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Catar prende trabalhadores após protestos e alimenta desconfiança antes da Copa

Estrangeiros que trabalham em serviços para o Mundial cobram salários atrasados; regime de trabalho já gerou outras polêmicas

Copa do Mundo|

O Estádio Nacional Lusail foi inaugurado em novembro de 2021 e receberá a final do Mundial
O Estádio Nacional Lusail foi inaugurado em novembro de 2021 e receberá a final do Mundial O Estádio Nacional Lusail foi inaugurado em novembro de 2021 e receberá a final do Mundial

Estrangeiros que trabalhavam em obras no Catar, sede da Copa do Mundo, foram detidos por causa de um protesto realizado para cobrar meses de salários atrasados. De acordo com a agência de notícias Associated Press, pelo menos 60 estrangeiros acabaram presos depois da manifestação e alguns deles foram deportados pelo governo local.

O fato alimenta a preocupação despertada desde que o país árabe foi escolhido pela Fifa como casa da Copa deste ano. Um levantamento feito pelo jornal britânico The Guardian mostrou que, desde o início das obras para sediar o torneio – um dos principais eventos esportivos do mundo – até junho do ano passado, mais de 6.000 trabalhadores imigrantes morreram.

O protesto ocorreu há uma semana, no dia 14 de agosto. O grupo de trabalhadores se manifestou na capital, Doha, em frente aos escritórios do Al Bandary International Group, conglomerado que atua nos ramos de construção, imobiliária, hotelaria e serviços de alimentos, entre outras áreas. Vídeos mostram uma avenida bloqueada pelos manifestantes.

Segundo a consultoria de direitos humanos Equidem, alguns dos estrangeiros não recebiam salários havia sete meses. "Esta é realmente a realidade que está vindo à tona?", questionou Mustafa Qadri, diretor-executivo da Equidem, preocupado com o descumprimento da promessa feita pelo Catar de que trataria melhor os trabalhadores imigrantes.

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Ao se manifestar sobre o caso em nota, o governo comunicou que "vários manifestantes foram detidos por violar as leis de segurança pública". Além disso, confirmou que o Al Bandary estava devendo pagamentos, mas declarou que o Ministério do Trabalho arcará com os valores atrasados.

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"A empresa estava sendo investigada pelas autoridades por não pagar os salários relacionados ao incidente, e agora serão tomadas mais medidas para definir um prazo para acertar os pagamentos de salários que não foram cumpridos", afirmou o governo, sem dar detalhes sobre a situação em que se encontram os trabalhadores detidos.

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Segundo a Equidem, a polícia levou os manifestantes a um centro de detenção onde eles estão sofrendo com um calor sufocante, sem ar condicionado. Nesta semana, os termômetros marcaram 41°C em Doha. Os policiais teriam dito que, "se podem protestar no calor, podem dormir sem ar condicionado", conforme relatou Mustafa Qadri.

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