O piloto do avião da LaMia, Miguel Quiroga, informou sobre falha elétrica total e, pouco tempo depois, falta de combustível em um diálogo desesperado com uma controladora de voo do aeroporto de Medellín pouco antes da tragédia. Quiroga implorou: "Ajudem-nos". O áudio, em espanhol, é da rádio "Blu Radio", da Colômbia.
A aeronave que Quiroga comandava levava o time da Chapecoense para a final da Copa Sul-Americana, jornalistas e a tripulação para Medellín quando caiu na última terça-feira (29), deixando 71 mortos e seis sobreviventes.
Questionado pela controladora de voo sobre a altitude em que estava, Quiroga respondeu: "9.000 pés, senhorita. Vetores, precisamos dos vetores [iluminação que mostra o caminho até a pista]". Sem ter o que fazer, a controladora responde: "Você está 8.2 milhas da pista [o equivalente a pouco mais de 13 km]". O piloto implora: "Ajudem-nos".
A controladora pergunta: "Que altitude você tem agora?". O piloto da LaMia, porém, não responde mais.
O avião que vitimou integrantes da Chapecoense, jornalistas e tripulação perdeu contato com a torre de comando quando sobrevoava as cidades de La Ceja e Aberrojal, à 0h33 (pelo horário de Brasília). A queda aconteceu 42 minutos depois de acordo com as primeiras investigações das autoridades colombianas.
O relato dramático vem de encontro ao que já havia sido dito por um copiloto de um avião comercial que estava no espaço aéreo de Medellín. Em outro áudio, desta vez, divulgado pela rádio Caracol, o copiloto que seria identificado como Juán Sebastián Upegui, funcionário da Avianca, confirma os pedidos de ajuda.
— Estávamos aguardando permissão para pousar, mas a torre de controle nos mandou esperar com 21 mil pés porque havia um avião que tinha declarado emergência. [...] Nos pediram para baixar a 19 mil pés e, quando estávamos com 19 mil pés, enquanto víamos o Viva Colombia aterrissando, o avião RJ-85 estava acima da gente. De repente, o piloto pediu: “Solicitamos prioridade para aterrissar, solicitados prioridade para proceder a pista, temos problema de combustível”. O comandante comentou comigo: “Ele tem problema de combustível e não vai declarar emergência"? Nesse momento, não declarou emergência.
O copiloto do avião comercial ainda será ouvido pelas autoridades colombianas.
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