Osorio pediu desculpas a Milton Cruz por deixá-lo só no banco
Agência EstadoDesde que chegou ao São Paulo, há quase um mês, o técnico Juan Carlos Osorio impressiona pela educação e jeito manso de falar. Neste domingo, após o clássico contra o Palmeiras, porém, o Lorde, como é conhecido, deixou a delicadeza de lado e falou grosso, ao comentar sua expulsão, no intervalo da partida.
Assim que chegou à sala de imprensa do Allianz Parque, Osorio pediu a palavra e disse que falaria em castelhano, sua língua mãe, para não haver dúvidas do que diria. E passou a falar da decisão do árbitro Anderson Daronco, que o expulsou no intervalo, por, suspostamente, reclamação do comandante são-paulino.
— Primeiro assumo a derrota de hoje. E quero pedir desculpas aos nossos torcedores, porque não há quatro gols de diferença entre o São Paulo e o Palmeiras. E quero pedir desculpas a Milton Cruz, por deixá-lo sozinho ao ser expulso. Porém, não pude me conter de fazer um reclame educado ao árbitro. Trabalhei na América e na Inglaterra, que respeitam o ser humano. E no Brasil, não sabia que os árbitros eram intocáveis. Achei que os jogadores eram assim, os protagonistas.
— Tomara que a câmera tenha filmado, porque em nenhum momento fui mal-educado com ele. Porque foi injusto o cartão amarelo de Bruno, injusto. Até os 30 minutos tudo estava bem, depois Bruno não pôde disputar mais normalmente porque já estava marcado pelo cartão. Está claro que, na Inglaterra e nos Estados Unidos, podemos falar com seres humanos, porque somos todos seres humanos, achava que podia dizer. Mas se árbitros são intocáveis, têm direito a expulsar. De resto, não tem direito, porque nunca falei mal.
O cartão amarelo de Bruno foi aplicado no primeiro tempo, depois de o lateral-direito reclamar de um lateral não marcado a favor do São Paulo. A nova recomendação dada aos árbitros é para combater este tipo de situação e muitos jogadores têm reclamado do rigor da medida, de não poder sequer dirigir a palavra aos homens do apito.
Osorio, então, ficou esperando Daronco após o apito que finalizou o primeiro tempo e, segundo ele, apenas perguntou o porquê do cartão, sendo expulso. O colombiano disse que não sabia dessa regra de não falar e o fez no corredor de aceso ao vestiário.
— Não, não sabia. E repito, estamos falando de coisa muito diferente, de duas culturas que são líderes no planeta. Inglaterra e Estados Unidos se pode falar, com educação, cara a cara, com qualquer ser humano, e o resto do mundo tinha de ser igual. Não sabia disso, não tinha conhecimento.
Sobre a partida, o técnico reclamou da postura de sua equipe nas bolas paradas, que originaram o gol de Victor Ramos no primeiro tempo, que fez 2 a 0.
— Uma crítica minha a meu time, fomos mal na bola parada, e eles, muito bem. No segundo tempo, assumo a responsabilidade, pela partida toda diferente, peço novamente desculpas à torcida, e espero que isso não aconteça novamente.
Na próxima quarta-feira, o São Paulo volta a campo contra o Atlético-PR, na Arena da Baixada, e Osorio não poderá comandar o time, já que foi expulso. Milton Cruz deve ficar no banco.
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