Um vídeo que fez sucesso no YouTube no último sábado (5) mostra uma criança com a camisa da seleção chorando inconsolavelmente e perguntando “Cadê o Neymar?".
"Está no hospital", responde a mãe, que tentou consolar a criança, lembrando que o astro brasileiro estará no Mundial de 2018, quando o agora bebê estará grande.
Não adiantou, a criança chorou ainda mais. Nos salões de cabeleireiro, nas padarias e nos parques de todo o Brasil, todos estão balançando a cabeça e murmurando o mesmo nome: Neymar.
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Qualquer alegria com a vitória de 2 x 1 sobre a Colômbia nas quartas de final da Copa do Mundo, na última sexta-feira (4) já evaporou, substituída pelo temor de que a seleção não consiga conquistar seu primeiro Mundial em casa sem seu astro atacante.
Neymar, fora do torneio depois de ter uma vértebra fraturada no segundo tempo do jogo, foi de longe o mais criativo, dinâmico e influente do time — tão bom que alguns torcedores acusam os outros jogadores do Brasil de ficar assistindo e esperando que ele faça algo espetacular.
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Mas Neymar foi muito mais que isso. Sua combinação de origem humilde e cortes de cabelo nada discretos lhe confere um apelo inigualável junto à classe média emergente que dominou a cultura e a política brasileiras nos últimos anos.
Seu sorriso fácil, onipresente em revistas e outdoors, foi um antídoto sob medida para a pressão massacrante sentida pelo País por sediar a Copa pela primeira vez desde 1950.
Enquanto varria o chão de uma barbearia em São Paulo, na manhã deste sábado (5), Marcelo Rodrigues lamentou, sacudindo a cabeça.
— A seleção brasileira perdeu a alma.
O cliente João Brandeis Silva ecoou o lamento do barbeiro.
— Não dá para substituir um cara como aquele. Uma pena, finalmente o time estava indo bem.
As manchetes dos jornais neste sábado seguiam a mesma linha, ressaltando muito mais a lesão de Neymar do que a vitória.
“Um golpe para o Brasil”, titulou o caderno de esportes do Globo. “Sem ele dá?”, indagou a Folha de São Paulo.
Para piorar, o Brasil vai ter que enfrentar a Alemanha na semifinal da próxima terça-feira (8) sem o capitão, Thiago Silva, suspenso depois de receber seu segundo cartão amarelo contra os colombianos.
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Alguns até disseram que diminuir as expectativas pode ser uma coisa boa — e que os outros jogadores vão ter que mostrar serviço.
Operário residente do Rio de Janeiro, Felipe Costa, de 39 anos, afirmou que esta hora é a hora de mostrar a competência do grupo.
— O Brasil tem que mostrar que consegue sobreviver sem uma estrela... se não conseguir vencer sem Neymar, não merece a Copa.