Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Corinthians consultou patrocinadores, jurídico e o time feminino antes de anunciar Cuca

A diretoria corintiana considerou 'julgamento à revelia' e palavra da vítima como fundamentais para fechar o contrato, apesar da rejeição da torcida 

Futebol|

Cuca durante a apresentação pelo Corinthians, na última sexta (21)
Cuca durante a apresentação pelo Corinthians, na última sexta (21) Cuca durante a apresentação pelo Corinthians, na última sexta (21)

Antes de anunciar a contratação de Cuca como técnico do Corinthians, a direção do clube alvinegro tomou algumas providências.

O departamento jurídico foi acionado, e um processo de compliance foi aberto para apurar a condenação do treinador, na década de 80, por atentado ao pudor com uso de violência contra uma garota de 13 anos. O caso ocorreu durante uma excursão do Grêmio, time que o profissional defendia à época, ainda como jogador.

Dois motivos foram preponderantes para que o departamento de futebol corintiano prosseguisse com a contratação: a sentença e a palavra da vítima.

Na interpretação jurídica do Timão, Cuca foi condenado à revelia, quando o acusado não comparece ao processo e deixa de se defender. Além disso, a menina que foi violentada não reconheceu o atual técnico do Timão como o agressor, nas três oportunidades em que depôs.

Publicidade

De toda forma, o compliance concluiu que a contratação de Cuca seria de alto risco institucional ao Corinthians, algo que foi assumido pela direção corintiana, que, por sua vez, entendeu a necessidade esportiva de contar com o treinador.

O entendimento era que o momento pedia um profissional para "chacoalhar" o elenco e fazer os atletas produzir mais, tanto no desempenho quanto nos resultados. Dentro da realidade financeira do clube alvinegro, o técnico contratado foi o único disposto e disponível para assumir a equipe. Tite foi consultado, mas não quis avançar nas conversas por conta da promessa feita à esposa de que não trabalharia no Brasil em 2023.

Publicidade

Ainda assim, o fato de a situação ter acontecido há mais de três décadas não interfere na posição do Timão. A opinião das pessoas à frente do clube é que, se houvesse evidências ou provas concretas do envolvimento de Cuca no crime, ele nunca representaria a instituição, mesmo se tivesse cumprido uma possível pena.

O departamento de marketing do Corinthians também foi acionado, para que entrasse em contato com os patrocinadores e explicasse a versão sustentada pelo clube. Dos 15 parceiros que a equipe tem atualmente, somente o banco BMG se posicionou pelas redes sociais, mas não acenou com a possibilidade de romper o acordo com o Timão, por exemplo.

Publicidade
O Banco Bmg reitera que não compactua com atos violentos e%2C acima de tudo%2C respeita%2C preza e luta pela igualdade das mulheres

(BANCO BMG)

Após oficializar a contratação, o presidente corintiano, Duilio Monteiro Alves, também conversou com a diretora do futebol feminino do clube, Cris Gambaré, e explicou os motivos que levaram à escolha de Cuca como comandante do time profissional masculino.

Ele recebeu informações de que algumas atletas estavam preocupadas e desconfortáveis com a situação, que foi esclarecida no contato com a responsável pela categoria, por meio dos argumentos ponderados no início deste texto.

Cuca comandou o seu primeiro treino como técnico do Corinthians na tarde da última sexta-feira (21). Ele dirigirá a equipe no banco de reservas já neste domingo (23), quando o Time do Povo visitará o Goiás, em Goiânia, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro.

Troca de técnicos e elenco envelhecido: os 7 erros de Duilio no Corinthians

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.