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Desempenho do Brasil na Copa pode estimular a economia

PIB nacional avançou nos anos de todas conquistas da seleção e caiu nos períodos que sucedem derrotas marcantes, como a de 1982 e o 7 a 1 de 2014

Copa do Mundo|Alexandre Garcia, do R7

Euforia com o Mundial beneficia setores específicos da economia
Euforia com o Mundial beneficia setores específicos da economia Euforia com o Mundial beneficia setores específicos da economia

A Seleção Brasileira estreia nesta quinta-feira (24) na Copa do Mundo do Catar, em duelo contra a Sérvia, às 16h. O desempenho da equipe comandada por Tite na competição pode valer muito mais do que o troféu de ouro oferecido ao campeão e representar um incentivo para a economia nacional.

Desde a primeira conquista verde-amarela, em 1950, o PIB (Produto Interno Bruto) — soma de todos os bens e serviços finais produzidos no país — avançou em todos os anos que marcam as vitórias. Apesar de perder força em quatro dos cinco anos seguintes às conquistas, a tendência de crescimento é mantida.

Os números do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram ainda para uma retração econômica nos anos que sucedem derrotas marcantes da seleção canarinha, como em 1982 e o desastroso 7 a 1 contra a Alemanha, em 2014.

João Victorino, administrador especialista em finanças pessoais, explica que a vantagem econômica a partir do desempenho positivo da seleção reflete o avanço da euforia dos torcedores.

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“No caso de uma eventual conquista da nossa seleção, uma sensação de otimismo pode ser gerada nas pessoas, o que gera um maior fluxo de investimento em negócios por expectativa de aumento de demanda”, afirma Victorino.

Com o período diferente de realização do Mundial e o crescimento da economia já sinalizado por agentes do mercado financeiro, Victorino avalia que será “pouco provável” um impulsionamento do PIB em função da Copa deste ano.

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“Há segmentos que não obtêm vantagens com as paralisações para assistirmos aos jogos, como os ramos de restaurantes e fast-food, indústrias tradicionais e comércio varejista”, destaca o analista.

O ramo cervejeiro, que projeta crescimento de 8% neste final de ano, aparece entre os mais empolgados com a realização do evento esportivo e aposta na venda de mais de 15,4 bilhões de litros do líquido.

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“A volta dos grandes eventos como a Copa do Mundo, festivais e a chegada do verão vai aquecer ainda mais a indústria da cerveja. Após a flexibilização imposta pela pandemia da Covid-19, a expectativa é que o consumo retorne com mais força em bares e restaurantes”, comemora Luiz Nicolaewsky, superintendente do Sindicerv (Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja).

Bolsas de valores

Bolsa dos campeões sobe no mês após a conquista
Bolsa dos campeões sobe no mês após a conquista Bolsa dos campeões sobe no mês após a conquista

Dados do banco Goldman Sachs compilados entre as Copas de 1974 e 2010, que não contam com os números da Argentina (campeã em 1978 e 1986), indicam para uma relação positiva entre a vitória no Mundial e o desempenho do mercado acionário dos campões.

Com exceção de 2002 (-18,9%), ano em que o Brasil vivia um momento turbulento com a proximidade das eleições presidenciais, as Bolsas dos países campeões têm um salto médio de 3,5% no mês após a conquista. Os principais destaques ficam por conta do Brasil de 1994 (+21,1%) e da Itália de 1982 (+9,5%).

O estudo também evidencia que a euforia pós-conquista não é duradoura e os mercados de ações dos vencedores desaceleram para uma alta média de 1,8% no trimestre seguinte à vitória e desabam cerca de 4% após um ano.

Para Victorino, a busca por explicações para o andamento futuro da Bolsa nacional “independe da Copa” e não tende a aliviar os temores de rombo nas contas públicas evidenciados pela equipe de transição para o terceiro mandato do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

“A sofisticação da nossa economia supera eventos específicos há muito tempo. Esperamos que o próximo governo tenha um ótimo time a fim de conseguir a melhor equação para vencer os desafios, que são muito grandes”, analisa ele.

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