Ronaldo e Romário eram parceiros nos tempos de seleção brasileira e hoje estão afastados
AgNewsPoucas vezes na história do futebol brasileiro, os ídolos não permaneceram amigos depois de encerrarem a carreira. Mesmo durante a forte rivalidade entre Rio e São Paulo, nos anos 40, e 50, quando os craques da época se encontravam era pura alegria. Como saudáveis rivais, se admiravam, brincavam com os defeitos e qualidades do outro de uma maneira mais fraterna.
São inúmeros os casos de adversários que permaneceram amigos para sempre. Nem precisavam mais fingir diante dos holofotes. Já não havia a idolatria dos tempos de jogadores . Não eram obrigados a dar sorrisos forçados ou mostrar um falso coleguismo. Eram amigos, simplesmente porque de alguma maneira estiveram juntos. Garrincha e Pelé; Roberto e Zico; Sócrates e Falcão; Chico e Biguá; Nilton Santos, Gylmar, Bellini, Djalma Santos e o mundo...
Todos eles, ao se encontrarem, contavam histórias na mesa de um bar. Relembravam o passado, as brigas banais, riam das infantilidades que a intensidade do momento os induzia a fazer. Então a noite caía como um manto que abençoava aquele passado cheio de recordações e eles se despediam rejubilados com a oportunidade de se reverem. Esperando pela próxima.
O que acontece, então, entre Romário e Ronaldo, que já foram bons parceiros na seleção brasileira? Não me lembro de um antagonismo assim tão rude em outras épocas.
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Eles fizeram boas parcerias dentro de campo. Contra a Austrália, em 1997, o Brasil venceu por 6 a 0, três gols de cada um. Já tiraram fotos abraçados, que ficaram eternizadas na história. Ambos no início eram a favor da Copa. Depois, tomaram caminhos distintos e irreconciliáveis.
Agora Romário fala de Ronaldo com ironia. Ronaldo responde com hostilidade, atmosfera de ódio permeando palavras calculadas. Um ar sombrio escureceu o vínculo entre duas estrelas brasileiras. Os primeiros a mancharem este pacto tácito de amizade entre ídolos.
Ambos estão em lados opostos. Entraram para o meio político. O futebol não os une mais. Perdeu a função integradora que foi sua marca e selava para sempre relações entre craques. Romário e Ronaldo, agora, têm outros interesses, bem mais distantes do que a simples saudade de quem foram. E bem mais próximos do que é o futebol de nossos tempos.