Embora a polícia descarte a possibilidade de briga entre torcidas rivais, a chacina dentro da sede da Pavilhão 9, que deixou oito mortos no último sábado (18), em São Paulo, faz ressurgir uma inevitável pergunta: Estaria na hora de as organizadas acabarem?
Brigas entre torcidas de grandes clubes já deixaram mais de 100 mortos no Brasil
Segundo levantamento feito pelo R7, mais de cem pessoas morreram nos últimos 26 anos vítimas de brigas entre torcidas. Das 101 mortes levantadas pela reportagem no início do ano, 65 delas foram por tiro, 13 por espancamento e outras 23 por bomba, vaso sanitário, pedradas, atropelamento, entre outras causas.
A primeira morte ligada à violência no futebol aconteceu em 1988, quando Cléo Sóstenes Dantas da Silva, 24 anos, foi assassinado em frente à sede da torcida do Palmeiras, seu clube de coração. Ele era presidente da Torcida Mancha Verde, posteriormente extinta pela Justiça, mas que retornou aos estádios com o nome de Mancha Alviverde.
Em 1995, o Brasil se chocou com a maior batalha campal já vista no País. No Pacaembu, São Paulo e Palmeiras disputavam a final da Copa São Paulo de Futebol Júnior quando centenas de torcedores dos dois times invadiram o gramado para se digladiarem com pedras e paus. A tragédia deixou um morto (Márcio Gasparin da Silva, de 16 anos) e 101 feridos. Desde então, ainda que o poder público tente coibir, mortes se tornaram comuns envolvendo torcidas.
O caso do último fim de semana na sede da agremiação corintiana não foi motivado por briga entre torcidas. De acordo com o delegado Luiz Fernando Lopes Teixeira, que investiga o caso, a execução teria acontecido por causa de uma disputa por pontos de tráfico de drogas. Ainda assim, o debate sobre a existência dos grupos organizados volta à pauta. Está na hora de as torcidas organizadas acabarem?