paraguai com documentos supostamente falsos provocou uma crise política no país, especialmente pela demora das autoridades para apontar e investigar as irregularidades
Reprodução/La Nacion
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O Ministério Público do Paraguai decidiu não apresentar acusação formal contra Ronaldinho e seu irmão. O ex-jogador admitiu a prática do crime de utilização de documentação falsa, mas a promotoria considerou que eles foram enganados e solicitou a aplicação do "critério de oportunidade" por terceiros. Após quase 24 horas dos primeiros procedimentos e um longo dia de depoimentos naquela quinta, o promotor Federico Delfino informou que os brasileiros não seriam acusados e que solicitaria a liberação de ambos
Arcenio Acuña/ ABC Color
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A reviravolta do caso aconteceu no dia seguinte, 6 de março, quando Mirko Valinotti, juiz criminal de Garantias de Assunção, decidiu rejeitar o pedido do Ministério Público para não abrir processo contra os ex-jogadores. O promotor Delfino chegou a declarar que os investigadores detectaram que o pedido de naturalização paraguaia de Ronaldinho e o irmão foi registrado no Departamento de Migração. Ambos disseram que não solicitaram esse procedimento e o Ministério Público, então, anunciou a investigação de um possível esquema de falsificação de documentos que envolve funcionários públicos e pessoas do setor privado do país
Reprodução/Twitter
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Cumprindo mandado emitido pela Procuradoria Geral da República, a Polícia Nacional do Paraguai ordenou a prisão do ex-jogador e seu irmão. Ronaldinho e Assis estavam no Sheraton Hotel, localizado a poucos minutos do Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi. Ambos aguardavam o momento de partir para o terminal do aeroporto e deixar o Paraguai, de acordo com as versões divulgadas pela Polícia local
Reprodução YouTube
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Em meio à audiência que poderia definir a continuidade ou não de Ronaldinho na cadeia, o promotor da unidade especializada de delitos econômicos Osmar Legal ratificou o pedido de prisão preventiva. Na sequência, a juíza Clara Ruiz Díaz determinou a manutenção da prisão. Sendo assim, os dois brasileiros seguiram detidos no complexo da Agrupação Especializada da Polícia Nacional do Paraguai, onde passaram o fim de semana e tiveram a visita de Gamarra, ex-jogador do Corinthians e da seleção paraguaia
Jorge Adorno/Reuters
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A promotoria paraguaia ampliou a investigação no domingo, dia 8. O Ministério Público solicitou várias informações de outras instituições e também apurou uma possível conexão do caso com lavagem de dinheiro. Além dos ex-jogadores, empresários paraguaios e brasileiros passaram a ser investigados
Gloria Ferres/EFE - 4.3.2020
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O advogado de Ronaldinho, Sergio Queiroz, disse ainda no dia 8 que seu cliente e irmão foram detidos de forma ilegal no Paraguai. Ele alegou que os ex-jogadores agiram "de boa fé" ao usar os documentos, sem saber que eram ilegais, pois procuravam iniciar negócios no país. O advogado também declarou que as autoridades diplomáticas do Brasil estão "tomando nota" das "irregularidades"
Merchu Ras
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Os advogados de Ronaldinho e seu irmão entraram com pedido para prisão domiciliar. O Ministério Público recusou, embora o craque tenha dado como garantia de que não iria fugir um imóvel no valor de cerca de R$ 4 milhões. Poucos minutos depois, o juiz Gustavo Amarilla recusou o pedido alegando que temia uma fuga ou obstrução nas investigações por parte do ex-jogador
Reprodução/Twitter @SantiRavidlasPy
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Mais um pedido de prisão domiciliar foi feito pelos advogados de Ronaldinho no dia 11. A defesa do ex-jogador considerou a prisão "ilícita, ilegal e abusiva", além de apontar que o Ministério Público paraguaio tratou os brasileiros com discriminação pelo fato de eles serem estrangeiros
Reprodução/Marca
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Durante o pouco mais de um mês na cadeia, Ronaldinho 'aproveitou' o tempo para se exercitar. Além de participar de um torneio de futsal entre presos, ele ainda mostrou a sua habilidade jogando futevôlei com alguns colegas
Reprodução/Twitter
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No dia em que ele e Assis foram liberados para cumprir prisão domiciliar, após o pagamento de fiança, eles participaram da audiência através de videoconferência, por causa da pandemia
Ministério Público do Paraguai