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Fifa e polícia do Rio entram em conflito após escândalo dos cambistas

A entidade máxima do futebol mundial desmentiu que haja um funcionário ligado a cambistas

Copa do Mundo 2014|

130 ingressos foram apreendidos com um quadrilha de cambistas no Rio
130 ingressos foram apreendidos com um quadrilha de cambistas no Rio 130 ingressos foram apreendidos com um quadrilha de cambistas no Rio

A Fifa e a polícia do Rio entram em confronto aberto por conta do escândalo dos cambistas. Neste sábado, a entidade máxima do futebol criticou o comportamento dos policiais por revelar detalhes das operações contra cambistas à imprensa e diz que o nome da pessoa que as autoridades estão buscando não trabalha para a entidade e é, na verdade, um cambista que já está preso e que atuava dentro do Copacabana Palace. Mas, à reportagem, a polícia negou a versão da Fifa e diz que a pessoa que estão buscando sequer é conhecida ainda da entidade.

Neste sábado (5), a Fifa ainda descartou punir Julio Grondona, vice-presidente da Fifa, depois da revelação de que um de seus ingressos foi pego com cambistas.

Na terça-feira, a polícia revelou que prendeu onze cambistas em uma megaoperação e que mostrava a ligação dessas pessoas com funcionários da Fifa. Se não bastasse, um ingresso em nome de Grondona acabou aparecendo nas mãos de cambistas.

A irritação da Fifa com a polícia é escancarada. Segundo Thierry Weil, diretor de marketing da Fifa, a polícia entregou para ele apenas uma parte das informações do processo da operação, enquanto vaza pela imprensa detalhes do caso que sequer os cartolas conhecem.

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A polícia busca uma pessoa que estaria trabalhando dentro da entidade e que era o contato da quadrilha. Mas as autoridades têm resistido em dar o nome do suspeito, justamente para poder desvendar o esquema.

Pressionado pela imprensa a dar explicações, Weil não poupou as autoridades e decidiu que revelaria ele mesmo o nome da pessoa que a polícia está buscando. "Ele se chama Roger", disse o diretor da Fifa. Mas ele rejeitou a tese de que a pessoa seja funcionário da entidade. Para a entidade, essa pessoa já foi presa pela própria polícia e era um cambista que também atuava dentro do Copacabana Palace, onde a Fifa mantém seus escritórios.

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— Acho que a polícia não se fala entre si. Eles estão buscando alguém que já está preso. Há uma discrepância entre o que diz para a imprensa e para nós. Se a polícia fala sobre uma investigação que está sendo feita, não sei se é a forma mais correta. Na Europa isso não ocorre—, atacou Weil, que garante que, até agora, ninguém de dentro da Fifa foi procurada pela polícia.

A reportagem apurou que o nome dado por Weil para a imprensa sequer é a identidade real da pessoa que a polícia está procurando. As autoridades estão mantendo o nome em sigilo justamente para evitar que o suspeito deixe o Brasil ou tenha qualquer tipo de colaboração com a Fifa para escapar.

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Grondona

A Fifa ainda reagiu negando qualquer envolvimento de Grondona com grupos de cambistas. Um ingresso para a partida Argentina x Suíça foi identificado no mercado ilegal, o que seria um crime.

Mas a Fifa fez questão de abafar o caso. Primeiro, Weil declarou aos jornalistas que a família Grondona seria questionada pela notícia. Logo depois, admitiu que eles já haviam conversado com o vice-presidente. Mas não sabia dizer o que foi a resposta. "Questionamos ele", admitiu. "Perguntamos a ele o que ocorreu", declarou.

A entidade, ao contrários das evidências, preferiu apenas acreditar nas palavras da família de que o ingresso havia sido "dado" a amigos. "Se ele disse que deu a alguém, você precisa acreditar nisso", disse. Mas, a uma rede de televisão na Argentina, o filho de Grondona admitiu que havia revendido a entrada.

Segundo Weil, o ingresso de Grondona não faz parte da operação do Rio. O jornal "O Estado de S. Paulo", em sua edição de sexta-feira, havia feito essa revelação.

A Fifa, porém, insiste que vai abrir ações legais contra as empresas que compraram pacotes de camarotes da Match, a única empresa com direitos de vender os ingressos VIP. Na operação, companhias que foram identificadas como parte do esquema compravam o pacotes e depois revendiam com preços bem superiores.

— Vamos tomar ações legais contra essas empresas—, declarou Weil.

Segundo ele, entre as empresas está a Reliance, com 58 pacotes, a Jetset, da Rússia, e a Atlanta, de Dubai, companhia do cambista Lamine Fofana. Ainda de acordo com Weil, os ingressos apresentados pela polícia para a Fifa somam 141, dos quais dez são para jogos de 2010 e 2013. Sessenta deles ainda foram comprados pelo sistema de internet. 

— Não havia nenhum de ingressos de cartolas.

Dos 131 ingressos para a atual Copa, 129 são para jogos que já ocorreram. Setenta e um ingressos eram de camarotes, um deles era da CBF.

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