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Desclassificação dos ingleses marca o fim de uma geração

Novos talentos enchem de esperança torcedores da Inglaterra

Copa do Mundo 2014|Tomé Morrissy-Swan*

Seleção do Uruguai deu a volta por cima e derrotou a Inglaterra por 2 a 1
Seleção do Uruguai deu a volta por cima e derrotou a Inglaterra por 2 a 1 Seleção do Uruguai deu a volta por cima e derrotou a Inglaterra por 2 a 1

Com a Itália perdendo para Costa Rica, a Inglaterra vai para Belo Horizonte com apenas o orgulho em jogo. Uma Copa do Mundo com tanta esperança para nós ingleses terminará como o maior fracasso desde 1994, quando a Inglaterra não se classificou para o torneio. A Copa deste ano foi o último prego no caixão da "Golden Generation" (em tradução livre, geração de ouro).

A Copa do Mundo tem sido claramente diferente das edições anteriores. Em 2002, a suposta “Golden Generation” (Geração Dourada, em tradução livre) estava amadurecendo. A Inglaterra entrou na Copa do Japão e Coreia do Sul como um dos favoritos, pelo menos em nossa opinião [opinião inglesa]. Com o novo técnico, o sueco Sven-Goran Eriksson, que teve muito sucesso na Itália com o Lazio, e estrelas como David Beckham, Ashley Cole, Rio Ferdinand, Paul Scholes e Michael Owen, era talvez o melhor time inglês desde a Copa de 1990. Se não fosse o jogo contra o Brasil nas quartas de final, com aquele belo gol de Ronaldinho Gaúcho, o time poderia ter chegado até a final.

Uruguai vence e complica situação da Inglaterra

Classificação e jogos

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Nos últimos doze anos, o apelido “Golden Generation” tem assombrado a seleção inglesa. Jogadores premiados como John Terry, Steven Gerrard, Frank Lampard e Wayne Rooney, atletas com muito sucesso nos seus clubes, falharam em todos os torneios em que competiram com a seleção inglesa. Desde que o Roy Hodgson assumiu a gerência em 2012, após a passagem catastrófica do italiano Fabio Capello, a “Golden Generation” tem sido substituída por uma nova geração, uma geração muito talentosa, mas inexperiente. 

Por isso, a Inglaterra chegou ao Brasil com muito menos pressão do que em Copas passadas. Normalmente a imprensa exagera o potencial dos ingleses, mas este ano foi diferente, as expectativas foram rebaixadas. 

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Paradoxalmente, o povo inglês começou a sonhar de novo; com menos expectativas, o time poderia jogar com mais liberdade. Qual seria o resultado deste novo cenário? Antes de a bola rolar, a opinião geral era que a seleção teria chance de ir longe. 

Depois dos primeiros dois jogos, a atmosfera positiva corroeu. Pela primeira vez na história, a seleção perdeu os primeiros dois jogos. O jogo contra a Itália mostrou muita promessa, mas no fim de contas, o time não teve a qualidade suficiente. A performance contra o Uruguai no Itaquerão foi um retorno ao decepcionante futebol da Golden Generation. A seleção inglesa está acostumada a ruir sob pressão, especialmente contra jogadores de qualidade como os italianos. Andrea Pirlo e Luis Suárez fizeram toda diferença.

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Porém, deve-se notar que a Inglaterra jogou muito melhor contra os italianos aqui no Brasil do que nas quartas de final em 2012, quando uma defesa eficaz mas entediante conseguiu segurar a Azzurra até os pênaltis. 

Em Manaus, os jovens Daniel Sturridge e Raheem Sterling, dois atacantes que jogaram muito durante a última temporada pelo Liverpool, deram trabalho para a zaga italiana. Apesar disso, o capitão Steven Gerrard, estrela do time e o último de sua geração (o Frank Lampard está na seleção, mas não vai jogar), jogou muito mal. No confronto, os italianos, usando o sistema doppio regista com o Andrea Pirlo e o jovem Marco Verratti, controlaram o meio campo. 

Contra o Uruguai, o time voltou a jogar como se estivesse sob o comando do antigo Capello: sem invenção, sem inteligência e, sobretudo, sem qualidade. O meio-campo do Uruguai, sem estrelas, foi organizado e combativo. O técnico uruguaio soube explorar o fato de Gerrard estar jogando fora de sua posição usual, aproximando Edinson Cavani atrás do excelente Suárez. Consequentemente, os dois gols da derrota vieram de erros do Gerrard.

Em minha opinião, o Hodgson devia ter utilizado dois volantes, além de Gerrard, talvez colocando o Jack Wilshere, Ross Barkley ou até o Frank Lampard.

Seria injusto culpar somente o experiente meio-campista inglês. Contra o Uruguai, a Inglaterra teve 62% de posse de bola, e mais chutes no gol. Entretanto, ficou claro que a defesa do time é inexperiente. Só o Glen Johnson jogou mais do que trinta vezes, e nenhum dos quatro que começaram os dois jogos tem a qualidade para competir com os melhores do mundo. No ataque, o Wayne Rooney de novo desapontou, apesar do seu gol contra a Celeste. O Sterling e o Sturridge, impressionantes contra os italianos, infelizmente não foram suficientes, não desta vez.

*Jornalista esportivo inglês e estudante do King's College, escreveu sobre o jogo a pedido do R7.

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